Muitos cristãos têm dificuldades de definir Religião, Igreja, Denominação, Seita e Heresia. O propósito desta aula é esclarecer o significado destes termos para que depois possam compreender melhor a natureza divina de uma igreja verdadeira e as marcas de uma seita que apregoa ser igreja cristã.
O que é a Igreja de Cristo?
Jesus Cristo disse a Pedro: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mateus 16:18) Entendemos por Igreja o conjunto de todos os salvos pelo sacrifício de Jesus Cristo, quer antes ou depois da era Cristã. O Teólogo Wayne Gruden define Igreja como:
“A Igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos. Esta definição compreende que a igreja é feita de todos os verdadeiramente salvos. Paulo afirma: “Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela”. (Ef 5.25) Aqui o termo “a igreja” é usado para referir-se a todos aqueles pelos quais Cristo morreu para redimir, todos os salvos pela morte de Cristo. Isto, porém, inclui todos os verdadeiros cristãos de todos os tempos, tanto os salvos do Novo como os do Antigo Testamento.”[1]
Outros cristãos entendem que a Igreja não abrange os salvos do período do Antigo Testamento, diferenciando Israel da Igreja. De qualquer modo, Cristo tem uma Igreja, a qual é identificada nas Escrituras como Corpo de Cristo (Efésios 4:12; 5:23; Colossenses 1:18). Assim, pode-se dizer que a Igreja é o próprio Cristo, pois é sua extensão aqui na terra.
É importante também mencionarmos a opinião do Teólogo Robert D. Culver sobre o que é a Igreja de Cristo:
“A igreja de Cristo é tanto um aspecto como uma doutrina do cristianismo. O cristianismo e “a igreja”, às vezes, são entendidos como formando a mesma entidade. Uma maneira diferente e melhor de olhar para essa questão é entender o cristianismo como: (1) A culminação de uma história de redenção na vida e obra de Jesus Cristo que nasceu de uma virgem, como diz o credo, viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu ao céu e assim por diante. O cristianismo também é (2) um sistema de doutrinas, por meio do qual, ao longo dos séculos, as sagradas Escrituras e seus expositores interpretam essa história redentora. A igreja é uma dessas doutrinas. A igreja é também (3) a multidão de pessoas que abraçaram a redenção na história e que, agora, vivenciam sua fé na terra e no céu. É correto dizer que a igreja é (4) uma sociedade, a expressão institucional da redenção, das doutrinas e do povo. Ela tem o aspecto visível, que apresenta uma história contínua, que pessoas que nem mesmo fazem parte dela, ou que a rejeitam podem reconhecer, pelo menos, em parte.”[2]
As qualidades divinas da Igreja de Cristo
A Bíblia ensina que Cristo morreu por sua Igreja. (Efésios 5:25) Esta Igreja é chamada de Corpo de Cristo. (Efésios 4:12) É a extensão dEle aqui na terra. Sendo assim, a igreja verdadeira não uma denominação religiosa ou um grupo que faz questão de não ter nome, mas o conjunto de todos os servos e filhos de Deus na história do povo de Deus. Ela é a expressão de Cristo na terra. Por isso, possui atributos de Deus. Saberia você identificá-los?
No Concílio de Constantinopla, em 381, reconheceram-se quatro atributos da Igreja: “Sancta, Una, Catholica e Apostólica”. A seguir, um breve texto baseado em Teologia Sistemática de Richard Sturzs, páginas 545 a 550, da Editora Vida Nova, com alguns acréscimos pessoais.
Deus é uno, em três Pessoas. Paulo ensinou a unicidade da Igreja, nas palavras de Efésios 4:4-6: Um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus. No contexto, Paulo pedia unanimidade entre judeus e gentios, parte da Igreja. Mas em que sentido é una? Porque a natureza dela é a unidade em Cristo Jesus apesar da diversidade que acompanha as várias identidades (denominações eclesiásticas) diferentes. Não se trata de Igreja McDOnald, como muitas seitas, onde cada membro é robotizado a pensar como seus líderes, mas busca a convivência com interpretações diferentes, desde que não fira as doutrinas centrais de sua fé. Assim, os cristãos batistas podem ter pontos de vista diferentes dos presbiterianos sobre o batismo, mas estão unidos no propósito único que é adorar a Deus. Se chamam de irmãos porque entendem serem filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. – Gálatas 3:26.
Deus é infinitamente Santo. Deus pede de seu povo Israel santidade. (Êxodo 19:6; Levítico 11:44-47; 20:7) No contexto cristão, Deus usa Pedro para lembrar seus leitores sobre a necessidade de santidade. (1 Pedro 1:13-16) A Igreja é nação santa. (1 Pedro 2:9) Mas Paulo insta que sejamos santificados. (1 Tessalonicenses 4:3-7) O Escritor de Hebreus admoesta-nos a procurarmos viver em santificação. (Hebreus 12:14.) Assim, a Igreja Santa é formada de pecadores, que precisam dia após dia se santificarem cada vez mais. Então, duas questões surgem: Até que ponto as denominações e suas igrejas (comunidades) estão buscando a santidade? Até que ponto a Igreja (os salvos) estão evitando trazer o mundo para a Ela? A santidade é muito importante para a Igreja evangelizar o mundo, por isso, todos os salvos devem lutar para que as influências do mundo não manchem a reputação do povo de Deus.
Assim como Deus é comum a todos, a sua igreja é católica, não como nome de uma denominação, mas por ser comum a todos. Por isso, ela tem o caráter universal, como Deus. Daí a importância de Ela levar a sério a questão das missões. Quão compromissado somos com a Grande Comissão? (Mateus 28:19, 20) Se não fazemos discípulos de pessoas de todas as nações, assistiremos às seitas cumprirem a Grande Comissão com suas grandes heresias. De fato, as três maiores seitas brasileiras estão em toda a terra habitada levando o seu evangelho da perdição! Mas a Igreja verdadeira, ou seja, os salvos, os membros do Corpo de Cristo não estão entre os ingratos por tão grandiosa salvação. Desejam levar a Igreja Cristã a todos.
Embora Jesus seja o único fundamento, ele não deixou escritos, sendo assim, nosso elo com o Jesus da história se faz por meio do testemunho apostólico contido no Novo Testamento. Assim, a Igreja é apostólica por confiar e se deixar reger por este testemunho. Esse elo apostólico se faz com a pessoa e a obra de Jesus, e não com um ensino geral ou com uma classe clerical que vai transmitindo tais ensinos de geração em geração.
Na minha opinião, muitas igrejas que são expressões da Igreja Verdadeira de Efésios 5:25 estão fugindo do modelo apostólico, por introduzirem ensinos e práticas jamais ensinadas pelos apóstolos. Uma igreja jamais é apostólica quando atrai seus membros por promessas de prosperidade financeira. Mas a verdadeira Igreja faz promessas de vida eterna pela graça de Deus por meio da fé em Cristo Jesus e, consequentemente, demonstra obras cristãs, como evidência de sua natureza.
A Igreja como Grupo de Crentes
A Igreja pela qual Jesus morreu, chamada de Igreja Invisível, pelo fato de não sabermos quem é salvo e quem não é, não deve ser confundida com a igreja visível, ou seja, a igreja em que você congrega. Neste caso, a palavra grega ekklesia denota ajuntamento de pessoas. Por isso, lemos Paulo mencionando igrejas em lares de cristãos, como em 1 Coríntios 16:19. Atualmente, chamamos estes ajuntamentos de igreja local.
Várias igrejas visíveis debaixo de uma mesma declaração doutrinária formam uma denominação cristã, também chamada popularmente de “igreja”. Assim, quando perguntam “qual a sua igreja?”, entendemos que a pessoa deseja saber qual o nome da denominação religiosa. Então, a resposta pode ser: “Pertenço à Igreja Batista”, ou “Igreja Presbiteriana”.
Religião e Denominação
Religião é uma palavra que vem do latim, religare, significando “religar”. Muitos significados são dados a este termo, como forma de adoração, crença ou fé, o nome de uma organização religiosa, entre outros. Aqui assumimos que religião, em primeira instância, é o modo de vida baseado nos ensinos de seu líder. No caso do Cristianismo, nome genérico da nossa fé, nosso modo de vida baseia-se nos ensinos de Jesus Cristo. Ele é o personagem central da fé cristã. De acordo com a Bíblia, foi nos primeiros anos da Igreja, em Antioquia, que os seguidores de Jesus foram chamados de “cristãos”. – Atos 11:26.
Todavia, o Cristianismo é expresso através de várias denominações (igrejas) que professam a fé em Jesus, como: A Igreja Presbiteriana, a Igreja Batista, a Igreja Anglicana, a Assembleia de Deus, A Igreja Quadrangular, e assim por diante. Conforme vimos, cada Igreja Denominação é representada por suas igrejas, ou grupos de pessoas. Costuma-se acrescentar nomes a cada uma dessas igrejas grupos de pessoas para distinguir uma da outra dentro da mesma denominação. Por exemplo, Igreja Batista Vida Nova, em Parque Santo António. É também comum que igrejas denominações diferentes tenham o mesmo nome principal, mas não se considerem da mesma fé e ordem por questões de interpretação. Assim temos vários tipos de Igrejas Presbiterianas, Igrejas Batistas, Igrejas Metodistas.
Embora haja tantas denominações cristãs, como membros do corpo de Cristo precisamos ser maduros e viver em harmonia e unidade com nossos irmãos, apesar da diversidade, ou pluralidade. Quando há divisões numa igreja local devido a interpretações bíblicas ou questões teológicas, deveríamos nos perguntar: Criar uma nova denominação seria a melhor saída? Lamentavelmente, a falta de diálogo entre crentes do corpo de Cristo gerou tantas novas igrejas locais, e não raro algumas delas se considerarem melhores do que as outras e reivindicarem ser a única igreja de Jesus Cristo.
Leitura complementar:
“Religião. A Palavra Gr. Threskeia é usada quatro vezes no NT (At 26.5; Cl 2.18; Tg 1.26,27) Em Colossenses 2:18, ela é traduzida como “culto” dos anjos com o sentido de adoração. […] A palavra “religião” levanta certos problemas. Há diversas opiniões relativas à sua raiz e origem. Cícero a relaciona com religare como “religar”, e enxergaram na palavra a ideia de obrigação. A palavra do NT Threskeia, como visto acima, fala meramente da adoração religiosa, particularmente em sua forma externa. Em filosofia e no uso comum, a palavra tem sido usada com vários significados. Schleiermacher a define como “o sentimento de dependência absoluta”, e Kant a define como “a observância da lei moral como uma instituição divina”. De uma forma geral, uma religião pode ser definida como sendo qualquer sistema de fé e adoração a Deus. A passagem clássica sobre religião no NT é Tiago 1:26, 27. Aqui os termos usados (threskos e threskeia) definitivamente se referem a uma expressão externa. O contraste é feito entre aquele cuja religião consiste de cerimônias formais que não possuem apoio na devoção sincera, e aquele cuja religião consiste de atos de misericórdia, porque flui de uma atitude de coração que é reta para com Deus.”[3]
O que é Seita?
Conforme as palavras de Jesus em Mateus 16:18, as portas do inferno jamais venceriam a Igreja que ataca o inferno por expor suas obras. Jesus Cristo morreu por ela, ou seja, por todos os cristãos, em qualquer época da história do povo de Deus. – Efésios 5:25.
Todavia, esta Igreja tem um grande inimigo, Satanás o Diabo. Junto com este arquirrival, tentam inutilmente prevalecer contra a Igreja agentes espirituais chamados demônios, bem como seus representantes terrestres. Quem são esses representantes? Todos aqueles que lutam contra a igreja de Jesus, a doutrina de Cristo e a própria Palavra de Deus. Em nosso meio, são todos aqueles que apregoam “ensinos de demônios”, os quais englobam tudo o que rebaixa a Pessoa de Deus e sua Palavra. – 1 Timóteo 4:1.
Ocorre que, no contexto cristão, surgem pessoas dentro das Igrejas Locais, não raro influenciados por outros que já as haviam abandonado, e reúnem-se para formar uma nova religião. Geralmente, proclamam-se como a restauração da Igreja de Jesus na terra, afirmando trazer das outras igrejas o que possuem de ensinos corretos e corrigindo os que consideram ser errôneos. Uma vez organizada a nova religião, sempre a melhor de todas ou a única verdadeira, iniciam o trabalho de proselitismo com seus anteriores irmãos de fé. Isto é uma seita cristã, mas a formação de seitas dá-se da mesma forma quando surgem no contexto de outras religiões mundiais, como a seita que surge do Budismo conhecida como Sheicho-No-Iê.
Prestemos atenção aos alertas bíblicos!
O próprio Jesus, e o Espírito Santo de Deus, advertiram em vários versículos da Bíblia a tomarmos cuidado com aqueles que não pregam a sã doutrina, ou seja, os quais junto com verdades bíblicas introduzem seus ensinos heréticos. Observe alguns desses versículos e como essas pessoas são chamadas:
O que são falsos profetas? Refere-se essa expressão apenas àqueles que fazem falsas profecias? Não! As palavras hebraica e grega para profeta são, respectivamente, “nabi” e “prophétes”, e denotam a pessoa usada para transmitir as mensagens de Deus. Segundo a obra de R. N. Champlin:
“Os profetas eram tidos como representantes de Deus, libertadores e intérpretes da mensagem divina. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual”.[4]
Assim, esses falsos profetas mencionados nos versículos anteriores não poderiam ser representantes de Deus, mas de Satanás. Por isso, pregariam outra doutrina, com um outro Jesus (Ler 2 Coríntios 11:4), com fábulas, ou lendas enganosas cridas como vivenciadas por tais falsos profetas, com o intuito de reforçar a autoridade de tais mestres mentirosos. Assim, precisamos estar atentos, como cristãos conhecedores da Palavra de Deus, para identificarmos pessoas com suas inovações e seitas heréticas. Vejamos, a seguir, como podemos definir, de acordo com a Bíblia, o significado das palavras “seita” e “heresia”.
Definição de “Seita” e “Heresia”
As palavras “seita” e “heresia” têm uma história interessante. A Bíblia usa o vocábulo grego “hairésis” que significa “preferência, escolha”; “aquilo que é escolhido”.[5] No início, os cristãos foram chamados de “hairésis”, ou “seita”, pois este termo, neste contexto, referia-se a um grupo que tinha preferência por Cristo em vez de seguir o judaísmo. (Atos 24:5) Assim, em Atos 24:5, a palavra “hairésis” não tem conotação depreciativa, ruim. Significava apenas um partido.
Com o tempo, os escritores do Novo Testamento passam a usar “hairésis” para significar opinião ou preferência contrárias à Palavra de Deus. Assim, “hairésis” é traduzido por “seita”. “Seita” vem de “secta”, do latim, ou “heresia”, e ocorre em nove textos bíblicos, e com o tempo referindo-se a partido, escolha, entre judeus (fariseus) ou dos cristãos (seita dos nazarenos, o Caminho):
Nesses cinco primeiros textos acima, “hairesis” é seita não na acepção pejorativa, mas com o significado de escolha, preferência, um dos partidos de uma religião ou forma de adoração. Observe como nos textos a seguir, “hairesis” é usada de forma pejorativa, denotando divisão que gera a ruína e a perdição:
Nesses quatro textos anteriores, “seita” (impugnada), “partidos”, “facções” e “heresias” são traduções da palavra grega “hairésis”, cujo significado é depreciativo, contrário ao que Deus deseja e espera de sua Igreja. No caso de Atos 28:22, os opositores do Cristianismo o consideram como seita no contexto de religião ilícita. Em 1 Coríntios 11:19, Paulo usa de ironia ao afirmar que os partidos, ou divisões, são necessários para se distinguir o cristão aprovado do não-cristão. Seitas (“facções”) está entre as obras da carne, as quais levarão pessoas à perdição. E em 2 Pedro 2:1, “hairésis” é descrita como ‘destruidora’. Assim, definimos seita, do ponto de vista teológico, como:
“Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas.”[6]
Mas o que seria uma heresia? Refere-se a cada desvio doutrinário ou doutrina antibíblica, defendida pelo grupo, ou seita, que venha a rebaixar a pessoa de Deus (ou o Pai, ou o Filho ou o Espírito Santo). Observe como McKenzie define este vocábulo:
“Heresia (Gr. haeresis, essencialmente no sentido de “tomar”, i. e., “escolher). Na literatura grega tardia o termo designa um sistema ou uma escola filosófica, e é sem dúvida, com base nesse significado que o termo aparece no NT para designar uma seita ou um partido religioso.”[7]
Toda escola filosófica ou partido têm seus pressupostos, e no NT ocorre o uso deste vocábulo para significar seitas e com o tempo, o mesmo termo “hairesis” passou a significar tanto “seita” como os pressupostos, ou ensinos errôneos, das seitas, ao que chamamos de “heresia”. O texto de 2 Pedro 2:1 parece favorecer o entendimento de “hairesis” como “uma opinião escolhida”, pois ali se menciona que os falsos mestres (eles seriam a seita como grupo) introduzindo suas “hairesis apoleías”, ou seja, suas heresias destrutivas ou conforme a versão Almeida Revista e Atualizada “opiniões destruidoras”.[8]
As heresias rebaixam o Deus Triúno, exaltando o pensamento do líder. Elas rebaixam a Palavra de Deus, considerando-a como repleta de mitos e lendas. Certo pastor disse num culto dominical: “A Bíblia tem uns dois mil erros.”
O que fazer diante das heresias das seitas e das igrejas cristãs?
Aos que se dizem nossos irmãos em Cristo que se deixam levar por raciocínios heréticos, sectários, mas que buscam ajuda sincera, precisam ser reajustados na fé. Cabe à liderança da Igreja designar homens maduros, conhecedores da Palavra, para fortalecê-lo na fé. Mas quanto a um destes que já se deixou convencer de suas heresias, Paulo diz o seguinte:
Em outras palavras, depois de a igreja formalmente exortar tal homem com suas divisões (ou heresias, no grego), uma ou duas vezes, não há como tolerá-lo mais em nosso meio. Devemos evitá-lo. Seria a santa intolerância contra alguém que nega a inteira inspiração da Bíblia. E nesses casos, precisamos ser coerentes. Se em nossas igrejas não toleraríamos aqueles que discordam da sã doutrina, jamais deveríamos tolerar a pregação de membros de outras igrejas com fama de serem teólogos liberais, por exemplo. Quanto aos falsos cristãos em nosso meio, depois de muitas tentativas amorosas de membros individuais para restabelecê-los na fé, e de uma ou duas formais da parte da Igreja, caso persistirem em ensinar heresias, as quais violam o corpo de doutrinas centrais da fé, deveriam ser expulsos do nosso meio. Infelizmente, poucas lideranças em nossas igrejas têm coragem para expulsar esses falsos instrutores.
Mas e quantos aos sectários que não estão em nossas igrejas, mas estão convictos de suas crenças? Devemos estudar a sã doutrina para que possamos dar uma resposta eles temperada com sal (Colossenses 4:6). Cremos que devemos ter a mesma paciência com eles que as irmãs têm ao buscar ganhar seus maridos incrédulos através de seu bom comportamento. – 1 Pedro 3:1.
Então, resta-nos orar para permanecermos fiéis à sã doutrina, mesmo que nosso conhecimento não esteja à altura de refutar a argumentação de lobos em nosso meio. Por exemplo, um pastor-professor disse numa sala de aula do terceiro período de um curso famoso de teologia em São Paulo que “pregar sobre Segunda Carta de Pedro é fria, pois além de não ter sido Pedro quem a escreveu, o conteúdo da carta tem elementos questionáveis à doutrina cristã”. Será que a Igreja de onde tal professor é membro não deveria tomar providências para reajustar a fé deste irmão na Palavra de Deus?
Enquanto isso, continuemos lutando para defender a fé cristã. Que você possa através da Bíblia se fortalecer contra as heresias ensinadas tanto em nossas igrejas como nas seitas que lhe assediam sempre, visando desviá-lo do Caminho. – Pr. Fernando Galli.
[1] GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática –Atual e Exaustiva. Página 715. São Paulo : Vida Nova, 1999.
[2] CULVER, Robert D. Teologia Sistemática Bíblia e Histórica. Página 1066. Santo Amaro, SP : Shedd Publicações, 2012.
[3] PFIFFER, Charles & VOS, Howard F & REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Páginas 1663, 1664. Rio de Janeiro-RJ : CPAD, 2010.
[4] O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Volume 7, página 5071, São Paulo : Hagnos, 2001.
[5] Dicionário Vine, página 691, 3a. Edição, CPAD
[6] MARTIN, Dr. Walter. O Império das Seitas, página 11.
[7] McKenzie, John L. Dicionário Bíblico. Página 379. 10ª. Edição. São Paulo : Editora Paulus, 1983.
[8] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Página 247. São Paulo : Vida Nova, 2009.