BIBLIOLOGIA

INÍCIO            MENU PR. FERNANDO GALLI RESPONDE

PERGUNTA – Como ajudar com a Bíblia aqueles que dão desculpas para não a ler?

RESPOSTA CRISTà– Já notou quantas desculpas foram dadas para não se ter relacionamento com a Palavra de Deus? Vejamos algumas delas e como a própria Bíblia pode ser usada para ajudar quem dá as seguintes desculpas.

1. ESCRITA POR HOMENS. Se levássemos a sério essa desculpa, ela mesma se anularia, pois ela é dada por homens também. Além do mais, há milhões de documentos e histórias escritas por homens que até o presente momento são tidos como narrando verdades. Sobre a Bíblia, ela se refere a si mesma sobre sua autoria: “Homens falaram da parte de Deus, conduzidos pelo Espírito Santo”. (2 Pedro 1:21) Portanto, cabe ao leitor examinar se a Bíblia diz a verdade ou não.

2. LIVRO PARA IDOSOS. Alguns chegam a essa conclusão porque a Bíblia é um livro antigo, que narra histórias antigas. Mas na escola essas mesmas pessoas deram crédito a histórias antigas, como o descobrimento do Brasil, a queda do Império Romano, o domínio dos Faraós do Egito, e ainda acreditam que a vida surgiu na terra há milhões de anos, e que os escritos arqueológicos nas cavernas narram verdades sobre o homem na terra a centenas de milhares de anos. E aprenderam a crer nisso enquanto eram jovens! Sendo assim, jovens gostam de histórias antigas. Mas nenhuma delas ajudam o jovem tanto quanto a Bíblia. Ela diz sobre eles: Como o jovem guardará puro o seu caminho? Vivendo de acordo com a tua palavra. – Salmos 119:9.

3. LIVRO PARA JOVENS. Essa desculpa surge na mente de idosos que não têm mais tanta vontade de aprender através da leitura. Mas a Bíblia diz sobre a instrução dos pais aos filhos na Palavra: “Instrui a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando [a criança] envelhecer não se desviará dele”. (Provérbios 22:6) Assim, idosos podem ser felizes por seguir o caminho de Deus escrito na Bíblia, e jamais se desviar dele na velhice.

4. DIFÍCIL DE SE INTERPRETAR. Essa desculpa se baseie numa verdade. Mas não significa que não se pode interpretá-la corretamente. A própria Bíblia nos garante: “Se clamares por discernimento e levantares tua voz por entendimento; se o buscares como quem busca a prata e o procurares como quem procura tesouros escondidos; então […] acharás o conhecimento de Deus. Pois o SENHOR dá a sabedoria; o conhecimento e o entendimento procedem da sua boca.” (Provérbios 2:3-6) Como se busca discernimento, entendimento, conhecimento e até sabedoria para interpretá-la? Sozinho? Não! A maioria dos que dão a desculpa acima não vivem como igreja, não tiram do proveito de que nela Deus proveu mestres para a edificação do corpo. (Efésios 4:11, 12) Nem se esforçam em aprender com pastores-mestres, muito menos participam de escolas bíblicas. E como resultado, o Espírito Santo não conduz essas pessoas a toda verdade (João 16:13, 14), pois elas gostam de fazer NADA para desenterrar as verdades da Bíblia da mesma forma como o fariam se descobrissem que no fundo de suas casas há um tesouro enterrado ali. 

5. POSSUI DOIS MIL ERROS. Essa desculpa se baseia no que chamo de fake news do inferno. Quem propaga essa mentira não conhece os idiomas originais, muito menos sabe lidar com as milhares de cópias de manuscritos, as quais nos ajudam a reconstruir o texto sagrado com exatidão. Mas o próprio Jesus disse sobre tudo o que pode ser dito como palavra de Deus: “A tua palavra é a verdade”.[1] – João 17:17. 

6. CONTÉM PALAVRAS DE DEUS E DO HOMEM. Os que dão essa desculpa geralmente consideram palavras de homens na Bíblia os versículos que condenam seus modos de vida como errôneos. Mas quando se deparam com versículos que não os condenam ou os ensinam a se corrigir, ou então expõem as práticas erradas do vizinho, aí sim eles dizem: “Fala Deus!” Mas a Bíblia diz sobre si mesma: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”. – 2 Timóteo 3:16.

7. NÃO TENHO TEMPO DE LÊ-LA. Na verdade, essa desculpa é dada por aqueles que, depois de trabalhar (ou não fazer nada), chegar em casa e gastar horas com TV e Internet, nem se lembram de que existe uma Bíblia em algum lugar da casa deles. Cabe a cada pessoa organizar seu tempo e deixar o melhor dele para Deus. Pois a Bíblia diz que há um tempo para todo propósito debaixo do céu. Eclesiastes 3:1.

8. CONTRADITÓRIA[2] E REPLETA DE INVERDADES.[3] Alguns CRÍTICOS dela, por não procurar a correta compreensão dos textos, é que chegam a conclusões precipitadas sobre ela. Mas a Bíblia diz que “Deus não pode mentir”(Tito 1:2) Logo, ela não se contradiz, nem possui mentiras ou inverdades em seus escritos originais. Embora nas cópias dos originais observam-se erros e contradições em vários manuscritos, isto não significa que eles estavam nos originais. Além do que, é possível reconstruir o texto sagrado substancialmente como era nos originais pela comparação de tais cópias não inspiradas. E em versículos onde há problemas difíceis de se resolver, o conteúdo nada tem a ver com doutrinas centrais ou questões de salvação, mas com datas, lugares e pormenores triviais.

Portanto, precisamos ler e confiar nela como Palavra inspirada, inerrante e verdadeira de Deus. Sobre as verdades de Deus escritas na Bíblia, lemos: “Não afastes de tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de obedecer a tudo o que nele está escrito; assim farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”. – Josué 1:8. – Pr. Fernando Galli.

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[1] Hendriksen afirmou: “Esta verdade é encarnada em Cristo, nele somente. Ele é a verdade (ver João 14.6). Entretanto, a palavra do Pai, que fora dada aos discípulos, deve ser a fonte da verdade para esses homens quando Jesus não mais estiver pessoalmente com eles. Essa palavra é a verdade. Ela é totalmente infalível.” – Comentário do Novo Testamento – João, p. 769.

[2] Bahnsen, num livro organizado e editado por Norman Geisler, em Inglês, declara sobre a inerrância bíblica: “Cada palavra da Bíblia é, por seu próprio testemunho a si mesma, infalivelmente verdadeira [cf. Mt 5.18; Is 45.19; Sl 119.160; Jo 17.17]… [Assim], a Bíblia é ‘absolutamente sem erros’ em qualquer um dos assuntos que menciona em seu ensino – seja declarações sobre história, história natural, etnologia, arqueologia, geografia, ciência natural, fato histórico ou físico, princípio psicológico ou filosófico ou doutrina espiritual e deveres”. – Inerrancy, pp. 152, 153.

[3] Schwertley defende a inerrância bíblica da seguinte forma: “A doutrina da inspiração, inerrância e autoridade da Bíblia repousa na doutrina de Deus. Se Deus é absolutamente soberano (Gn 14.19; Ex 18.11; Dt 10.14, 17; Jr 27.5; Ap 19.6, etc.), conhece todas as coisas (Hb 4.13; Rm 11.33) e não pode mentir (Hb 6.18) ou mudar (Sl 102.27; Tg 1.17), então tudo o que Ele diz deve ser absolutamente verdadeiro.” – O Modernismo e a Inerrância Bíblica, p. 46.

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PERGUNTA – Como o cristão deve encarar a Bíblia, a Tradição e os livros que falam sobre a Bíblia e a fé da Igreja?

RESPOSTA CRISTÃ – A Igreja Cristã professa a Bíblia como única regra de fé e prática, portanto, suficiente para o cristão conhecer a verdade.[1] Muito mais do que expressão de fé da Igreja, é a Palavra de Deus escrita e inspirada. Cremos assim porque é o Espírito Santo de Deus quem nos convence, não a partir de tradições humanas, mas das Escrituras. Veja por que devemos crer apenas na Bíblia como inspirada por Deus.

(1) Não somos autorizados a encarar como inspirados outros escritos além da Bíblia. O apóstolo Paulo escreve a Timóteo: Toda a Escritura é divinamente inspirada (2 Timóteo 3:16, 17), mas também alerta a não irmos além do que está escrito. (1 Coríntios 4:6) Todos aqueles que acreditam em livros ou em tradições tão inspiradas quanto a Bíblia precisam admitir que seus ensinos religiosos não estão apenas nas Escrituras, mas vão além delas. E isso é pecado, um desrespeito à prática judaico-cristã de dar crédito apenas ao que está escrito.

(2) Lemos em Judas 3 que a fé, ou os ensinos inspirados por Deus, foi entregue aos santos; não diz que tem sido entregue aos santos, como se fosse algo contínuo. Deus pôs este versículo nas Escrituras para mostrar que, embora Deus usou a Igreja para escrever os escritos inspirados, a igreja precisa reconhecer que essa fé já foi dada, portanto, basta segui-la, sem modificá-la. Portanto, não creia em livros e tradições tão inspiradas quanto a Bíblia. Confie nela!

(3) Deus também deixou um alerta no último livro inspirado da Bíblia, no Apocalipse de João, contra acrescentar ou remover algo das Escrituras. (Apocalipse 22:18, 19) Paulo alertou a nem se crer em evangelhos além do que ele pregava, pois seria uma maldição. (Gálatas 1:8) Portanto, não creia em histórias de homens, muitas vezes baseadas em paganismo, pois podem enganar você e levá-lo a duvidar da Bíblia.

(4) Quando Paulo adverte ficai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas oralmente ou por carta nossa (2 Tessalonicenses 2:15), tais tradições são ensinos apostólicos e do próprio Cristo que eram ensinadas nas igrejas cristãs. Não se tratava de doutrinas que jamais foram ensinadas por Cristo e seus apóstolos. Assim, pergunte-se: Aquilo que a minha igreja ou eu ensino tem apoio nos ensinos de Jesus e dos apóstolos? (Leia Efésios 2:20) Por isso Paulo alerta contra os ensinos que não são segundo o Cristo. – Colossenses 2:8.

(5) Então, um cristão sério, membro de uma igreja local correta, sempre se pergunta ao tomar decisões: “O que as Escrituras Sagradas dizem?” Quem age assim evita erros, pois sempre sua doutrina e modo agir como igreja terão respaldo na Palavra de Deus.[2]

Por isso, ame-a como o salmista que disse: Como amo tua lei! Ela é minha meditação o dia todo. – Salmos 119:97.

Preocupe-se com ela o dia todo, sem fanatismo, sem exagero, mas com o coração inclinado para cumprir a Palavra do Senhor. Pois o salmista ainda canta: Tua palavra é lâmpada para meus pés e luz para meu caminho. – Salmos 119:105.

Portanto, tome cuidado com ensinos que a Bíblia jamais ensina[3]. Imite os cristãos bereanos que examinavam diariamente as Escrituras para ver se as coisas eram de fato assim. – Atos 17:11.

Quanto mais você examinar as Escrituras com humildade e dependência de Deus, mais você saberá distinguir o certo do errado. (Hebreus 5:14) Quanto mais você manejar a Palavra de Deus (2 Timóteo 2:15), mais apto você estará para defender sua crença. E lembre-se: Quem foge da Bíblia para apregoar inverdades, foge do próprio Deus, a fonte de toda verdade nela revelada. – Pr. Fernando Galli.

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[1] Sobre a Bíblia ser suficiente, Gruden escreveu: “A suficiência da Escritura significa que a Escritura continha todas as palavras de Deus que ele pretendeu que seu povo tivesse em cada estágio da história redentora, e que agora ela contém tudo o que precisamos que Deus nos diga para nossa salvação, para confiarmos nele plenamente, e para que lhe obedeçamos perfeitamente.” – Wayne Gruden. Manual de Teologia Sistemática, p. 60.

[2] John Stott escreveu um princípio interessante, que pode ser usado contra aqueles que partem de suas experiências pessoais para interpretar a Bíblia: “A experiência jamais deve ser o critério da verdade; a verdade tem sempre de ser o critério da experiência.” – John Stott. Cristianismo Autêntico, p. 173.

[3] Em 2 Pedro 2:1, fala-se de falsos mestres introduzirem heresias destruidoras. Heresias, do grego haireseis, denota “as atividades dos falsos mestres que negam a Cristo”. – Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 619. Volume 1. 

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PERGUNTA – Podemos ter certeza de que a Bíblia é a Palavra de Deus?

RESPOSTA CRISTÃ – A Bíblia diz: Toda a Escritura é divinamente inspirada. (2 Timóteo 3:16) Isto significa que homens falaram da parte de Deus, conduzidos pelo Espírito Santo. (2 Pedro 1:21) Deus, pelo poder e atuação do Espírito Santo, moveu pessoas a pessoas a escrever exatamente o que Deus queria. Mas quais são as evidências da inspiração da Bíblia?

1. A Harmonia Interna. A Bíblia foi escrita originalmente em três idiomas: Em hebraico e pequenos trechos em aramaico, para os trinta e nove livros que compõem o Antigo Testamento, e em grego, para os vinte e sete livros que compõem o Novo Testamento. Esse processo levou cerca de 1500 anos, mais ou menos do ano 1400 a.C. até o ano 98 d.C.. Todos os cerca de quarenta escritores usados para escrever os sessenta e seis livros da Bíblia viveram em épocas distintas, com idiomas, cultura, profissões e níveis sociais diferentes. Mas todos escreveram uma mensagem harmoniosa, sem contradições.

2. Os benefícios para seus leitores. Ela é inspirada por Deus e proveitosa para para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar toda boa obra. (2 Timóteo 3:16b, 17) Os que praticam a Palavra de Deus têm mudado de vida, através de suas verdades, abandonando vícios ou imundícies da carne e do espírito (2 Coríntios 7:1), as obras da carne pelo fruto do Espírito (Gálatas 5:19-23), passando a ter uma família mais feliz onde maridos, esposas e filhos cumprem com seus papéis familiares. (Efésios 5:22-6:4) Além disso, passam a ter um relacionamento com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. – João 14:23; 1 Coríntios 6:19.

3. Cientificamente correta. A Bíblia não é um livro de ciência, mas aborda verdades cientificamente comprovadas. A ciência arqueológica comprova a existência de quase todos os personagens principais, bem como cidades e locais bíblicos. A ciência da astronomia comprovou há muito que as palavras de Jó 26:7, escritas há cerca de três mil anos atrás estavam corretas: Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. São apenas alguns exemplos.

4. Suas profecias. A Bíblia afirma sobre Deus: Sou eu que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam. (Isaías 46:10) Se Deus anuncia o futuro, então a Bíblia é a Palavra de Deus, pois nela encontramos profecias divinas. Muitas já se cumpriram. No Antigo Testamento, por exemplo, foi predito que Jesus nasceria da tribo de Judá e descendente de Davi (Gênesis 49:10; 2 Samuel 7:12, 13; Mateus 1:1), que Ele nasceria em Belém (Miquéias 5:2a; Mateus 2:1, 2) que Ele levaria nossos pecados (Isaías 53:5; João 1:29), que Ele seria traído por trinta moedas (Zacarias 11:12, 13; Mateus 27:3).

5. O testemunho de Jesus Cristo. O Filho de Deus disse: A tua palavra é a verdade. (João 17:17) Disse também: A Escritura não pode ser anulada [ou falhar]. (João 10:35) Então, Jesus cria como verdadeira a Escritura inspirada.

6. A convicção que o Espírito Santo nos dá. De acordo com a Bíblia, é o Espírito Santo quem a inspira e quem conduz os salvos a toda a verdade. (João 16:13, 14) Sendo verdade a inspiração da Bíblia, quando um salvo crê nela não é apenas por tradição ou mera credulidade, como acontece com os não-crentes. Trata-se de Ele nos convencer a receber as Escrituras como inspiradas por Deus. – 1 Tessalonicenses 2:13. 

Portanto, não duvidamos da inspiração da Bíblia. Que tenhamos prazer nos decretos de Deusnão nos esqueçamos de sua palavra. – Salmos 119:16.

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PERGUNTA – O que é mais importante, a Bíblia ou a Igreja? 

RESPOSTA CRISTà– Essa pergunta me vale igual a esta: Quem é mais importante, minha mãe ou minha esposa? As duas são muito importantes. Sem minha mãe, eu não teria nascido. Sem as Escrituras, a Igreja não teria regra de fé e prática. Sem minha esposa, eu não teria minha família. Sem meus irmãos em Cristo, eu não teria uma família cristã. 

Do ponto de vista da interdependência, a Igreja (povo de Deus) não seria Igreja como é sem a Bíblia, mas a Bíblia, enquanto palavra de Deus escrita, não teria sido o que é sem a Igreja (povo de Deus). 

Quanto à natureza, a Bíblia é a palavra de Deus (1 Tessalonicenses 2:13) e a Igreja o Corpo de Cristo (1 Coríntios 12:27). Ou seja, tanto a Bíblia quanto a Igreja procedem de Deus em sua natureza. 

Todavia, alguns dirão que quanto ao tempo, a Igreja, ou o povo de Deus, existe antes da Bíblia e esta certamente deixará de existir na eternidade. Para não haver recordação das coisas anteriores nos novos céus e nova terra (Isaías 65:17; 2 Pedro 3:13) creio que não teremos lá leituras dos pecados registrados na Bíblia. Naquele paraíso, de que proveito seria ler Davi adulterando com Bate-Seba e tramando a morte do esposo dela? Ou de Judas traindo a Cristo? Ou de Pedro negando Jesus? Mas a Igreja, corpo de Cristo, durará para sempre, pois teremos vida eterna e seremos participantes da natureza divina. (2 Pedro 1:4) Mas outros vão objetar isso por afirmar que a Bíblia veio depois do povo de Deus na forma escrita, pois como Palavra de Deus ela é eterna, já que Cristo é a Palavra de Deus (João 1:1), a palavra de Deus no decreto “haja luz” remonta à origem de tudo. – Gênesis 1:3.

Sendo assim, creio que a Igreja e a Bíblia, sejam muito importantes, mas enquanto palavra escrita em si, principalmente quando narra pecados, não será mais lembrada na eternidade. Teremos novas palavras de Deus, em vez da atual, e talvez nem se chame Bíblia. Mas o corpo de Cristo será eterno. É apenas a minha opinião. O importante é que enquanto não estivermos na eternidade possamos nos alimentar ricamente da Bíblia e a viver da melhor forma no Corpo de Cristo. 

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PERGUNTA – Que cuidados devemos ter ao interpretar o Apocalipse? 

RESPOSTA CRISTà– O Apocalipse não é um mero texto narrativo, como os evangelhos, ou Atos dos apóstolos. Há muita linguagem simbólica nele. Não podemos, assim, ser literais em tudo. E também nem tudo é simbólico. Com oração, humildade e muito estudo, o intérprete do Apocalipse deve saber diferenciar o que é símbolo (sinais) e o que é literal. Por exemplo, a estrela que cai do céu a terra (Apocalipse 9:1-11), e que faz um enorme buraco, de onde sai uma fumaça negra e gafanhotos com calda de escorpiões para atormentar cinco meses a população da terra – todos esses elementos no texto são simbólicos. O bom juízo já nos faz pensar assim, pois uma estrela, no mínimo milhares de vezes maior que a terra, não faria um buraco na terra, mas sim a terra um pequenino buraco na estrela. Sendo assim, precisamos ver o que estrela, buraco, fumaça negra, gafanhotos, escorpiões significam em outros livros da Bíblia para chegarmos a uma interpretação puramente bíblica, e não meros achismos. Por exemplo, não podemos pôr significados no texto apocalíptico que a Bíblia não endossa. As duas testemunhas, em Apocalipse 11:2, que profetizarão por 1260 dias, com certeza não se referem ao Pelé e ao Neymar Jr, nem a besta de sete cabeças e dez chifres são as sogras, pois no restante da Bíblia não encontraremos apoio para tal interpretação. Entre os intérpretes do Apocalipse, há várias interpretações divergentes, mas elas são interessantes quando seguem bons métodos de interpretação e não fazem “eisegese”, ou seja, põem no texto o que eles e não o autor sagrado com certeza não pretendeu ensinar. Portanto, cuidado com o literalismo aio interpretar o Apocalipse. 

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