PERGUNTA – Como pode um Deus de amor e justiça criar o inferno? Quem vai para lá terá vida eterna?
RESPOSTA CRISTÃ – A Bíblia nos ensina que o inferno é um lugar preparado para o diabo e seus anjos. (Mateus 25:41) Pessoas irão para lá também, e sofrerão, dia e noite, pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 20:10; 21:8) Mas como pode um Deus de amor e justiça atormentar pessoas para sempre, se elas pecaram durante uma vida de 70, 80 anos? Não seria melhor Deus destruir para sempre os ímpios?
O problema é que os nossos critérios não são os de Deus. No antigo Israel, os israelitas, a caminho da terra prometida, murmuraram enquanto os espias, por 40 dias, investigavam como era esta terra. Como castigo, Deus transformou 40 dias em 40 anos de peregrinação, antes de entrarem lá. (Números 14:34) A pergunta é: Você teria castigado aqueles murmuradores dessa forma? Pois é! Deus castigou! Transformou 40 dias em 14600 dias, devido a um pecado – o da murmuração. E se um castigo, que visava a correção, levou pessoas a pagar muitas vezes mais, o que dizer de um castigo para incorrigíveis, que morreram rejeitando a Cristo?
Sim, o pecado que leva pessoas ao inferno é não se converter a Cristo. São adúlteros, beberrões, etc, porque não se converteram. Por isso, é considerado um pecado eterno, com consequências eternas. Daniel 12:2 diz que estes serão ressuscitados para a vergonha e o desprezo eternos. Jesus disse que estes partirão para o castigo eterno. – Mateus 25:46.
Sendo assim, devemos aceitar o que a Bíblia diz sem questionar. Nossos sentimentos não podem anular verdades da Bíblia só porque achamos que temos uma jeitinho brasileiro melhor de resolver a questão. Por exemplo, Deus mandou fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. (Gênesis 19:24) Você teria feito isso se soubesse que havia ali crianças e idosos indefesos? Não? Pois é! Mas Deus fez, e não somente isso; condenou-os ao fogo eterno ainda por cima! – Judas 7.
Sobre a questão de os condenados terem vida eterna, não se trata de vida eterna, mas de morte eterna. Por quê? Quando sem Cristo, Paulo afirma que estávamos mortos em pecados e delitos. (Efésios 2:1, 5) Jesus fala de “mortos enterrarem seus mortos”. (Lucas 9:60) Assim, quem não é convertido e morre assim, morreu morto em pecados. Trata-se de morte espiritual. Morte espiritual é afastamento eterno de Deus, o que implica sofrimento, choro, ranger de dentes (figuras para ilustrar a condição dos condenados). (Mateus 8:12; 13:42, 50) Por isso a Bíblia chama este sofrimento de segunda morte (Apocalipse 2:11; 20:6, 14; 21:8) Pois todos ali estão para sempre mortos em seus pecados e delitos, mas vivos do ponto de vista da existência. Separados para sempre de Deus. Você chamaria isso de vida eterna? Não! Pois a palavra “eterna” não é apenas um adjunto adverbial de tempo, mas de qualidade, ou intensidade. Cristo é a vida e dá vida eterna, o que implica viver sem sofrer nada, livre da morte, do clamor, do pranto e da dor. (Apocalipse 21:3, 4) Portanto, embora os condenados estarão “vivos”, estarão mortos espiritualmente para sempre, e por isso sofrerão.
Se você tem Jesus Cristo em sua vida, não tenha medo do inferno. Jesus morreu por você e foi lhe preparar uma morada no céu. Continue perseverando, pois todos os salvos perseverarão! – Mateus 24:13.
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PERGUNTA – Isaías 11:6-9 afirma: “O lobo residirá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o cabrito. O bezerro, o leão e o animal de engorda viverão juntos; e um menino pequeno os conduzirá. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias se deitarão juntas; e o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da cobra, e a desmamada porá a mão na cova da víbora.” Isto se cumprirá num futuro paraíso na terra? Ou já se cumpriu?
RESPOSTA CRISTÃ – Em hipótese alguma este texto deve ser interpretado literalmente, muito menos num paraíso na terra. Aqueles que usam Isaías 11:6-9 para provar paraíso na terra não entendem o texto em seu devido contexto, muito menos a linguagem bíblica da época. Isaías 11:1-9 tem um cumprimento para a época do retorno do exílio de Babilônia, por volta de 537-517 a.C., outro para os dias de Jesus na terra, outro para a era da Igreja e um outro para os novos céus e nova terra – o lugar preparado para os salvos.
O profeta Isaías previu o retorno de Israel do exílio babilônico. De forma parcial, Israel desfrutou de épocas de paz após o exílio, mas passageira. Israel havia sido liberto pelo império Medo-Persa, sob o comando de Ciro. Quando Dário I já era rei da Pérsia em 520 a.C., este organizou uma caravana de retorno a Jerusalém e constituiu Zorobabel, de linhagem davídica, neto de Jeconias (1 Crônicas 3:16-19), como Rei em Jerusalém, e Josué, de linhagem da tribo de Levi, como sumo sacerdote, com a missão de reconstruir Jerusalém. Estes foram chamados pelo profeta Zacarias de “dois ungidos que servem ao SENHOR de toda a terra”. (Zacarias 4:6, 11-14) Neste período, Israel experimentou sob a liderança de Zorobabel (um tipo do Messias) um governo mais justo, com qualidades divinas (Isaías 11:1, 2), que valorizava mais o pobre com justiça e imparcialidade (Isaías 11:3-5), onde havia a paz simbolizada pelo quadro simbólico de paz entre animais (Isaías 11:6-8), onde até as nações vizinhas, antigamente inimigas de Israel passaram a ajudar na reconstrução (Ler Ageu e Zacarias), enfim, foi um período de ‘degustação’, de como no futuro não se causaria dano ao santo monte de Deus, e a terra, de Israel, se encheria do conhecimento de Deus.
Mas o que o profeta escreveu não se cumpriu totalmente nos dias do retorno do exílio. Essa profecia apontava para a vinda do Messias também aqui entre nós. Jesus, filho de Davi (Mateus 1:1), portanto broto da família de Jessé, estabeleceu um reino entre seus discípulos, afinal o reino de Deus havia chegado até eles (Lucas 11:20), já estava no meio deles. (Lucas 17:21) Os discípulos o reconheceram como o Messias. (João 1:40-45) Jesus tinha o Espírito de YAHWEH, que o guiava de forma plena. (Isaías 11:1, 2) Seus atos de justiça e sua mensagem primavam pelos pobres (Mateus 11:5; 19:21; Marcos 10:21; Veja Lucas 4:18; 6:20; 7:22; 14:13, 21; 18:22; ) e sua mensagem era contra os ricos. (Lucas 18:24) Pregava a paz entre pessoas em conflito, como na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37), e dizia dar a sua paz aos discípulos (João 14:27), sendo assim, de forma simbólica, cumpriu Isaías 11:6-8, ensinando as pessoas a se amarem (João 13:34, 35), e não se odiarem como os animais, mudando o temperamento de seus seguidores. O ensino de Jesus no Sermão do Monte se tornou a Constituição do Reino de Deus na terra, e quem o seguisse não enfrentaria a ruína espiritual e, juntamente com tudo o que Jesus nos ensinou, se espalhou com o tempo em toda a terra habitada e, por assim dizer, enche-a do conhecimento do SENHOR. – Isaías 11:9.
Todavia, o cumprimento de Isaías 11:1-9 se tornaria ainda mais amplo na era da Igreja. Jesus, o Messias, não estaria reinando literalmente em Israel, nem mais fisicamente entre seus discípulos, mas a partir da sua morte e ressurreição, estaria neles, com o Pai (João 14:23), com a Igreja edificada por ele (Mateus 16:18) todos os dias, até o fim das eras. (Mateus 28:20), como um Rei Celestial reinando sobre eles. (Isaías 11:1) Através do Espírito Santo de Deus, tem guiado assim sua Igreja a agir com sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, conhecimento e temor divino (Isaías 11:2), a fim de que sua Igreja reine aqui em seu lugar quais embaixadores de Cristo (2 Coríntios 5:20), como sacerdócio real (sacerdotes reis). (1 Pedro 2:9; Apocalipse 5:9, 10) A Igreja, pelo ensino de Cristo e dos apóstolos, tem pregado a paz de Cristo (Colossenses 3:15), o bom convívio entre os crentes verdadeiros (Colossenses 3:12-14), ensinado crentes a não se comportar como animais que se mordem uns aos outros (Gálatas 5:15), evitando o convívio com “animais irracionais hereges” (2 Pedro 2:12), cumprindo assim Isaías 11:6-8. Vivendo como Igreja universal, tanto aqui como no céu, não se causa ruína (Isaías 11:9) no monte Sião, na cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, a igreja dos primogênitos arrolados nos céus. – Hebreus 12:22.
Mas o clímax do cumprimento de Isaías 11:1-9 se dará no futuro, quando herdarmos os novos céus e a nova terra*. (2 Pedro 3:13; Apocalipse 21:1). Isaías 11:1 se cumprirá definitivamente quando o Rei Messias, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16) reinará para sempre sobre todos os salvos, tanto judeus fiéis do Antigo Testamento, como judeus que se converteram a Cristo, também junto com gentios convertidos que se tornaram parte da Igreja, chamada de Israel de Deus, em sentido espiritual. (Gálatas 6:16; Apocalipse 7:4-8) Não haverá fim desse reinado. (Lucas 1:33) Será um reinado eterno de qualidades divinas do Espírito de Deus. (Isaías 11:2) Seus julgamentos justos sobre os pobres, os humildes e seus juízos contra os ímpios se tornarão em veredicto eterno e serão bençãos eternas aos salvos (Apocalipse 21:1-5) e trarão consequências terríveis e intermináveis aos perdidos (Apocalipse 20:10, 14; 21:8), cumprindo assim para todo o sempre Isaías 11:3-5. E todos os salvos só evidenciarão o amor verdadeiro e divino, em verdadeira paz, para sempre, refletindo as qualidades nas simbologias de animais nas expressões e palavras como “Leão da Tribo de Judá” (Apocalipse 5:5), do “Cordeiro de Deus” (João 1:29; Apocalipse 14:1), do tipo de Cristo – a “serpente” que curava israelitas (Números 21:6-9). Será um mundo eternamente livre de qualidades animalescas ruins.
Portanto, longe de falar de paraíso na terra, onde certos grupos religiosos exclusivistas apregoam que viverão para sempre com animais de estimação que de tempos em tempos morrerão por não ter vida eterna, trazendo tristeza e saudade para quem os criou, Isaías 11:6-9 teve, tem e terá um cumprimento espiritual, simbólico, e não literal. – Pr. Fernando Galli.
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“Novos céus e nova terra” referem-se ao lugar que Deus destinou aos salvos. Na linguagem bíblica, “novos céus e nova terra” sempre estão no mesmo lugar. Nos dias de Isaías, o profeta escreveu Deus falando: “Eis que crio novos céus e nova terra”. (Isaías 65:17; 66:22) Os novos céus e a nova terra eram para aquela sociedade judaica que retornava do exílio um recomeço para o povo de Deus no mesmo lugar, Jerusalém. Os novos céus (os líderes Zorobabel e Josué) e a nova terra (o povo de Deus liderado) estavam todos juntos, aqui na terra. Da mesma forma, os novos céus e nova terra que aguardamos segundo a promessa de Deus (2 Pedro 3:13) também estarão todos num só lugar – nos céus.
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PERGUNTA – Mateus 5:3, 5 não apoia a crença das testemunhas de Jeová, quando diz que os pobres de espírito herdam os céus (144.000) e os mansos herdam a terra (a grande multidão).
RESPOSTA CRISTÃ – De modo algum! Herdar a terra é uma expressão judaica, significando “herdar as bênçãos de Deus”. No Salmo 37:29, quando o judeu lia “os justos herdarão a terra e viverão nela para todo o sempre”, eles jamais entendiam que isto se cumpriria no paraíso terrestre. Era uma expressão indicando que eles tomariam posse das bênçãos de Deus e viveriam assim para sempre, sendo este “para sempre” um exagero tópico de linguagem poética, o qual Jesus remove de Mateus 5:5. Herdar a terra para sempre era um desejo expresso em linguagem poética. Outro ponto é: Jesus não separou terra de céu para dizer que os mansos vão para a terra e os pobres de espírito para o céu, senão teríamos que concluir que os mansos não vão para o céu e os pobres de espírito não vão para a terra. Na verdade, quando se quer falar dos dois juntos, usa-se a expressão “novos céus e nova terra”, como sendo todos num só lugar, ou seja, o local preparado por Deus para os salvos, e que Pedro aguardava, não apenas os céus, não apenas a terra, mas os “Novos céus e a nova terra”. (2 Pedro 3:13) Quando raciocinamos com as TJs, eu as elogio por entender que em 2 Pedro 3:7 os velhos céus e a velha terra se referem respectivamente ao governo humano corrupto e às pessoas más. Então, eu digo a elas: Viu como os velhos céus e a velha terra, guardados para o fogo, estão todos num só lugar? Da mesma maneira, os novos céus e a nova terra também estão – no reino dos céus! – João 14:1-3.
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PERGUNTA – O que é o Paraíso que Jesus prometeu ao ex-ladrão na cruz? – Lucas 23:43.
RESPOSTA CRISTÃ – Trate-se do local para onde o espírito dos mortos salvos vão, quando morrem. O espírito humano de Cristo também esteve lá. Paulo chama este abençoado lugar de terceiro céu, ou paraíso, para onde ele também havia ido, sem saber se no corpo ou fora do corpo (e muito menos eu). (2 Coríntios 12:2-4) Antes da morte de Cristo, Jesus chama este local de Seio de Abraão, na parábola do Rico e do Lázaro. (Lucas 19:16-31) Desde local é que os espíritos, ou almas, dos mártires clamam a Deus por justiça. – Apocalipse 6:9, 10.
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PERGUNTA – O Papa é a besta do Apocalipse?
RESPOSTA CRISTÃ – Apocalipse 13 fala de duas bestas, uma sendo um império político (a de sete cabeças e dez chifres), em 13:1-10, e outra um império religioso (a de duas cabeças), em 13:11-18. Esta segunda é um império religioso pois sai da terra, ou seja, se contrasta ao céu, procura se assemelhar ao cordeiro (imitar Cristo, portanto um falso Cristo), mas fala como dragão, isto é, o diabo. Ela também engana povos com seus sinais. (13:14) Portanto, entendemos esta besta como toda forma de anticristo, que desvia a atenção de Deus e do seu Cristo para a primeira fera – um conluio de nações com sua política e autoridade totalmente contrários a Deus e à sua Palavra. Portanto, a segunda besta é uma figura do lado religioso do anticristo que visa promover o lado político dele, a primeira besta.
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PERGUNTA – Veremos a Deus em toda a sua glória quando herdarmos o reino dos céus?
RESPOSTA CRISTÃ – A Bíblia diz que veremos a Deus. (Mateus 5:8) Desde já podemos ver a Deus, na acepção de termos, pela ação do Espírito Santo, uma percepção espiritual mais elevada de seu caráter. Quanto maior nossa santidade, maior será essa percepção. E na vida eterna, nos céus, teremos uma percepção maior ainda, todavia continuaremos sendo criaturas. Como veríamos aquele que está em todos os pontos do universo físico e espiritual? A resposta se encontra em Jesus Cristo. Como Jesus é Deus e homem, e seu corpo ressurreto e glorificado é limitado ao tempo e ao espaço, possivelmente veremos a Deus através da pessoa de Cristo. Quando a Bíblia diz que os anjos veem a face de Deus, muito provavelmente se refere à percepção espiritual dada a eles sobre a face, ou seja, o ser de Deus. Não podemos ver Deus em sua inteireza, mesmo que salvos nos céus, pois seríamos consumidos por sua glória. Então, Deus decide que o veremos através de Jesus Cristo, e nisso repousamos com tranquilidade a nossa fé.
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