Além de atacar verdades bíblicas contra o Ser de Deus e a própria Bíblia, o Diabo e seus anjos atacam as verdades sobre a doutrina a respeito do homem. Nesta aula você observará verdades inegociáveis da Palavra de Deus sobre o homem. Mencionaremos várias heresias também. E na aula seguinte refutaremos as mais terríveis delas, com vista o evangelismo de sectários.

Por que Deus nos Criou?

Deus criou o homem para a glória dele. Lemos em Isaías 43:7 Deus referir-se àqueles que são chamados pelo seu nome como sendo criados para a glória dEle.

O propósito de Deus nos ter criado foi que o homem o glorificasse. – 1 Coríntios 10:13. Sendo assim, Deus quer nos dar o que Adão perdeu, a vida eterna, ou seja, ele quer que sejamos plenamente felizes. – Salmos 16:11.

Quanto mais glorificamos a Deus e desfrutamos da alegria inexprimível (1 Pedro 1:8) em servi-lo, mais ele se regozija em nós. – Isaías 62:5; Sofonias 3:17.

Cristo veio para dar ao homem vida em abundância (João 10:10).

A Criação – Literal ou Simbólica?

Defendemos que o relato de Gênesis seja literal. É uma questão de fé. Se cremos na Bíblia como Palavra inspirada, e que ela diz a verdade, então cremos na literalidade do relato.

Alguns cristãos têm abraçado o evolucionismo teísta, ou seja, para eles Deus existe e usou a evolução para criar todas as espécies e o próprio homem. Uma tentativa de unir fé e ciência. Embora não cometam a heresia de negar a existência de um Deus criador, negam sua Palavra inspirada, por tornar uma narrativa histórica como um texto simbólico. Mas se isso fosse verdade, como ficaria a questão de o homem ter pecado? Como conciliar Romanos 5:12, onde lemos que o pecado e a morte entraram no mundo através de um só homem, com a evolução? Muito melhor é crer como Jesus, que confirmou o relato bíblico de Gênesis 1 e 2. – Mateus 19:4, 5.

Assim, cremos que Adão foi o primeiro homem criado por Deus e todos os outros homens que existiram ou existem vieram dele. Não aceitamos a Teoria da Evolução, pois a Bíblia afirma que todos os seres vivos e plantas se reproduzem segundo a sua espécie. – Gênesis 1:11, 12, 21, 24, 25.

A Constituição do Homem

O homem é constituído de parte material – que é o corpo físico, feito do pó da terra. – Gênesis 2:7.

O homem é constituído também de parte imaterial, pois os seguintes versículos bíblicos nos ensinam que:

• 1 Pedro 2:11 – Desejos carnais combatem contra a alma, portanto alma aqui não pode significar algo material.
• Romanos 8:16 – O Espírito de Deus dá testemunho ao nosso Espírito de que somos filhos de Deus, logo temos um espírito.
• 1 Coríntios 2:11 – Quem conhece as coisas do homem senão o espírito que está nele, logo há um espírito em nós.
• Mateus 22:37 – Amarás o Senhor teu Deus de toda alma, logo temos uma alma.
• 1 Tessalonicenses 5:23 – E o vosso espírito, alma e corpo sejam mantidos plenamente irrepreensíveis, logo somos parte imaterial (corpo) e imaterial (espírito e alma).
• Hebreus 4:12 – A Palavra de Deus penetra na divisão da alma e do espírito, ou seja, a Palavra penetra até onde não se pode dividir; trata-se de uma expressão para denotar o poder da Palavra de Deus sobre até a parte imaterial do homem.

Não cremos que Deus crie espíritos ou alma conforme as pessoas são geradas no ventre de suas mães, como se Deus tivesse um estoque de partes imateriais consigo. Ensinar isso equivaleria afirmar que Deus crie espíritos imperfeitos, portanto, pecadores, sendo que Deus só cria coisas boas e perfeitas. Creio que desde Adão, naturalmente se formam espíritos na concepção.

A Vida Após a Morte

Cremos que quando o homem morre, sua parte imaterial sobrevive à morte do corpo, de acordo com os seguintes textos bíblicos:

• Mateus 10:28 – Aqui contrasta alma com corpo. Pode-se matar o corpo, mas não a alma, por ela sobreviver à morte do corpo.
• Lucas 23:43 – Jesus promete que naquele dia de sua morte o ex-malfeitor poderia estar com ele no paraíso.
• Lucas 16:19-31 – Na parábola do Rico e do Lázaro Jesus mostra haver vida após a morte para os dois.
• Filipenses 1:21-23 – Aqui Paulo mostra estar entre ficar vivo aqui na terra ou partir e estar com Cristo.
• Apocalipse 6:9, 10 menciona sobre as almas dos que foram mortos por darem testemunho de Jesus clamarem a Deus por justiça.
• A maior prova, porém, de vida após a morte se encontra na união hipostática de Jesus Cristo. Jesus, existindo na forma de Deus assumiu a forma humana. (Filipenses 2:5-8) Quando isso aconteceu? Na encarnação, quando o Verbo se fez carne. (João 1:14) A união das duas naturezas (divina + humana) foi assumida para nunca mais ser desfeita. Se Jesus se fez homem como nós, então o que acontece com Jesus após a morte acontece conosco, e vice-versa. Se quando o homem morre, sua alma ou espírito sobrevive à morte do corpo, então a alma ou espírito humano de Jesus sobreviveram à sua morte, garantindo a continuidade da união hipostática durante os três dias de sua morte. Mas se não há uma alma ou espírito que sobrevive à morte do corpo, logo o homem deixa de existir quando morre, e isso irá fazer com que a humanidade de Jesus deixe de existir, descontinuando a união hipostática, o que seria um absurdo. Portanto, preferimos crer que há vida após a morte.

O Estado Original

Imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:26, 27): O homem em seu estado original foi criado a imagem e semelhança de Deus, não física porque Deus é espírito (João 4:24), mas criado com uma imagem pessoal do seu Criador, contendo intelecto, emoção e vontade.

Natureza moral santa: O homem em seu estado original não tinha natureza pecaminosa, pois além de Gênesis narrar como o homem pecou pela primeira vez, Eclesiastes 7:29 afirma que Deus fez o homem reto”.

A Queda

O homem desobedeceu a ordem divina, pecando, realizando um atentado contra Deus ao comer do fruto proibido. – Gênesis 2:15-17.

Quando o homem peca, Deus diz que o homem se tornou como um de nós sabendo o que é bom e o que é mau (Gênesis 3:22) na acepção de que a com o pecado o homem quis determinar para si o que é certo e errado a seus próprios olhos, ou seja, passou a agir como se fosse Deus.

Cremos na literalidade do relato de Gênesis 3:1-5, quando Satanás se vale de uma serpente, talvez como um ventríloquo age, dando a entender que fosse a serpente quem falava. Satanás é o culpado pelo pecado, e a sentença de Deus proferida sobre a serpente de que ela comeria pó o resto de seus dias poderia denotar que Satanás seria julgado e humilhado para sempre. – Apocalipse 20:10.

O Estado Presente

Devido à queda, o homem continua com a sua imagem e semelhança de Deus, porém diferente do seu estado original. O pecado atingiu o intelecto, as emoções e a vontade humana. O homem tornou-se totalmente deprevado, em todas as áreas da sua vida, na abrangência delas, mas não em sua profundidade. Pois mais pecador que o homem possa ser, algum valor moral divino ele carrega. Por isso que o pior dos criminosos pode amar a mãe dele, proteger um idoso, etc. 

O homem é atualmente totalmente impossibilitado de agradar a Deus por forças próprias ou até mesmo de buscar a Deus. Romanos 3:11 diz que não há quem entenda, não há quem busque a Deus; Efésios 2:1-10 diz que o homem não convertido anda morto em suas transgressões e pecados, no caminho deste mundo, seguindo os desejos carnais, sendo filhos da ira. (Veja também Salmo 14:1-3) Assim, para que um dia o homem tivesse novamente a imagem e semelhança de Deus no sentido pleno, Deus teve que dar um “start” no homem, para que o homem pudesse receber Cristo em sua vida e ser salvo para viver para sempre.

Criados à Imagem e Semelhança de Deus. 

Creio que a declaração criados à imagem de Deus não nos ponha como homens deuses, mas signifique que, como homens, temos algo que outros seres criados não tem:

Uma semelhança mental, que nos permite raciocinar, avaliar, escolher. – Gênesis 2.19; Colossenses 3.10.

Uma semelhança moral e espiritual, que nos permite discernir entre o certo e o errado, entre o santo e o profano, etc. Se a Bíblia afirma que na regeneração, o homem é criado em justiça e retidão (Efésios 4.24), pode-se esperar que originalmente homem possuía tanto retidão quanto santidade. – Gênesis 1.31.

Uma semelhança social, que nos faz procurar por companhia, onde encontramos, afeto, auxílio, amor, etc.

Conclusão

Neste breve resumo, aprendemos verdades básicas da fé cristã. Mas na próxima aula, veremos como alguns grupos religiosos deturpam essas algumas dessas verdades. – Pr. Fernando Galli.