INTRODUÇÃO

Os grupos heterodoxos têm crenças muito estranhas à fé cristã sobre os acontecimentos relacionados ou com a escatologia pessoal (vida após a morte) ou à volta de Cristo, isto quando creem nela.

APOSTÓLICA ROMANA – Afirmam que depois que o salvo morre, ele precisa ir a um purgatório, a fim de se purificar o suficiente para entrar nos céus.

“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu.” [1]

Argumento da ICAR – Quando Jesus disse que o pecado contra o Espírito Santo não tem perdão nem neste mundo, nem no que há de vir (Mateus 12:32), isso prova que há pecados que podem ser perdoados no mundo vindouro, e isso ocorre no purgatório. Lemos também em 1 Coríntios 3:13-15 fala sobre as obras do salvo serem queimadas, e essa pessoa será salva como quem passa pelo fogo, e isso ocorre no purgatório. E em 2 Macabeus 12:46 fala-se sobre a prática de oferecer sacrifícios expiatórios em favor dos mortos para livrar suas almas de suas faltas. E isso ocorre no purgatório.

RESPOSTA CRISTÃ

  • Nem Jesus, nem os apóstolos, falaram sobre o Purgatório. Na verdade, essa crença foi inserida nas doutrinas da ICAR nos Concílios de Florença (1431 a 1428) e de Trento (1545 a 1563).
  • Em Mateus 12:32, e no restante da Bíblia, nada indica que nesse mundo vindouro seja o purgatório. Jesus simplesmente quis dizer que não há perdão para o pecado contra o Espírito Santo nem nessa vida, nem para onde os condenados vão – ao inferno, o mundo vindouro para os perdidos.
  • Em 1 Coríntios 3:13-15 não fala do purgatório, ou da vida após a morte, mas daquele dia, ou seja, o dia do juízo. Aquilo que fizemos ou deixamos de fazer para Jesus Cristo será revelado. Mesmo salvos, muitos deixarão ou não de receber bênçãos, conforme suas obras.
  • Sobre 2 Macabeus 12:46, não aceitamos esse livro como parte das Escrituras Sagradas. Nem os judeus criam nisso. E não estamos a fim de encaram como inspirado um livro que termina assim: “Eu igualmente termino o meu relato. Se ele estiver bem e adequadamente composto, era justamente o que eu queria. Mas se for imperfeito e medíocre, fiz o melhor que pude.” – 2 Macabeus 15:38.

IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA – AFIRMAM QUE QUANDO O PAPA DECRETAR A GUARDA DOMINICAL (666), QUEM NÃO GUARDAR O SÁBADO PERDERÁ A SALVAÇÃO.

“A questão derradeira envolverá adoração falsa e verdadeira, o verdadeiro e o falso evangelho. Quando essa questão for claramente colocada diante do mundo, aqueles que rejeitam o memorial divino da criação, o sábado bíblico, escolhendo adorar e honrar o domingo, mesmo depois de ter pleno e cabal conhecimento de que este não é o dia apontado por Deus para a adoração, receberão a “marca da besta”.”[2]

“Portanto, a habitação santificadora do Espírito Santo na vida é o selo da salvação do crente, que permanece nele enquanto este permitir que o Espírito Santo o conduza “a toda a verdade” (João 16:13). No conflito final entre a verdade e o erro, a humanidade acabará se polarizando entre os que observam o sábado bíblico instituído por Deus e os que veneram o domingo de origem pagã. Nesse contexto, o sábado assumirá a função de sinal escatológico de lealdade incondicional a Deus.”[3]

Argumento da IASD – “A Bíblia menciona que o sábado é sinal (ou selo identificador) entre Deus e seu povo. (Êxodo 31:13) Trata-se do mesmo selo que o anjo traz com ele em Apocalipse 7:2 e que o povo de Deus tem simbolicamente na fronte, conforme Apocalipse 9:4) Por outro lado, o número 666 que a besta de Apocalipse 13:11-18 faz com que seus seguidores tenham na mão ou na fronte refere-se à guarda do domingo.”

RESPOSTA CRISTÃ

  • O sábado, no contexto judaico, é um sinal para sempre entre Israel e Deus. Ou seja, em toda a história humana, sempre, saberemos desse sinal entre Deus e Israel. Mas embora vejamos na história do NT e da Igreja Cristã uma preocupação de se manter um dia de guarda, o sinal identificador do cristão, em qualquer momento da história da Igreja, é o amor ao próximo. – João 13:34, 35.
  • O número 666 nada tem a ver com a guarda do domingo. O “666” é uma referência ao domínio imperfeito e finito (limitado) do anticristo na terra. Na Bíblia, o número “6” ocorre algumas vezes para descrever uma aberração da obra de Deus. Por exemplo, em 2 Samuel 21:20 fala de um gigante com seis dedos em cada mão e pé. Uma aberração da obra de Deus. Assim, o “666” é uma ênfase de imperfeição. É o nome ou marca registrada de tudo o que sempre foi, é e será anticristo.
  • E considerar o dia sabático no domingo não é pecado, muito menos pagão, pois até mesmo Deus chamou de sábados dias que não caíam no sábado. Por exemplo, em Levítico 16:29 menciona o décimo dia do mês que não caía num sábado, mas que seria considerado um sábado.
  • Apregoar a perda da salvação pela não-guarda do sábado.
  • Convém lembrar que a IASD surgiu no início do século XIX prevendo a volta de Jesus para 21 de março de 1843 e depois para 22 de outubro de 1844. Como nestas datas nada aconteceu, a IASD inventou que Jesus começou nesta última data a obra do juízo investigativo.

MORMONISMO – APREGOA QUE ALGUNS QUE ESTIVEREM NO INFERNO PODERÃO SAIR DE LÁ E VIVEREM PARA SEMPRE NO REINO TELESTIAL.

“É a morada temporária, no mundo espiritual, dos espíritos daqueles que foram desobedientes na mortalidade. Nesse sentido o inferno terá fim. Ali os espíritos aprenderão o evangelho e em alguma época após o arrependimento ressuscitarão para o grau de glória que merecem. Os que não se arrependerem, mas não forem filhos de perdição, permanecerão no inferno durante todo o milênio. Após esses mil anos de tormento serão ressuscitados para a glória telestial.” [4]

Argumento Mórmon – “Se a Bíblia ensina que Jesus pregou no inferno aos espíritos em prisão (1 Pedro 3:19), isto significa que ele tinha esperança de que alguns se convertessem lá. E como Jesus quis que pregássemos aqui na terra, onde há possibilidade de conversão, por que não pregaríamos lá no inferno, onde também há uma possibilidade de conversão?”

RESPOSTA CRISTÃ

  • A Bíblia não ensina qualquer possibilidade de perdão para os perdidos. Jesus disse, por exemplo, não haver perdão para o pecado contra o Espírito Santo nem neste mundo, nem no que há de vir. (Mateus 12:31, 32) E o pecado contra o Espírito Santo é exatamente nunca ter sido convencido pelo Espírito Santo do pecado. (João 16:8) É morrer sem arrependimento, sem conversão, marca registrada de todo não-salvo. É viver até a morte indisposto para o perdão, de forma empedernida, disposta a não mais ouvir a voz do Espírito, escutar seus impulsos.[5]
  • Não se prevê nas Escrituras o fim para o tormento eterno para alguns. Serão atormentados dia e noite, pelos séculos dos séculos. – Apocalipse 20:10.
  • Para os cristãos protestantes, ou Jesus pregou a salvação aos ímpios da época do dilúvio, através de Noé, e essas pessoas nos dias de Pedro (quase três mil anos depois) eram já espíritos em prisão, ou após sua ressurreição e ascensão aos céus proclamou sua vitória sobre a morte aos anjos caídos.[6]

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ – APREGOAM QUE JESUS CRISTO COMEÇOU A REINAR NOS CÉUS EM 1914, ANO EM QUE SATANÁS FOI EXPULSO DOS CÉUS.

“● A Bíblia predisse um período de “sete tempos”, após o qual Deus entregaria o governo mundial ao escolhido por ele. (Daniel 4:3-17)

  • “Sete tempos” = 2.520 anos. (Veja Revelação 11:2, 3; 12:6, 14; Ezequiel 4:6.)
  • Começo dos “sete tempos”: 607 AEC. (Ezequiel 21:25-27; Lucas 21:24)
  • Fim dos “sete tempos”: 1914 EC. Jesus Cristo foi então entronizado no céu, começou a reinar no meio dos seus inimigos. (Salmo 110:1, 2) Satanás foi expulso do céu; ai da humanidade. (Revelação 12:7-12) Início dos últimos dias. (2 Timóteo 3:1-5)”.[7]

Argumento TJ – Satanás não poderia ter sido expulso dos céus logo após a rebelião no Jardim do Éden, nem logo após a morte e ressurreição de Jesus, pois em Apocalipse 12:7-12 diz que depois da expulsão de Satanás e seus demônios, eles sabem que lhes restam um curto período de tempo. E é por isso também que a data de 1914 está correta, pois assim que Jesus começa a reinar nos céus, ele expulsa o diabo e seus anjos.

RESPOSTA CRISTÃ

  • Os sete tempos de Daniel 4:3-17, 25-27 se cumpriram no próprio Nabucodonosor. Os sete tempos se referiam ao tempo total que Nabucodonosor viveria como animal, comendo grama com os bois, até que ele reconhecesse o Deus da Bíblia como o verdadeiro. Quando isso acontecesse, o reino voltaria para ele. E em Daniel 5:34-37 mostra que Nabucodonosor reconheceu o altíssimo como o Deus soberano, e toda a profecia dos sete tempos se cumpre.
  • Assim, os sete tempos de Daniel 4:3-17, 25-27 nada têm a ver com os 1260 dias ou de Apocalipse 11:2, 3; 12:6, 14), muito menos com um período de 2520 anos a serem contados do ano 607 a.C. até 1914 d.C..
  • Jesus é o Rei dos reis. (Apocalipse 19:13) Como pode o Rei dos reis reinar desde 1914, ou seja, há apenas 105 anos (até 2019)?
  • Satanás, mesmo sendo expulso logo depois da rebelião do Éden, ou logo depois da morte e ressurreição de Cristo, saberia que tem um curto período de tempo, pois o tempo que lhe restasse era curto em relação a todo o seu período de existência. Assim, o curto período de tempo que resta ao diabo é em relação a todo o período de existência dele, não ao nosso.

ESPIRITISMO KARDECISTA – NEGA A VOLTA DE CRISTO EM CORPO GLORIOSO E ACREDITA EM REENCARNAÇÕES FUTURAS EM MUNDOS MAIS EVOLUÍDOS. 

“A volta do Cristo não é o retorno de Jesus corporificado. Trata-se do seu pensamento que volta mediante as lições do bem, da solidariedade, construindo um mundo melhor. Desse modo, acredito sim, que o Cristo já voltou.” [8]

“Vários Espíritos que animaram pessoas conhecidas sobre a Terra, disseram estar encarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e ficaram admirados de ver, nesse globo tão adiantado, homens que, na opinião do nosso mundo, não eram tão elevados.”[9]

Argumento Espírita Kardecista – “Cristo sempre retorna quando recebemos seus ensinos. Por pensarmos assim, jamais achamos que ele demora. Quem demora somos nós! Paulo, o médium, ensinou-nos a nunca esperar pela volta de Cristo como se ela estivesse próxima.” – 2 Tessalonicenses 2:1, 2.

RESPOSTA CRISTà

  • Jesus ensinou que ele voltará. – Mateus 14:1-3; 25:31.
  • Os anjos ensinaram que Jesus voltará. – Atos 1:11.
  • Os apóstolos ensinaram que Jesus voltará. – Tito 2:13.

CONCLUSÃO

Portanto, com essas refutações acima, temos plena certeza de que os ensinos analisados desses grupos heterodoxos não estão em harmonia com a Bíblia. Cabe a nós conhecermos, assim, a doutrina dos eventos futuros e nos apresentarmos como instrumentos de Deus para evangelizarmos com amor esses movimentos.

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[1] Catecismo da Igreja Católica, p. 290, Item 1030, Edições Loyola: São Paulo, 1999.

[2] CPB. Nisto Cremos, p. 219. Versão Online. http://www.verdadeonline.net/textos/nisto-cremos-adventista.pdf

[3] Internet: http://www.centrowhite.org.br/perguntas/perguntas-e-respostas-biblicas/o-selo-de-deus-e-o-sabado-ou-o-espirito-santo/

[4] Doutrinas & Convênios, 76:81-86; 88:100, 101. O Livro de Mórmon, 1995, Guia Para Estudos das escrituras (Apêndice), pp. 103, 104, verbete INFERNO.

[5] William Hendriksen. Comentário do Novo Testamento, pp. 38, 39. Mateus, Volume 2. Cultura Cristã : São Paulo, 2001.

[6] Simon Kistemaker. Comentário do Novo Testamento, pp. 199, 200. Epístolas de Pedro e Judas. Cultura Cristã : São Paulo, 2006.

[7] Torre de Vigia. Sobrevivência, p. 27, TABELA.

[8] Internet. Divaldo Franco. https://radioboanova.com.br/estudo_espirita/o-cristo-esta-na-terra/

[9] Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, página 114, nota de rodapé, 3a. Edição, Editora Boa Nova.