Introdução

Na aula de hoje daremos continuidade aos argumentos que provam a pessoalidade do Espírito Santo, e também iremos dar provas bíblicas de que além de ser pessoa, Ele é o único Deus verdadeiro.

III. A Obra em Si do Espírito Santo para com os Crentes como Prova de sua Personalidade.

a. Ensina e faz lembrar do que aprendemos. Ou seja, ele se importa com o que sabemos para que possamos praticar. – João 14:26.

O Espírito Santo é enviado pelo Pai em nome de Jesus (João 14:26) como também é enviado por Jesus da parte do Pai. (João 15:26) Ou seja, assim como Jesus é enviado e é um ser pessoal, o Espírito Santo é enviado pelo Pai e pelo Filho, e é um ser pessoal.

O Espírito Santo nos ensina. Provavelmente, nos ensina a entender o que Jesus nos ensinou, ou nos revela ensinos que Jesus não tinha ensinado ainda, devido ao fato de os discípulos e apóstolos não estarem preparados ainda para ouvir certas verdades de Cristo. – João 16:12.

O Espírito Santo nos faz lembrar. Neste relacionamento pessoal com os crentes, nós fazemos a nossa parte em conhecer as Escrituras e as palavras de Jesus, e o Espírito Santo nos ajuda a lembrar, não apenas por palavras virem à nossa mente, mas ao nosso coração, de modo que possamos não apenas saber, mas fazer. – João 13:17.

Lembrando que o Espírito Santo só nos transmite daquilo que ouve do Pai. (João 16:13, 14) Sendo assim, a obra do Espírito Santo de nos ensinar e nos fazer lembrar (portanto, de se relacionar conosco) é o resultado do relacionamento intratrinitariano dEle com o Pai e o Filho.

b. Guia e dá certeza da filiação. Todos os filhos de Deus são guiados pelo Espírito Santo. – Romanos 8:14-17.

O Espírito Santo não nos guia como uma mera placa ou simples mapa podem nos guiar. Ele se relaciona com os filhos de Deus dando a certeza com o espírito de cada crente de que este é um filho de Deus. Sobre este guiar ou conduzir do Espírito, lemos:

“É a constante, eficaz e beneficente influência que o Espírito Santo exerce no âmago do coração e da vida dos filhos de Deus, capacitando-os a cada vez mais esmagar o poder do pecado residente e andar na vereda dos mandamentos de Deus, livre e alegremente.” – William Hendriksen. Comentário do Novo Testamento – Romanos, p. 341. São Paulo, Cultura Cristã, 2001.

Esta influência é protetora, corretiva, não sufocante, mas revigorante. Sempre benéfica, visando a santidade do crente.

Por isso, este mesmo Espírito que nos guia, ou melhor dizendo, nos leva ao propósito de Deus, também dá testemunho de que somos filhos de Deus. Sobre isso lemos no Comentário Bíblico NVI, p. 1845:

“O Espírito que [n]os adota como filhos é o Espírito do Filho (Gl 4.6) transferido ao cristão; ele nos capacita a olhar para Deus com os olhos de Cristo e a dar nele a resposta filial do próprio Filho ao Pai.”

Sendo assim, o Espírito Santo de Deus não é uma força, ou poder, mas um Ser Pessoal que se relaciona conosco.

c. Comissiona, envia. (Atos 13:2, 4) Ou seja, escolhe pessoas para trabalhar na obra de Deus.

Aqui, Paulo e Barnabé são chamados e enviados para uma obra preparada pelo Espírito Santo de Deus. Primeiro, o Espírito Santo diz à Igreja: “Separai-me Paulo e Barnabé”. De fato, é Ele quem nomeia os bispos da Igreja. (Atos 20:28) Mas Ele fala por meio da Igreja, por intermédio de homens. – Atos 4:25.

Neste relacionamento do Espírito Santo com a Igreja, ninguém pode, portanto, se proclamar pastor, diácono, missionário, etc. O Espírito Santo de Deus usa a Igreja para reconhecer o chamado a divino.

d. Intercede. O Espírito Santo leva a Deus nossos pensamentos inexprimíveis. – Romanos 8:26.

Sobre isso, escreve F. F. Bruce:

“Pode-se incluir nessa expressão o falar a Deus no Espírito com “línguas” (1 Coríntios 14:2), mas ela abrange aqueles anelos e aspirações que jorram das profundezas espirituais e que não podem ser aprisionados dentro das limitações das palavras de uso diário. James Montgomery captou bem o significado do que disse Paulo, quando escreveu: “A oração é desejo da alma, quer expresso, quer não; movimento de chamas ocultas, que no peito estremecem. A oração fardo é de um suspiro, o cair de uma lágrima, o relance do olhar para o alto, quando só Deus está perto.” Em oração assim, é o Espírito em nós que ora, e Sua mente é lida de imediato pelo Pai, a quem a oração é dirigida.” – F. F. Bruce. Romanos: Introdução e Comentário, p. 84. São Paulo, Vida Nova, 2002.

e. Deu-nos a Escritura Sagrada. Homens inspirados receberam a revelação de cada letra da Bíblia. – 2 Pedro 1:21.

É importante saber a diferença entre revelação e inspiração. A revelação é Deus nos transmitir sua Palavra. A inspiração é a garantia divina de que ao nos revelar o que bem lhe aprouve, cada letra seja assentada por escrito sem erros.

Somos gratos ao Espírito Santo de Deus porque nos deu verdades que nos tornam sábios para a salvação, a rica fonte de sabedoria que é a Palavra escrita de Deus.

f. Regenera o crente, tornando-se a garantia da Salvação.Ele nos faz nascer de novo. – João 3:3; Efésios 1:13, 14.

O Espírito Santo está por trás de todo o agir de Deus para salvar o homem. Deus nos predestina à salvação antes da fundação do mundo. (Efésios 1:3, 4) Fomos um dia chamados. (Mateus 11:28-30) Nós nos arrependemos e nos convertemos. (Atos 3:19) Fomos unidos à Cristo.  (Gálatas 2:20) Fomos justificados e santificados. (1 Coríntios 6:9-11; 1 Pedro 2:9) Fomos adotados como Filhos de Deus. (João 1:12; Romanos 8:16, 17; Gálatas 3:26) Estamos perseverando. (Mateus 24:13) No futuro seremos glorificados. – 1 Coríntios 15:52. 

IV. PROVAS DA DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO.

a. Ele é chamado de Deus. Quando se diz que Ananias e Safira mentiram para o Espírito Santo e para Deus. – Atos 5:3, 4.

b. Identificação com o Senhor. Diz-se dEle: O Senhor é o Espírito, ou seja, há um só Senhor, Deus (Efésios 4:5) e o Espírito é o Senhor, logo, o Espírito Santo é Deus. – 2 Coríntios 3:17, 18.

c. Identificação com YHWH. Em Isaías 6:8-10 lemos que YHWH disse as mesmas palavras que em Atos 28:25-27, onde se diz que foi o Espírito Santo quem as falou.

V. Possui atributos divinos. Veja alguns que são dados pela Bíblia ao Espírito Santo: 

a. Eternidade – […] Cristo … por meio do Espírito Eterno, ofereceu-se a si mesmo… – Hebreus 9:14.

b. Onipresença – Não se pode fugir do Espírito de Deus pois Ele está em toda a parte. – Salmos 139:7-10.

c. Onipotência – Associa-se o Espírito Santo com o poder do Altíssimo. – Lucas 1:35.

d. Onisciência – 1 Coríntios. 2:10, 11.

VI. Obras divinas. O Espírito Santo é associado com obras que apenas Deus faz. Observe:

a. Criação – O Espírito de Deus participou da criação dos céus e da terra (Gênesis 1:1, 2) nos fez e nos deu vida (Jó 33:4); Deus envia seu Espírito para criar. – Salmos 104:30

b. Transmissão de vida – O Espírito Santo ressuscitou Jesus e dará vida aos nossos corpos mortais (Romanos 8:11); Diz-se que o Espírito é que dá vida. – João. 6:63

c. Autoria da profecia divina – Homens falaram da parte de Deus movidos por Espírito Santo. – 2 Pedro 1:21.

Conclusão

Na aula de hoje vimos alguns exemplos que provam a pessoalidade do Espírito Santo, e a sua divindade. 

Na próxima aula, você aprenderá muito mais sobre o agir da Terceira Pessoa da Trindade na Igreja. Não perca! – Pr. Fernando Galli.