PERGUNTA – Quando Jesus foi gerado pelo Pai? – Provérbios 8:22-25.

RESPOSTA CRISTà– Um dos temas mais difíceis de se compreender na doutrina da Trindade é: Se Jesus é Deus Unigênito (João 1:18), logo ele é gerado do Pai. Mas se ele é gerado, quando foi que isso aconteceu? Foi na eternidade de Deus, antes de haver o tempo (quer no mundo físico, quer no mundo espiritual), ou depois de Deus ter criado o tempo? E como ele pode ser o mesmo Deus Todo-Poderoso que o Pai, se o Pai não é gerado, mas o Filho sim?

Para respondermos a esses questionamentos, precisamos analisar os textos bíblicos que levaram a Igreja a defender a fé de que Jesus Cristo é o Filho Eterno e gerado do Pai, incriável, sem princípio e sem fim.

1. Jesus não é criado, mas gerado.

Enquanto a Bíblia afirma que os anjos são criados por Deus, lemos em João 1:3 e Colossenses 1:16 que todas as coisas que existem, incluindo principados e potestades visíveis e invisíveis, foram criados por Deus, o Pai, por meio de Jesus. Nas invisíveis, podemos incluir os anjos. Por isso, eles certamente incluem as criaturas que estão nos céus adorando a Deus, em Apocalipse 5:13.

Todavia, de Jesus não se é dito que foi criado, mas gerado. Assim, ele é chamado de Deus Unigênito (João 1:18), ou seja, único Deus gerado. E ‘gerado’ não significa necessariamente ‘criado’. Por exemplo, você foi gerado por seus pais, mas você foi criado por eles? Por isso que se diz que Abraão gerou Isaque, Isaque gerou Jacó, e assim por diante. (Mateus 1:1-17) Portanto, enquanto o verbo ‘criar’ tem mais a ver com o surgimento de alguém, o verbo ‘gerar’ tem mais a ver com a espécie, natureza de alguém. Por isso, humanos geram humanos.

2. Quando Jesus foi gerado?

Se Jesus é gerado, precisamos então determinar “quando” isso aconteceu. E a Bíblia nos dá respostas muito claras sobre isso. Primeiro, antes de mencionar Jesus participando da criação com o Pai, ela nos diz que Jesus estava no princípio com Deus, e depois ela diz que Jesus foi usado por Deus, o Pai, para criar todas as coisas. Veja:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria.” – João 1:1-3.

Quando lemos “todas as coisas foram feitas por intermédio de” Jesus, isto significa que Jesus foi usado para criar o tempo e o espaço, quer no mundo físico e no mundo espiritual. Ou seja, antes de Deus criar tudo, não havia nada além do Ser de Deus que fosse criado, portanto, tão eterno quanto Ele, pois só Deus, com todos os seus atributos inerentes a seu Ser, não possuem princípio e fim, são de eternidade a eternidade. – Salmos 90:2.

Assim, Deus “existe” antes de haver o tempo e o espaço, em qualquer mundo possível. Aliás, essa é uma das maravilhosas diferenças entre Deus e sua criatura – seu estado Eterno. Deus existe antes de todas as coisas criadas e alheias a Ele. Por isso Deus é o EU SOU, pois Ele, desde sempre, jamais precisou viver no tempo e no espaço e antecede eternamente a eles.

Mas e no caso de Jesus? Como Jesus foi usado por Deus, o Pai, para criar todas as coisas, e isto inclui o tempo e o espaço em qualquer mundo possível, então Jesus também precede ao tempo e ao espaço. Logo, ele é Deus, Ele é de eternidade a eternidade, ou seja, suas origens são desde os dias da eternidade. – Miquéias 5:2.

Sendo assim, quando Jesus foi gerado? Não na corrente do tempo e num espaço, em qualquer mundo possível, mas neste estado: “de eternidade a eternidade”, ou seja, na eternidade.

3. Mas o que é ser gerado na eternidade?

Alguns irmãos se perguntam: Mas se Jesus foi gerado na eternidade, então ele passou a existir num determinado momento da eternidade, logo tem um princípio. Todavia, este raciocínio está errado. Não existe tempo na eternidade de Deus, pois tal eternidade é o estado eterno de Deus. É uma realidade só dEle. Tudo o que é inerente ao Ser Eterno é tão eterno quanto Ele, como seu amor, sua sabedoria, seu poder, sua justiça, seu caráter, sua natureza, tudo é parte imutável de seu Ser Eterno. Mas tudo que está fora do ser de Deus – espaço, tempo, criações – tudo tem um princípio. A questão, então é: Se Jesus foi gerado, conforme vimos, antes de haver a criação, incluindo do tempo e do espaço, Jesus é tão Deus e tão eterno quanto Deus, o Pai. Se é tão eterno quanto Deus, o Pai, Ele faz por assim dizer parte do estado eterno de Deus, portanto, é imutável em seu ser.

Ele foi gerado na eternidade na acepção de ser o único Filho de Deus gerado não no tempo, mas no estado eterno, e se não é no tempo e sim no estado, logo sua geração é eterna, ou seja, por assim dizer, essa geração não começa nunca, mas ela É, em Deus, o Pai a sua fonte eterna, sem princípio, sem fim.

Mas a pergunta que surge é: De onde tiramos essas ideias? Da própria Bíblia.

4. A Luz de Provérbios 8:22-25 como prova da geração eterna de Jesus, o Deus-Filho.

A Bíblia chama Jesus de sabedoria de Deus. (1 Coríntios 1:24) Essa sabedoria divina é descrita em Provérbios 8:22-25, de forma poética, e com uma riqueza teológica espantosa, como uma criança, uma menina, que expressa seu relacionamento com Deus da seguinte forma:

Provérbios 8:22 – “O SENHOR me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos”.

A sabedoria de Deus foi criada? Não! Ela faz parte do Ser de Deus. Ela é incriável no sentido literal do verbo ‘criar’, mas em sentido poético, simbólico, ela é criada como a primeira das obras de Deus na acepção de ser possuída, pois na língua hebraica essa tradução é bem possível. Ou seja, o SENHOR Deus possuía a sua sabedoria como a primeira de suas obras. É como na frase:

“O dia criou o lindo sol, como a primeira das obras desse dia.”

Na verdade, o sol já existia. Mas o dia possuiu o lindo sol e foi assim observado como a primeira das realizações desse dia. Da mesma forma, a sabedoria de Deus é possuída e a primeira coisa que se observa nas obras de Deus é sua sabedoria. E Deus é o primeiro a observador isso, e aqui se diz que a própria sabedoria de Deus se dá conta disso, porque ela está sendo aqui personificada poeticamente falando.

Por isso lemos que as qualidades de Deus, incluindo obviamente a sabedoria, seu eterno poder e divindade são percebidos desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas (Romanos 1:20), e em Provérbios 8:22, a própria sabedoria de Deus incriável, mas possuída por Deus – Jesus – se apercebe disso. Sim, Jesus, como Sabedoria de Deus, é incriável e faz parte do estado eterno de Deus.

Provérbios 8:23 – “Fui constituída desde a eternidade, desde o princípio, antes que a terra existisse.”

Aqui o texto explicitamente afirma que a sabedoria de Deus atua desde a eternidade. Mas alguns poderão dizer: “Mas desde a eternidade pode ser traduzido por ‘desde os tempos indefinidos’. É verdade que o vocábulo hebraico pode ser assim traduzido, mas não aqui, porque fala de algo incriável, que é inerente ao ser de Deus – sua sabedoria, entendida como se referindo a Jesus.

Provérbios 8:24 – “Fui gerada antes que houvesse abismos, antes ainda que houvesse fontes cheias de água.”

Então, chegamos ao ponto mais importante para entendermos quando Jesus foi gerado. A sabedoria de Deus FOI GERADA. Quem em sã consciência irá ensinar que ela passou a existir na corrente do tempo e antes ela não existia? Ninguém! Quem em sã consciência irá ensinar que ela passou a existir antes da criação, mas foi gerada (ou passou a existir) num dado “momento” do estado eterno de Deus, como que se “antes” disso Deus não tivesse sabedoria? Ninguém!

Assim, a sabedoria foi gerada na acepção de ser eternamente inerente a Deus, e de ter suas origens na essência e natureza divina. Não há um começo dessa ação de ser gerada. Ela simplesmente é um ato eterno de Deus, de seu estado eterno. Por isso, as origens de Jesus, o Messias, numa leitura mais madura da igreja em relação à leitura judaica, é desde os dias da eternidade, ou seja, desde que Deus é Deus!

Provérbios 8:25 – “Nasci antes que os montes fossem firmados, antes que as montanhas existissem.”

A sabedoria de Deus também nasce, no texto poético. Com isso em mente, alguns hereges imaginam Jesus sendo criado, literalmente nascendo na corrente do tempo. Mas como vimos, a sabedoria de Deus não surge na corrente do tempo, mas faz parte do Ser de Deus. É tão eterna quanto ele. Assim, em vez de pensarmos numa mulher dando à luz um filho, devemos imaginar que a sabedoria de Deus nasce como o sol nasce todos os dias, ou seja, é revelado a nós desde que existe, assim como a sabedoria de Deus é revelada à própria criação de Deus. Mas antes de o sol nascer todos os dias, ele já existe e está escondido atrás do horizonte (assim como um filho antes de nascer já existe e está escondido no ventre da mãe). Então esse nascer da sabedoria não indica a sua criação, mas a sua revelação ao mundo. Por isso, Jesus, como a sabedoria de Deus, nasce para suas criações, pois ele é o herdeiro dela e se revela a ela como que nascendo para ela reconhecê-lo tal como é em todos os momentos do tempo – cada dia, em todo o tempo, amando a própria criação.

Provérbios 8:30, 31 – “Eu estava ao seu lado como arquiteto; a cada dia eu era o seu prazer, alegrando-me perante ele em todo o tempo, 31 alegrando-me no seu mundo, tendo prazer nos filhos dos homens.”

E para terminar a explicação da eternidade dessa sabedoria incriável de Deus, o texto ainda a revela, um pouco mais adiante, como o arquiteto de Deus. Afirmar que uma criatura pode ser o arquiteto de Deus (ou mestre de obras de Deus) é de uma falta de sabedoria abismal. Somente a sabedoria eterna de Deus pode lhe ser um arquiteto (ou mestre de obras). Criatura não supervisiona a obra de Deus. Mas a sabedoria de Deus é o atributo nato de Deus na criação, pois ela é o próprio juiz divino nos atos de Deus. Por isso ela está sempre faz parte de Deus e está ao lado de Deus, poeticamente falando. Na Trindade, Jesus é o próprio Deus, mas está ao lado de Deus, o Pai, no estado eterno, desde o princípio, com Deus, mas é tão divina quanto ele.

Adoremos a Deus, o Todo-Sabio!

Quando o Espírito Santo de Deus nos conduz a essa maravilhosa verdade aqui explicada nas Escrituras, observamos como a sabedoria de Deus é gerada em nossos corações, é criada em nossas mentes, nasce com propósitos em nosso ser, é constituída por Deus desde a eternidade em nós (pois desde seu estado eterno Deus já sabia de nossa existência). Então, nos dobramos diante de Deus e lhe pedimos mais de sua sabedoria para o adorá-lo em nossa pequenez, mas felizes por conhecê-lo e servi-lo, através de Jesus, sua sabedoria eterna e incriável! – Pr. Fernando Galli.

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PERGUNTA – Se Jesus foi ressuscitado com o mesmo corpo, por que nem Maria Madalena o reconheceu (João 20:14), nem os discípulos de Jesus, na estrada de Emaús (Lucas 24:36, 37)?

RESPOSTA CRISTà– Alguns grupos sectários apregoam que Deus deu um sumiço no corpo de Jesus, e que Jesus fora depois dos três dias ressuscitado em espírito. Mas para que ele aparecesse novamente aos discípulos e apóstolos, Deus, o Pai, criou um corpo novo para Jesus*. E as supostas provas para essa crença são os textos de João 20:14 e Lucas 24:36, 37, onde lemos que nem Maria Madalena, nem os discípulos e apóstolos o reconheceram de imediato.

Mas a resposta bíblica e cristã para a pergunta acima é cristalina. Só não vê quem teve os olhos fechados para não perceber. Observe o que diz o relato de Lucas 24:16: “Mas os olhos deles estavam como que fechados, de modo que não o reconheceram. […] Então os olhos deles foram abertos, e o reconheceram; e ele desapareceu de diante deles.”

Os versículos são muito claros. Os olhos deles estavam como que fechados. E quando discerniram que era Jesus, o texto diz que os olhos deles foram abertos. Portanto, o fato de eles não terem reconhecido Jesus, segundo a Bíblia, não se devia a ele ter recebido um novo corpo, já que a Bíblia nada diz a respeito disso. O problema estava com eles! Por quê?

Os olhos deles estarem como que fechados indicava sua falta de fé. O próprio Jesus disse a eles: “Ó tolos que demorais a crer no coração em tudo o que os profetas disseram”. (Lucas 24:25) Além disso, o corpo de Jesus estava glorificado, e evidentemente, com exceção das marcas dos pregos, não continha as expressões de um corpo sofrido. Era um corpo perfeito, com uma aparência diferente, com certeza muito rejuvenescida. Tanto que alguns achavam até que estavam vendo um espírito. (Lucas 24:37) Então, junta-se a falta de fé com o ver um corpo glorificado, pode-se dizer que seus olhos estavam como que fechados, tanto sobrenaturalmente por Deus, como pela falta de fé deles, como pelas circunstâncias de uma aparência glorificada. A maioria dos intérpretes tende a crer que o motivo maior foi a intervenção divina, já que no versículo 31 diz-se que seus olhos foram abertos**; se foram abertos, é porque tinham sido fechados.

No caso de Maria Madalena, pode te sido também por falta de fé, mas acrescenta-se a isso o fato de que ela estava chorando pelo desaparecimento do corpo de Jesus, no momento em que ele aparece a ela (João 20:11-15), de modo que sua decepção também poderia ter atrapalhado o reconhecimento.

Assim, dos motivos alistados acima, todos são bíblicos. Mas afirmar que Jesus materializou-se num corpo parecido, mas diferente, não tem a menor base bíblica. Alguns, no desespero de refutar esta resposta, poderão argumentar: “No antigo sistema de sacrifícios de animais, o corpo do animal sacrificado nunca era devolvido ou reaproveitado, pois isso seria equivalente a anular o sacrifício, então, da mesma forma Jesus não poderia ter dado seu corpo e tê-lo de volta. Bem, nas palavras de Jesus, podia. Pois ele disse: “Dou a minha vida para retomá-la”. (João 10:17) Se dar a vida para retomá-la não anulava o sacrifício, por que dar o seu corpo e tomá-lo de volta anularia? Portanto, muito melhor é crer na ressurreição literal e corporal de Jesus.

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*Veja a pergunta: “Como sabemos que Jesus ressuscitou com o mesmo corpo?”, em Cristologia.

** Quando Deus abre os olhos de alguém, ele passa a ver o que antes não via ou não percebia. Vemos isso quando Eliseu ora para que Deus abra os olhos de seu servo, para que ele não tema o rei da Síria com seu exército numeroso, Deus lhe abre os olhos e o faz ver muitos cavalos e carros de fogo no monte ao redor de Eliseu. – 2 Reis 6:14-17.

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PERGUNTA – Por que Jesus é chamado de “O Verbo (ou a Palavra) de Deus”? – João 1:1.

RESPOSTA CRISTÃ – Em João 1:1, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Conforme o comentarista do Novo Testamento, William Hendriksen,  o vocábulo grego “verbo” para Jesus diz respeito a:

“Uma palavra serve a dois propósitos distintos: a. ela dá expressão aos pensamentos profundos – a alma do ser humano – , e faz com que ninguém esteja presente para ouvir o que é dito, ou ler o que é pensado; e b. ela revela esse pensamento (isto é, a alma de quem fala) aos outros. Cristo é o Verbo (ou a Palavra) de Deus em ambos aspectos: ele expressa ou reflete a mente de Deus e também revela Deus para os homens (1.18; cf. M t 11.27; Hb 1.3).” – Comentário do Novo Testamento – João, p. 111. Cultura Cristã, São Paulo, 2004.

A questão é: Por que e como Jesus Cristo expressa a mente ou reflete a mente de Deus, e revela Deus para os homens? Jesus expressa ou reflete a mente de Deus porque ele mesmo é Deus. Sendo o próprio Deus, ele é “a representação exata” do Ser de Deus, diz Hebreus 1:3. Uma criatura, por mais poderosa que fosse, não poderia ser a representação exata do ser de Deus, devido à infinita distância entre o Criador e sua criatura. “No princípio”, ou seja, desde sempre, Jesus é a representação do Ser de Deus, pois Ele é Deus. 

Por isso, desde a eternidade e na criação, quando Jesus é o meio pelo qual tudo é criado (João 1:3), Jesus é a expressão da Palavra divina. Lemos nos Salmos 33:6: “Os céus foram feitos pela Palavra do Senhor.” Ou seja, foram criados por Jesus! Deus o Pai, pelo poder do Espírito Santo, usa Jesus para criar todas as coisas. Por isso ele é o mesmo Deus que o Pai e o Espírito Santo, já que as Três Pessoas Divinas participam da Criação. 

Através das coisas criadas, as criaturas inteligentes percebem as qualidades divinas de Deus. (Romanos 1:20) Assim, Jesus revela, ou manifesta, quem é Deus ao criar tudo. 

Assim, em termos mais simples, a expressão “Verbo (Palavra) de Deus” significa Deus em ação. A palavra de uma pessoa em ação é a própria pessoa agindo. Por isso que em João 1:1, faz-se questão de afirmar que a Palavra era Deus. – Pr. Fernando Galli.

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PERGUNTA – Quem é Jesus?

RESPOSTA CRISTÃ – Há cinco verdades que não podemos negar ao responder esta pergunta. 1. Jesus é o Deus verdadeiro. (1 João 5:20) Tomé, ao ver Jesus ressuscitado o chamou de meu Deus. (João 20:28) Como Deus, ele é uma das pessoas da Santíssima Trindade, ou seja, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, mas Deus é um só, em três Pessoas Divinas. Por isso, ‘princípio Jesus é Deus e estava com Deus (o Pai e o Espírito Santo). (João 1:1) 2. Jesus é o único Senhor. (1 Coríntios 8:5, 6) Por ser o único Deus, Jesus é o único Senhor, embora as três Pessoas na Trindade sejam chamadas de “Senhor”. Isabel chamou Jesus de Senhor no ventre de Maria. (Lucas 1:43) 3. Jesus é o Criador, junto ao Pai e ao Espírito Santo, de todas as coisas. Na criação, o Pai usou Jesus para criar todas as coisas. (João 1:3; Colossenses 1:15-18). 4. Jesus é o Salvador. Antes de haver mundo, Deus sabia que o homem pecaria, por isso, proveu a salvação do homem, por meio do sacrifício de um homem justo e sem pecado, Jesus. (Hebreus 4:15) Em nenhum outro nome podemos ser salvos, segundo a Bíblia. (Atos 4:12) 5. Jesus é homem. A Bíblia diz que Jesus (o Verbo de Deus) se fez carne. Depois de sua ressurreição, Ele sobe aos céus em seu corpo ressurrecto e glorificado, assim, ele continua sendo homem. (1 Timóteo 2:5) 6. Jesus é Deus e homem. A Bíblia ensina que Jesus, existindo na forma de Deus (sem deixar de ser Deus) ele assumiu a forma humana, de servo. (Filipenses 2:5-8) Então ele possui duas naturezas, a humana e a divina.

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PERGUNTA – Em Filipenses 2:6, na Bíblia das Testemunhas de Jeová, a Tradução do Novo Mundo, verte o texto como se Jesus não tivesse pensado numa usurpação, ou seja, ser igual a Deus. Mas nossas traduções afirmam que Jesus não se agarrou ao fato de ser Deus ao se fazer homem. Qual tradução e mais correta? 

RESPOSTA CRISTÃ – O próprio texto afirma que Jesus existia na forma de Deus, portanto ele era igual a Deus. Mas ele não considerou  isso, ou não seja, não se apegou a isso, e sem interromper a ação de existir na forma de Deus, assumiu a forma humana, de modo que ele pratica duas ações ao mesmo tempo: Existir na forma de Deus e existir na forma humana. Em grego, “existindo” vem de “hyparchon”. Em Romanos 4:19, lemos que Abraão permaneceu firme na fé (ou não enfraqueceu na fé) TENDO (hyparchon) quase cem anos. Ou seja, enquanto ele tinha quase cem anos (ação A), ele permaneceu firme na fé (ação B). Logo, as duas ações acorreram juntas. Da mesma forma, Jesus existindo (hyparchon) na forma de Deus (ação A) assumiu a forma humana (ação B), de modo que Jesus tinha ao mesmo tempo a forma divina e a humana. Então, ele não deixou de existir na forma de Deus para se tornar humano. Depois, vemos que ele não considerou (hegésato, em grego) a igualdade com Deus, ou seja, ele não considerou a igualdade com Deus, ou não deu importância a isso, mas se humilhou assumindo a forma de servo, de homem.

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PERGUNTA – Se Jesus é Deus, por que disse “o Pai é maior do que eu”? – João 14:28.

RESPOSTA CRISTà– No grego, para a palavra “maior”, Jesus usou “maizõn”. Significa “maior na função ou posição”, não maior na natureza. Na Trindade, há três Pessoas distintas, iguais em natureza, essência e substância divina, mas diferentes em posição. O Filho, na relação intratrinitariana é inferior ao Pai em posição e função. Chamamos de subordinação funcional. Mas isto em nada afeta a divindade una do Pai e do Filho. Só para ilustrar, o Presidente da República é maior que você em posição e função, mas igual a você em natureza humana.

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PERGUNTA – O que é a união hipostática de Jesus? 

RESPOSTA CRISTà– Trata-se do termo teológico usado para designar a união das duas naturezas de Jesus Cristo a partir de sua encarnação. Segundo a Bíblia, Jesus não deixou de ser Deus ao se fazer homem, mas “existindo na forma de Deus […] assumiu a forma humana (Filipenses 2:5-8), isto é, enquanto é Deus, assume a forma humana. Em uma só pessoa divina, a de Jesus, há então duas naturezas, a humana e a divina. Como essas naturezas se comunicam, a Bíblia não nos revela muito, mas há uma perninha da teologia trinitária, que procura explicar dentro da limitação humana, tal comunicação, e dá-se o nome a esta comunicação de communicatio idiomatum.

PERGUNTA – Por que teve que ser Jesus, e não um anjo dos céus, ou uma pessoa boa, exemplar, o sacrifício pelos nossos pecados?

RESPOSTA CRISTà– Porque só Jesus poderia ser o mediador entre Deus e os homens. Quando o homem pecou, ele aumentou terrivelmente a distância entre Criador e criatura. Ele se tornou mortal. (Romanos 5:12) O homem não podia ir até Deus resolver o problema, então Deus, na pessoa de Jesus Cristo, veio até nós resolver a questão. E sem deixar de ser Deus, veio como homem. (Filipenses 2:5-8) Ele tinha as duas naturezas, a divina e a humana. Logo, ele estava à altura, por assim dizer, de ser o mediador entre Deus e os homens. O que é um mediador? Quando lemos em 1 Timóteo 2:5 que há um só mediador entre Deus e os homens, temos a palavra grega para mediador “μεσίτης” (mesítes), que designa uma pessoa que, conhecendo muito bem os dois lados de pessoas em desacordo, põe-se no meio para solucionar o problema. No caso de Jesus, apenas ele sabe o que é ser Deus e ser Homem, ao mesmo tempo. Então, o único que poderia resolver o problema do pecado, nos unindo a Deus, é Jesus, perfeitamente Deus, perfeitamente homem. Um anjo poderia até, pelo poder de Deus, se fazer homem, mas não poderia ser Deus. Um ser humano, poderia ser no máximo um homem, mas não Deus. Assim, só Jesus poderia ser nosso único mediador.