INTRODUÇÃO

Os movimentos heterodoxos deturpam a doutrina do pecado para de alguma forma poder defender outras heresias ou práticas religiosas.

CATOLICISMO ROMANO – CRÊ QUE PARA HAVER PERDÃO DOS PECADOS HÁ A NECESSIDADE DE SE FAZER PENITÊNCIAS.

“Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como “a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça.”[1]

Argumento Católico Romano – As penitências são bíblicas. Por exemplo, Davi, mesmo sendo perdoado por Deus de seu pecado de adultério e assassinato, recebeu a penitência de ter seu filho morto. (2 Samuel 12:13) Moisés foi perdoado de seu pecado (bater contra a rocha uma segunda vez), mas a sua penitência foi a de não ter entrado na terra prometida. – Números 20:12.

RESPOSTA CRISTÃ

  • O sacrifício de Jesus na cruz cobre tanto os pecados com consequências temporais como aqueles que nos trariam consequências eternas. – 1 João 2:1, 2; Romanos 6:7.
  • Não devemos confundir penitência com consequência dos pecados (disciplina divina). O perdão de Deus é para a salvação, as consequências que Ele faz que tenhamos são oportunidade para crescermos na fé, em nossa caminhada com Deus. É a disciplina de Deus. Mas que tenhamos de dar esmolas, jejuar, fazer sacrifícios para Deus cancelar as consequências temporais de nossos pecados, isto não tem nada a ver com a Bíblia.
  • Afirmar que Deus fez o filho de Davi morrer e Moisés não entrar na terra prometida para servir de penitência a eles soa estranho pois: (1) A penitência serviria para Deus remover as consequências temporais do pecado, mas a penitência de Davi e de Moisés acabaram sendo para sempre, pois o filho de Davi jamais voltou da morte e Moisés nunca entrou na terra prometida, sendo assim, a penitência não removeu as consequências temporais do pecado pois elas duraram para sempre, sendo elas em si a própria penitência.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ – Apregoam que a nossa própria morte paga os nossos pecados, por isso concluem que os justos ressuscitados serão julgados pelo que fizerem depois de sua ressurreição.

TJ – “Esses ressuscitados não serão julgados à base das ações praticadas na sua vida anterior, porque a regra em Romanos 6:7 diz: “Aquele que morreu foi absolvido do seu pecado.”[2]

Argumento TJ – Se a minha morte paga o meu pecado, então quando eu for ressuscitado serei analisado de acordo com minhas ações após minha ressurreição.

RESPOSTA CRISTÃ

  • Em Romanos 6:7, conforme o contexto, aquele que morreu é o velho homem com sua velha natureza, quando fomos batizados na morte de Cristo (v.3), sepultados com ele na morte (v.4), unidos na semelhança da sua morte (v.5), com nossa natureza humana crucificada com Jesus para não servirmos mais ao pecado. Assim, não se trata de morte física, mas da morte para com o pecado. Ou seja, porque estamos unidos a Cristo, morremos com ele e, portanto, como acontece com todo aquele que morre, estamos fora da esfera do pecado.[3]

IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA – Ensinam que Jesus leva todos os nossos pecados, mas depois, no final de tudo, eles são lançados sobre o próprio Satanás.

“Verificou-se também que, ao passo que a oferta pelo pecado apontava para Cristo como um sacrifício, e o sumo sacerdote representava a Cristo como mediador, o bode emissário tipificava Satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados. Quando o sumo sacerdote, por virtude do sangue da oferta pela transgressão, removia do santuário os pecados, colocava-os sobre o bode emissário. Quando Cristo, pelo mérito de seu próprio sangue, remover do santuário celestial os pecados de seu povo, ao encerrar-se o seu ministério, Ele os colocará sobre Satanás, que, na execução do juízo, deverá arrostar a pena final.”[4]

Argumento Adventista – Em Levítico 16:5-10, há dois bodes. O bode expiatório representa Jesus morrendo por nós na cruz. O emissário não pode representar Jesus porque em Levítico 16:8 ele é posto em oposição ao bode expiatório: “E Arão lançará sortes sobre os dois bodes: Uma para o SENHOR e a outra para Azazel (bode emissário).”

RESPOSTA CRISTÃ

  • Em Levítico 16:5-10 menciona dois bodes – o expiatório e o emissário. Ambos representam Jesus. O primeiro representa Jesus morrendo por nossos pecados, o segundo representa Jesus levando embora nossos pecados, bem longe de nós, ou para Azazel, uma terra distante de nós.
  • Em Levítico 16:5 aponta que os dois bodes representam Jesus, pois eles são ambos considerados como oferta pelo pecado, e no versículo 10 afirma que com o bode emissário se faz expiação com ele. Então, se o bode emissário representasse o próprio Satanás, teríamos que admitir Satanás como participando da obra expiatória, mesmo que a IASD não admita isso.
  • A Bíblia não ensina que no final de tudo o diabo leva nossos pecados. Quem faz isso de uma vez por todas, sendo castigado por nós, é Jesus Cristo. – Isaías 53:4, 5.

MORMONISMO – APREGOAM UM AGRADECIMENTO A ADÃO E EVA POR TEREM PECADO CONTRA DEUS, POIS GRAÇAS A ESSE PECADO A HUMANIDADE PODE SER SALVA E EXALTADA.

“Adão. [..] Sua transgressão no jardim do Éden […] fez com que ele “caísse” e se tornasse um mortal, um passo necessário para que a humanidade pudesse progredir aqui na terra. (2 Né. 2:14-29; Al. 12:21-26) Portanto, Adão e Eva devem ser honrados pelo papel que desempenharam, o que tornou possível nosso progresso eterno.”[5]

Argumento Mórmon – “Se Adão e Eva não tivessem pecado, nem filhos eles poderiam ter, pois da mesma forma que os salvos não terão filhos nos céus, Adão e Eva sem essa “queda” não herdariam a mortalidade para ter filhos. Assim, a “queda” foi um plano de Deus para que espíritos-infantis nascessem aqui e evoluíssem para um dia serem deuses. Por isso, foi uma queda entre aspas, ou uma queda ascendente.”

RESPOSTA CRISTÃ

  • Segundo a Bíblia, o pecado não foi o meio de Deus nos conduzir à evolução aqui na terra, pois ele em si traz a morte. (Romanos 5:12) E a Bíblia chama esse ato de Adão de desobediência.
  • A Bíblia mostra que assim que Deus criou Adão e Eva, e antes do pecado, já lhes deu ordem para se reproduzirem e encher a terra. – Gênesis 1:28.
  • A queda de Adão foi sim a transgressão da lei de Deus. – 1 João 3:4.
  • Na crença mórmon, o ensino de que foi preciso Adão “cair” para nascer filhos e estes filhos poderem um dia se tornar deuses causa um sério problema: Se precisamos do pecado de alguém para vir nascer na terra e nos tornarmos deuses, então o deus dos mórmons um dia precisou do pecado para nascer num planeta e se tornar deus. Que absurdo!
  • Assim, é a Cristo Jesus que temos de ser gratos, pois através da obediência dele e de seu sacrifício expiatório podemos ser salvos. – 1 Coríntios 15:21, 22.

ESPIRITISMO KARDECISTA – Ensinam que na vida atual pagamos os pecados de vidas passadas.

“Basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se apaguem e ele ache graça diante de Deus? O arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado.”[6]

Argumento Espírita Kardecista – Por que você acha que há pessoas que nascem cegas? Devido aos seus pecados em vidas passadas. Por isso que perguntaram a Jesus sobre o cego de nascença: “Quem pecou – foi o cego ou os pais dele?” – João 9:1-4.

RESPOSTA CRISTÃ

  • Só vivemos uma única vez aqui na terra, conforme ordem divina. (Hebreus 9:27) É nesta única vida que precisamos nos arrepender de nossos pecados.
  • No caso do cego de nascença, de Joao 9:1-4, quando perguntaram a Jesus se o cego era assim devido a seus pecados, isto não significava que quem fez tal pergunta cria na reencarnação. No judaísmo havia algumas crendices populares, e uma dela dizia que uma pessoa nascia doente devido aos pecados dos pais dela serem transmitidos ao filho antes de seu nascimento.[7]
  • Mesmo que alguns judeus essênios e cabalísticos pudessem crer na reencarnação, a resposta de Jesus mostra que Ele não concordava com seus questionadores: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas isto aconteceu para que se manifestassem as obras de Deus.” – João 9:1-3.

CONCLUSÃO

Há outras heresias contra a doutrina do pecado que foram mencionadas na aula anterior, como por exemplo afirmar que não existe mais pecado desde que Cristo morreu na cruz. A Igreja também tem convivido com heresias sobre esse tema, quando muitos movimentos nem falam mais sobre pecado, já que prega o evangelho do Deus que compreende o pecador e que deseja apenas levantar o astral do homem. Tudo isso são heresias de demônios. – 1 Timóteo 4:1.

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[1] Catecismo da Igreja Católica, p. 398, Item 1446, Edições Loyola: São Paulo, 1999.

[2] Torre de Vigia. Estudo Perspicaz das Escrituras, p. 719. Volume 1.

[3] D. M. Lloyd-Jones. Romanos. Exposição Sobre o Capítulo 6. O Novo Homem, p. 121. Editora PES : São Paulo, 2001.

[4] Ellen G. White. O Grande Conflito, p. 421, 24ª edição. Casa Publicadora Adventista: Tatuí, 1980.

[5] O Livro de Mórmon. Guia para Estudos das Escrituras (Apêndice), p. 10, Edição de 1997.

[6] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Questão 999.

[7] R. N. Champlin. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo: Lucas e João, p. 423. Volume 2. Editora Candeia : São Paulo, 2001.