Sim, podemos e devemos conversar com pessoas excluídas da Igreja, mas com discernimento espiritual e propósito redentor. A Bíblia ensina que a disciplina eclesiástica é necessária, mas não para condenar, e sim para corrigir e restaurar quem caiu. Vamos examinar os textos citados e aplicar seus princípios com equilíbrio bíblico.
1. A disciplina é bíblica e necessária
1 Coríntios 5:11 – “Mas agora vos escrevo que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra […] com tal nem ainda comais.”
Nesse texto, Paulo se refere a pessoas que se dizem cristãs, mas vivem abertamente no pecado, sem arrependimento. Talvez muitas delas até mesmo achem que nem mesmo estão em pecado, pois sua consciência já se tornou cauterizado.
No entanto, para aqueles que estão em pecado e foram disciplinados, e entendem que erraram, elas admitem que o objetivo da disciplina é preservar a santidade da igreja (v.6-7) e levar o pecador à consciência de seu erro (v.5).
Todavia, o apóstolo Paulo não ensina cortar todo contato humano, e sim não manter comunhão como se estivesse tudo normal. Imagine um irmão que abandonasse a sua esposa para amigar com outra mulher. Daí ele aparecesse na igreja todo feliz, e desejasse apresentar com efusão de espírito seu “novo amor”. Será que a Igreja receberia esse casal com alegria? Uma Igreja séria, além de disciplinar tal pessoa, jamais aceitaria dar boas-vindas a um casal adúltero! Mas ao mesmo tempo, repetidas vezes mostraria a esse irmão seu erro e o convidaria ao arrependimento.
E ao encontrar com esse homem em pecado, cada irmão poderia cumprimentá-lo, mas não iriam para um passeio, uma atividade esportiva, como se tudo estivesse normal.
2. O que 2 João 7-11 realmente ensina?
Alguns citam que a Bíblia condena cumprimentar pessoas excluídas do rol de membros. Mas o que na verdade ela diz é:
2 João 10,11 – “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Pois quem o saúda participa das suas más obras.”
Esse texto não fala de irmãos excluídos da comunhão, mas de hereges missionários, que negavam doutrinas centrais como a encarnação de Cristo (v.7).
O alerta é para não apoiar ou dar palco a falsos mestres, e não para negar humanidade ou afeto básico a qualquer pessoa.
3. Cuidado com interpretações extremistas
Alguns grupos distorcem esses textos para justificar o isolamento cruel de quem caiu ou foi excluído da igreja. Chegam até mesmo a expulsar de casa filhos excluídos, e a negar conversar com os próprios pais disciplinados pela igreja. Há relatos de patrões que demitiram funcionários em disciplina eclesiástica. E há nas redes sociais e outras páginas da internet, tanto em vídeos como em textos, relatos de pessoas ostracizadas por suas organizações religiosas. Isso é contrário ao espírito de Cristo, que sempre buscou restaurar os caídos com graça e verdade.
Gálatas 6:1 – “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão…”
Tiago 5:19-20 – “Se alguém entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, saiba que salvará da morte uma alma…”
Então, podemos falar com quem foi excluído?
Sim! Podemos conversar com a pessoa excluída, com atitudes como:
O que não devemos fazer é:
4. O objetivo é sempre a restauração.
Em 1 Coríntios 5:1-11, o apóstolo Paulo entrega um homem imoral a Satanás. Tratava-se ali da excomunhão. Mas será que Paulo e a Igreja jamais estenderiam o perdão a essa pessoa? Lemos na segunda carta de Paulo aos coríntios que provavelmente aquele homem imoral se arrependeu de seu pecado, e Paulo pede que ele seja perdoado e trazido de volta ao convívio da Igreja. Veja:
2 Coríntios 2:6-8 – “Basta-lhe a punição pela maioria, de maneira que, pelo contrário, deveis perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o tal de modo algum devorado de demasiada tristeza.”
Paulo fala de alguém que foi disciplinado e que agora deveria ser reconfortado e reintegrado. Ou seja: a exclusão não é o fim, é um chamado ao arrependimento. Por isso, enquanto a pessoa estiver como excluída, ao mesmo tempo que não a trataremos como se tudo estivesse normal, podemos sim ajudá-la a se arrepender.
Conclusão.
Portanto, que possamos através da ajuda bíblica e cristã, ajudar aqueles que vivem no pecado e estão excluídos.
Colabore com nossa obra! Suas orações são muito importantes.
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Pr. Fernando Galli – Instituto Apologético Cristo Salva