Toda grupo exclusivista comete abusos teológicos ao reverenciar seus líderes ou fundadores, mesmo quando não são capazes de se dar conta disso. Basta apontarmos para algum erro do líder para recebermos respostas do tipo: “Quem você pensa que é para falar mal dEle?”, “Se falaram mal de Jesus, claro que falariam mal de nosso profeta (ou apóstolo, líder, etc.) ou “Cuidado! Você não sabia que está se levantando contra Deus?” Essas reações são apenas um exemplo de como as pessoas têm defendido seus líderes ou fundadores.
Agora pense bem: Quando alguém fala mal de Jesus, como que os cristãos reagem? Se muitos ficam chateados, e até nervosos, quando deveriam dar uma resposta temperada com sal (Colossenses 4:6), isso seria compreensível, pois realmente soa-nos uma audácia, uma ousadia quando alguém se levanta contra o próprio Deus. O problema é que observamos essa reação de igual ou maior lamento quando tais líderes são criticados, ou tão somente apontamos o que não concordamos sobre tal pessoa. É bem verdade que no meio evangélico observamos isso, principalmente em denominações problemáticas, cujos membros chegam a dizer: “Prenderam nosso apóstolo, mas a Bíblia diz: ‘Batalharão contra o cordeiro, mas não prevalecerão.” Esse sectarismo e tamanha reverência aos homens, beirando a idolatria, seria de esperar nas seitas, mas infelizmente observamos entre nós. Lamentável!
Um falso profeta do Mormonismo
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mormonismo) crê que Joseph Smith Jr, a quem o Pai e o Filho teriam aparecido em 1820, é o principal profeta deles. Não é à toa que afirmam que um anjo chamado Moroni lhe mostrou o verdadeiro e perfeito evangelho de Jesus Cristo, o conhecido Livro de Mórmon. Observe a seguir como se pronuncia o mormonismo sobre o papel desse homem tão polêmico e polígamo:
“Joseph Smith, como Adão, Enoque, Noé, Abraão, Moisés e outros, se posicionou como o cabeça da dispensação. O cabeça da dispensação torna-se o meio pelo qual o conhecimento e o poder de Deus são canalizados para os homens e mulheres da terra. Ele se torna o meio pelo qual o evangelho de Jesus Cristo – o plano de salvação e exaltação – é revelado novamente. […] O cabeça de uma dispensação se posiciona como a proeminente testemunha profética de Cristo!” – The Ensign, junho de 1994, p. 20.
“Qualquer nova revelação para a igreja seria, naturalmente, apresentada ao povo pelo presidente da igreja, sendo ele o porta-voz de Deus na terra.” Palavras de Bruce McConkie, sobre Amós 3:7 – McConkie, p. 606.
RESPOSTA CRISTÃ – Conforme observamos, Joseph Smith seria o cabeça da atual dispensação, e ele teria revelado NOVAMENTE, como profeta e presidente daquela igreja iniciada em no início do Século XIX (19), o evangelho de Jesus Cristo, com salvação e exaltação. Para justificar isso, os mórmons usam a nossa Bíblia, já que a deles nada tem a falar de Joseph Smith e sua suposta posição proeminente. Assim, citam Amós 3:7, onde diz: “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” Então querem justificar Joseph Smith como profeta anunciando um novo evangelho de Jesus Cristo, e enaltecê-lo como o cabeça da atual dispensação. Mas quando comparamos Amos 3:7 com 3:1, vemos que essas palavras citadas pelos mórmons foram tomadas fora do contexto. Lemos ali:
“Ouvi a palavra que o SENHOR fala contra vós outros, filhos de Israel, contra toda a família que ele fez subir da terra do Egito.” – Amós 3:1.
Como você pode observar, essas palavras, que mais adiante incluem o versículo 7, foram dirigidas contra a nação de Israel. Lemos nos versículos seguintes que Deus promete punição e trazer o mal à cidade pecaminosa, mas Deus não faria nada sem avisar os profetas, os seus servos. Quando evangelizamos os mórmons, eles costumam usar esse texto de Amós 3:7 para provar que o profeta Joseph Smith Jr. também foi usado por Deus, só que para anunciar um outro evangelho. Desculpem-me os mórmons, mas em Amós os profetas são levantados para anunciar o que Deus traria contra o povo dEle, o qual estava em pecado. Assim, Amós 3:1-7 não pode ser usado para endossar o ministério desse rapaz. De fato, a Bíblia não aprova que um novo evangelho E OUTRO JESUS possam vir a existir. Analise o texto abaixo:
“Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. Porque suponho em nada ter sido inferior a esses tais apóstolos.” – 2 Coríntios 11:3-5.
Como Satanás poderia enganar pessoas? Corrompendo a mente delas com outro Jesus, com outro espírito, e com outro evangelho. Joseph Smith Jr. seria um dos que a serpente usou para enganar muitos? Sim, e suas obras o qualificam como um falso profeta. Para confirmarmos essa afirmação, basta citarmos suas falsas profecias. Observemos algumas delas.
O profeta Joseph Smith Jr. profetizou que a Nova Jerusalém seria construída no Missouri em sua geração. Isso jamais se cumpriu!
“Uma revelação de Jesus Cristo ao seu servo Joseph Smith […] A palavra do Senhor com respeito à sua Igreja, como que pela boca do seu profeta, para a restauração do seu povo e para o ajustamento dos seus santos que permanecerão sobre o Monte Sião, o qual será a cidade Nova Jerusalém, (…) no limites ocidentais do Estado de Missouri, e dedicado pela mão de Joseph Smith Jr. E outros com quem o Senhor se comprazia. (…) Pois na verdade esta geração toda não passará, sem que seja construída uma casa ao Senhor.” – Doutrinas e Convênios, 1950, p. 157.
De acordo com Deuteronômio 18:22, por que não podemos dar crédito a esse profeta mórmon? Porque segundo o texto, quando um profeta falar em nome do SENHOR, e sua palavra não se cumprir, devemos ignorá-lo, não ter temor dele. E o que a profecia acima dizia? Que o próprio Joseph Smith Jr. dedicaria a Nova Jerusalém, a ser construída no Estado de Missouri. Ele morreu, e nada de se cumprir sua profecia. Mas perceba: A profecia inicia com a expressão: “Revelação de Jesus Cristo ao seu servo Joseph Smith”. Isso equivaleu dizer profetizar em nome de Deus. Os mórmons, ao abordarem você, precisam saber disso. Prepare-se, então, para raciocinar com eles. Veja agora outra falsa profecia do Sr. Joseph:
Joseph Smith Jr. profetizou a rápida destruição do Governo americano.
“Eu profetizo no nome do Senhor Deus de Israel […] que em alguns anos o governo [dos Estados Unidos, conforme o contexto] será totalmente derrubado e destruído, e não restará mais cacos de barro, por sua perversidade ao permitir o assassinato de homens, mulheres e crianças.” – Joseph Smith, History of the Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints, Deseret Book Company, 1973, 5.394.
Claro que esta profecia não se cumpriu. Os Estados Unidos são hoje a maior potência mundial. Essas palavras do falso profeta foram proferidas por um homem revoltado com o massacre de muitos mórmons por parte do Governo Americano. Mas ele falou em nome do Senhor Deus de Israel. Ao falar isso aos mórmons, evite chamar o Sr. Joseph de falso profeta, mas motive-o a chegar a essa conclusão. Note agora outra falsa profecia dele:
Joseph Smith Jr. profetizou a bênção sobre si mesmo e confusão sobre quem procurasse destruí-lo.
“Eis que o Senhor abençoará este vidente [Joseph Smith]; e aqueles que procurarem destruí-lo, serão confundidos. (…) Eis que tenho a certeza de que esta promessa será cumprida.” – Doutrinas e Convênios, seção 97.18-21.
Cumpriu-se tal profecia? Não, pelo contrário! Joseph Smith Jr. foi assassinado aos 27 de junho de 1844 à bala na prisão de Carthage, Illianois, EUA. De quem era a promessa de que ele não seria destruído porque Deus confundiria seus opositores? Da fértil mente do próprio Sr. Joseph.
Conclusão
Quando vemos jovens bonitos, simpáticos, missionários mórmons andando aos pares e levando o seu outro evangelho, defendendo com unhas e dentes seu profeta fundador, costumamos dizer: “Que perda de tempo!”, ou “Eles estão sinceramente enganados”. Todavia, falar assim, e de longe, de nada os ajuda. Você sabia que muitos mórmons já se converteram ao verdadeiro Jesus Cristo porque o Espírito Santo, ao convencê-los, usou cristãos preparados para raciocinar com eles? Por isso, jamais ofenda-os, ou zombe deles. Cabe a você e a mim evangelizá-los. Ame-os como alguém lhe amou ao falar de Jesus para você. Que Deus abençoe sua iniciativa! – Pr. Fernando Galli.