A Organização religiosa conhecida como Testemunhas de Jeová, primeiramente sob o nome Estudantes Internacionais da Bíblia, surgiu em 1874 com seu fundador Charles Taze Russell, o qual faleceu aos 31 de outubro de 1916. A obra no Brasil iniciou-se em 1922, quando marinheiros brasileiros conheceram nos Estados Unidos os ensinos de Russell já um tanto reinterpretados pelo seu sucessor, Joseph Franklin Rutherford, e os trouxeram para cá. Após muitas revisões doutrinárias e cismas organizacionais, em 1931 adotou-se o nome Testemunhas de Jeová, baseado no Livro bíblico de Isaías, capítulo 43, versículo 10.
Atualmente, de acordo com o relatório anual de 2017 publicado em 2018, esta organização atingiu o auge de 8.457.107 publicadores, ou membros ativos, que trabalham de casa em casa e frequentam regularmente suas reuniões semanais, em 240 países, enquanto que no Brasil o auge foi de 858.799 publicadores.[1]
A estrutura organizacional eficaz deste movimento tem chamado atenção de críticos e estudiosos da fenomenologia religiosa mundial e brasileira. Embora não cresça muito anualmente, a organização religiosa Testemunhas de Jeová conta com um respeitável programa de doutrinamento de seus seguidores batizados, o qual inicia meses antes do batismo de cada membro. Este programa segue algumas etapas como:
Estes mesmos líderes mundiais preparam todo o programa anual de ensino para as 120.053 congregações espalhadas ao redor do terra. Isto possibilita que cada membro desfrute do mesmo programa de ensino ministrado em cada congregação. Ainda outros dois meios de doutrinamento desta organização são os Discursos Públicos nos finais de semana ministrados por Anciãos, ou também pelos diáconos conhecidos ali pelo cargo de Servos Ministeriais e o estudo semanal da revista A Sentinela, sempre tratando de temas doutrinários para toda a organização.
Com todo este sistema de instrução, as Testemunhas de Jeová desfrutam de um programa de ensino uniforme, capaz de prepará-las para defender sua fé. Isto se deve à liderança mundial do Corpo Governante, que neste trabalho será o alvo de uma análise crítica quanto, não aos aspectos organizacionais em si, mas quanto aos métodos e argumentações que adotam para o controle mundial de seus adeptos, bem como as consequências de tal controle.
Assim, no primeiro capítulo, serão confrontadas com a Bíblia as supostas bases bíblicas do Corpo Governante para inculcar na mente de seus seguidores a crença de que tal organização é a única religião verdadeira. No segundo capítulo, confrontar-se-ão com a Bíblia algumas das regras legalistas impostas por tal liderança. E no terceiro capítulo, uma crítica à luz da Bíblia sobre os métodos de intimidação utilizados para uniformizar seus seguidores e “protegê-los” do perigo de se desviarem de sua organização, métodos de controle que envolvem até questões de como as TJs devem aceitar as regras do Corpo Governante quanto a como lidar com casos de pedofilia.
Espera-se que, com esta consideração sobre a influência do Corpo Governante sobre a religiosidade das Testemunhas de Jeová, possa-se compreender melhor as motivações por trás de cada abordagem de seus adeptos, criar-se uma metodologia de abordagem para induzir cada Testemunha de Jeová a refletir melhor sobre suas crenças e sua lealdade ao Corpo Governante.
Por fim, é importante mencionar que esta análise crítica de forma alguma pretende violar o respeito à liberdade de culto das Testemunhas de Jeová e muito menos incitar o ódio religioso a elas, pois da mesma forma como elas creem que são respeitosas a criticar o ensino e não as pessoas de outras confissões religiosas, pretende-se aqui usar do mesmo respeito para lidar com a questão A autoridade do Corpo Governante sobre as Testemunhas de Jeová à luz da Bíblia. Conforme a própria liderança mundial desta organização sectária afirma:
“… quando as crenças e práticas religiosas delas são falsas e merecem a desaprovação de Deus, trazer isto à atenção delas, por expor a falsidade, significa mostrar amor a elas” [3]
“Não é forma de perseguição religiosa alguém dizer e mostrar que a religião de outrem é falsa. Não é perseguição religiosa uma pessoa informada expor publicamente uma religião falsa, permitindo assim que outros vejam a diferença entre a falsa religião e a verdadeira… é um serviço público em vez de perseguição religiosa, tendo a ver com a vida eterna e com a felicidade do povo.”[4]
Se expor o erro é sinal de amor às pessoas e não se trata de perseguição religiosa, que o leitor tire pleno proveito das considerações a seguir. Elas poderão servir de base para abordagem com os adeptos desta seita.
[1] Site: https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/relatorio-ano-servi%C3%A7o-2017/2017-paises-territorios/.
[2] Nosso Ministério do Reino de Janeiro, p. 3. Cesário Lange, SP: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, Janeiro de 1993.
[3] Despertai! de 8 de julho de 1988, p. 28. Cesário Lange-SP : Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1988.
[4] Sentinela de 15 de maio de 1964, p. 3. Cesário Lange-SP : Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1964.