CONHEÇA A BÍBLIA E A CRISTO

INTRODUÇÃO

A morte é um mistério que intriga a humanidade há milênios. Muitas culturas e religiões têm suas próprias crenças sobre o que acontece depois que alguém morre. No entanto, a resposta cristã oferece uma perspectiva única e esperançosa sobre a vida após a morte. A Bíblia ensina que a morte não é o fim, mas sim o começo de uma nova etapa, eterna com Deus, no caso dos que são salvos, ou eterna e sem Deus no caso dos perdidos. Assim, este folheto, mostrará as provas bíblicas sobre a vida após a morte.

OPINIÕES DIFERENTES.

Entre os movimentos religiosos que se dizem cristãos, há interpretações diferentes sobre o que acontece depois da morte. Por exemplo, (1) há os mortalistas, que defendem que quando o homem morre ele deixa de existir por completo, poiso corpo retorna ao pó e nenhuma parte espiritual que sobrevive à morte do corpo. Para eles, a pessoa é recriada na ressurreição dos mortos; (2) Há também os que defendem o sono da alma, ou seja, assim que morremos, nossa alma ou espírito imortal sobrevive à morte do corpo. No caso dos ímpios, ela se sente atormentada no mundo dos mortos, mas no caso dos salvos, seus espíritos (ou almas) dormem até a ressurreição dos mortos; (3) E há a maioria dos cristãos que defendem que após a morte a alma (ou espírito) imortal sobrevive à morte do corpo, estão conscientes no mundo espiritual, tanto as que vão para o inferno (hades) ou para o paraíso (ou terceiro céu) aguardarem a ressurreição dos mortos.

A seguir, veremos provas bíblicas de que esta última posição é a correta, e que os outros dois pontos de vista estão completamente equivocados. E veremos que é na pessoa de Jesus que encontraremos a resposta correta para esta questão.

O RICO E O LÁZARO VIVOS APÓS A MORTE.

Certa vez Jesus contou uma parábola onde um Rico, enquanto vivo, desprezava um pobre chamado Lázaro. Ambos morreram, e na narrativa Jesus faz questão de ensinar que há vida após a morte.

Em primeiro lugar, a narrativa reza sobre Lázaro, o mendigo:

“Quando o mendigo morreu, foi levado pelos anjos para junto de Abraão.” – Lucas 16:22.

Esse texto mostra que uma parte espiritual do mendigo sobreviveu à morte e foi levada pelos anjos junto de Abraão. E Sobre o Rico, veja o que aconteceu:

“O Rico também morreu e foi sepultado. No inferno, em meio aos tormentos, o rico ergueu os olhos e viu de longe Abraão, e Lázaro junto dele. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, pois estou atormentado nestas chamas. Abraão, porém, disse: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste bens, mas Lázaro, por sua vez, recebeu males; agora ele aqui é consolado, e tu, atormentado. […] Então ele disse: Eu te imploro, ó pai, que o mandes à família de meu pai, porque tenho cinco irmãos. Manda-o para os advertir, a fim de que eles também não venham para este lugar de tormento.” – Lucas 16:24-28.

Aqui vemos vida após a morte: (1) O Rico foi sepultado, mas também está no “hades”, vivo e consciente, junto de Abraão. (2) Ele vê (visão), diz, tem sensações de tormento (tato) e sente falta de água (gustação), conversa com Abraão, ouve (audição) a resposta dele, (3) e está preocupado com sua família. Então, como pode alguém ler este texto e achar que a crença na imortalidade da alma é um ensino pagão, se Jesus põe nessa narrativa o Rico agindo “vivinho da Silva” e o Lázaro sendo consolado?

A PROMESSA DE JESUS AO EX-LADRÃO.

Dois malfeitores foram crucificados com Jesus. Um deles se converteu ali a Jesus e disse-lhe: “Lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. (Lucas 23:42) Qual foi a resposta de Jesus? Ele respondeu-lhe:

“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” – Lucas 23:43.

Se nós deixarmos o texto da Bíblia acima falar por prometeu a vida após a morte no paraíso para aquele ex-ladrão recém convertido a Jesus.

JESUS ENSINOU A IMORTALIDADE DA ALMA

Numa certa ocasião, Jesus disse as seguintes palavras de consolo e fortalecedoras a seus discípulos:

“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; pelo contrário, temei aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo.” – Mateus 10:28.

Novamente, vemos o contraste entre corpo morto e alma que não pode ser morta. O homem não pode matar a alma, mas Deus pode destruí-la na “geena” (ou: inferno). Como Deus destrói a alma, segundo o ensino de Jesus? Atormentando-a e a fazendo sofrer para sempre! Vimos isso no relato do Rico e do Lázaro! E na ressurreição dos injustos (João 5:28, 29), suas almas no hades serão unidas a seus corpos, daí serão julgados, e lançados na Geena, ou o Lago de Fogo, e serão atormentados dia e noite para todo o sempre. – Apocalipse 20:10, 14; 21:8.

PAULO CRIA NA IMORTALIDADE DA ALMA.

A Bíblia mostra que o apóstolo Paulo cria que ao morrer, seu espírito (ou alma) estaria com Jesus. Observe como ele expressou sua fé:

“Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver no corpo resulta para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que escolher. Sinto-me, porém, pressionado de ambos os lados, tendo desejo de partir e estar com Cristo, pois isso é muito melhor.” – Filipenses 1:21-23.

Aqui vemos claramente na expressão “o morrer é lucro” que Paulo cria na vida após a morte. O lucro de morrer, ou “partir” seria estar com Cristo, vivo, não morto, nem dormindo. Mas que lucro seria esse se não houvesse vida assim que a pessoa morre? E veja que em momento algum Paulo diz que ele queria morrer, deixar de existir completamente, para depois ser ressuscitado e estar com Cristo. Sim, ele cria em vida após a morte! Com certeza, os apóstolos de Jesus transmitiram a ele essa verdade ensinada por Jesus.

JOÃO CRIA NA VIDA APÓS A MORTE.

Quando o apóstolo João escreveu o Apocalipse, ele narrou uma visão que claramente prova a vida após a morte. Observe:

“Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que deram. Eles clamaram em alta voz, dizendo: Ó Soberano, santo e verdadeiro, até quando aguardarás para julgar os que habitam sobre a terra e vingar o nosso sangue? Cada um deles recebeu túnicas brancas e lhes foi falado que repousassem ainda por um pouco mais de tempo, até que se completasse o número de seus conservos que haveriam de ser mortos, assim como eles também haviam sido.” – Apocalipse 6:9-11.

O texto diz que João viu as almas dos que haviam sido mortos. Alguns adeptos de seitas tentam ensinar que para João essas almas que clamavam se referia ao sangue delas derramado, assim como o sangue de Abel que clamava para Deus. (Gênesis 4:10) Mas essa interpretação está totalmente errada. Por que? Vejamos:

  • Essas almas que João viu estavam clamando, pedindo que o sangue delas derramado fosse vingado. Pelo que sabemos, sangue não pode clamar pelo seu sangue derramado!
  • O texto também nos mostra que essas almas falam e são ouvidas, pois alguém as aconselha a esperar um pouco mais, e ainda as pede para que vistam vestes brancas. Acha possível que João tenha visto o sangue de pessoas conversarem, serem ouvidos, e ainda vestirem roupas brancas para ficar esperando que outros sangues chegassem até o céu quando fossem mortos? É claro que não! João viu, de fato, almas (espíritos) dos que morreram, e eles vestem roupas brancas e aguardam pela justiça divina. Não há como negar vida após a morte nesse texto!

E esse texto de Apocalipse 6:9-11 também prova que as almas dos salvos não estão dormindo coisa nenhuma após a morte, mas estão bem acordadas! Quando Jesus disse que o falecido Lázaro adormeceu (João 11:11), Jesus diz que iria no local do seu sepulcro para despertá-lo. Em outras palavras, Jesus apenas quis dizer que para ele ressuscitar uma pessoa falecida seria tão fácil como acordar alguém que dorme. E foi o que ele fez. (João 11:43, 44) De fato, ele é a ressurreição e a vida! – João 11:25.

JESUS É A PROVA DA VIDA APÓS A MORTE

A maior prova de que existe vida após a morte está na pessoa de Jesus Cristo. Quando Jesus, sem deixar de ser Deus, se fez homem (João 1:14; Filipenses 2:5-7), houve a união hipostática, ou seja, a união das duas naturezas de Cristo, a humana e a divina. A partir da encarnação, essa união jamais se desfaz, pois para sempre Jesus será Deus-homem. Mas pense: Se Jesus é homem como a gente, e quando o homem morre, ele deixa de existir, porque nem seu espírito (ou alma) sobrevive à morte do corpo, então quando Jesus morreu, a união hipostática teria se desfeito, pois Jesus como homem teria deixado de existir. Percebe negar a doutrina da vida após a morte, ou da imortalidade da alma, vai acabar afetando a Cristologia? Mas graças a haver um espírito humano em Jesus que sobreviveu à morte do corpo, então algo humano de Cristo permaneceu vivo, garantindo a continuidade da união hipostática. Assim, se Jesus, homem como nós, tem um espírito que permaneceu vivo após a morte, então nós também temos.

CONCLUSÃO

Como vimos, há ótimas provas nas Escrituras Sagradas sobre a vida após a morte. É um grande consolo saber que tudo não acaba na morte, mas que principalmente os salvos em Jesus Cristo podem ter a certeza de que fomos criados para ser eternos, pois Deus pôs em nós a ideia de eternidade. – Eclesiastes 3:11. – Pr. Fernando Galli.