IMPORTANTE – Nesta aula, você deverá ler todo o texto e assistir ao vídeo TENTATIVAS FRACASSADAS DE DESPERSONALIZAR O ESPÍRITO SANTO.

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos heresias contra a pessoa do Espírito Santo de Deus. No final da aula, você terá uma leitura obrigatória para fazer até o final do curso. Não daremos certificado para quem não ler o texto pedido. Não deixe de assistir ao vídeo esta aula, onde refutamos e damos dicas de como levar a verdade sobre o Espírito Santo aos que negam sua pessoalidade.

A importância da aula de hoje é que ela reúne respostas aos melhores argumentos contra a pessoalidade do Espírito Santo, da parte de sectários, como os TJs, por exemplo, contém um vídeo refutando alguns desses argumentos (este vídeo faz parte do curso Trindade), e ainda, usando textos bíblicos que usam a expressão “Espírito Santo”, faz perguntas escrutinadoras aos contradizentes. Uma aula abençoada.

HERESIAS CONTRA A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO.

Os movimentos heterodoxos retiram algo da pessoa do Espírito Santo, ou de sua natureza ou de seus atributos. São as piores heresias, pois apregoar um outro “espirito santo” implica em assumir não ser dirigido por ele e interpretar mal a Palavra de Deus. – João 16:13, 14.

MORMONISMO – APREGOAM QUE O ESPÍRITO SANTO, POR NÃO SER AINDA UM PERSONAGEM DE CARNE E OSSOS, NÃO GEROU JESUS EM MARIA.

“Quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus, o Pai o tinha gerado à própria semelhança. Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo.” [1]

“Na Trindade há três pessoas distintas: Deus, o Pai Eterno; seu Filho, Jesus Cristo e o Espírito Santo. As revelações modernas nos ensinam que o Pai e o Filho têm corpos tangíveis, de carne e ossos, e que o Espírito Santo é um personagem de espírito, sem carne e ossos.” [2]

Argumento Mórmon – Se Jesus é o Filho do Pai, como poderia ter sido gerado pelo Espírito Santo, que não é o Pai dele? O Pai gerou o Filho por ser um personagem de carne e ossos. Mas como um espírito pode engravidar um ser humano?

RESPOSTA CRISTÃ

  • Jesus é Filho do Pai, mas foi gerado no ventre de Maria por obra do Espírito Santo. – Mateus 1:20.
  • A Bíblia não ensina em momento algum que o Pai e o Filho são personagens de carne e ossos. Jesus ensinou que Deus é Espírito, e ele estava se referindo a seu Pai. (João 4:23, 24) Jesus, como Deus é o Espírito que dá vida. – 1 Coríntios 15:45.

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ – APREGOAM QUE O ESPÍRITO SANTO É A FORÇA ATIVA DE DEUS, OU O PODER DE DEUS EM AÇÃO, E NÃO UMA PESSOA DIVINA.

“Uma comparação dos textos bíblicos que se referem ao espírito santo indica que se fala de pessoas ficarem ‘cheias’ com tal espírito santo; que elas podem ser ‘batizadas’ com ele; e que podem ser ‘ungidas’ com ele. (Luc. 1:41; Mat. 3:11; Atos 10:38) Nenhuma destas expressões seria apropriada se o espírito santo fosse uma pessoa. […] Não é uma pessoa, mas a poderosa força que Deus faz emanar de si mesmo para realizar sua santa vontade. — Sal. 104:30; 2 Ped. 1:21; Atos 4:31.”[3]

Argumento TJ – O espírito santo não é um ser pessoal porque Jesus soprou espírito santo nos discípulos (João 20:22) e quando foi derramado sobre os discípulos, eles ficaram cheios de espírito santo. Ficaram eles cheios de uma pessoa ou da força ativa de Deus?

RESPOSTA CRISTÃ

  • Ficar cheio do Espírito Santo, segundo a Bíblia, significa o Espírito Santo dar poder a quem o recebe. Por isso lemos “recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. – Atos 1:8.
  • Se o Espírito Santo é o poder ou a força ativa de Deus, como ficaria Romanos 15:13, onde lemos a expressão poder do Espírito Santo? É sério que teríamos que ler “poder de poder” ou “poder de força ativa”?
  • Ser alguém batizado no ou com o Espírito Santo não prova que ele não seja uma pessoa divina, assim como os judeus ter sido batizados em Moisés não prova que Moisés não fosse uma pessoa também. – 1 Coríntios 10:2.
  • Quanto a ser ungido com Espírito Santo, isto também não prova que ele seja uma força impessoal, afinal de contas ninguém é ungido com força ou poder. No passado, os reis eram ungidos com óleo, um símbolo da ação de Deus reconhecendo o rei empossado. (1 Samuel 10:1) No Novo Testamento, é o próprio Espírito Santo de Deus quem unge. (Lucas 4:18) Por isso, diz-se ser ungido com Espírito Santo.
  • Jesus não soprou literalmente o Espírito Santo, pois este não vento. Jesus soprou e deu-lhes o Espírito Santo porque em grego a palavra “espírito” (pneuma) significa também “vento”, sendo assim, Jesus usou de sua excelente didática usando o sentido do tato para que os discípulos não se esquecessem de sua promessa: “O mestre soprou em nós o vento que simboliza o Espírito Santo”.
  • Que o Espírito Santo é um ser pessoal pois (a) pode-se entristecê-lo (Efésios 4:30), (b) pode-se mentir para ele como se mente para Deus (Atos 5:3, 4), (c) ele pode ensinar, guiar, anunciar, falar apenas o que tiver ouvido (João 16:13, 14), (d) escolher pessoas (Atos 13:2), e na fórmula batismal, ele possui o mesmo nome que o Pai e o Filho, portanto, é um ser pessoal sim! – Mateus 28:19, 20.

ESPIRITISMO KARDECISTA – APREGOAM QUE O ESPÍRITO SANTO É A FALANGE E UNIÃO DE TODOS OS ESPÍRITOS BONS.

“O Espí­rito Santo, igualmente, não é Deus. Essa expressão figurada designa a falange sagrada dos Espí­ritos do Senhor, composta dos puros Espí­ritos, que recebem, mediata ou imediatamente, a inspiração divina.” [4]

Argumento Espírita Kardecista – Que o “Espírito Santo” é uma falange de espíritos pode ser deduzido do fato de que em Apocalipse usa-se como sinônimo de tal Espírito a expressão “sete espíritos que estão diante do seu trono” (1:4) e ainda se diz que eles são “enviados por toda a terra”. Ou seja, são os espíritos que aqui reencarnam, não uma terceira pessoa da Trindade.

RESPOSTA CRISTÃ

  • Em momento algum a Bíblia ensina que o Espírito Santo seja uma falange de espíritos que aqui reencarnam, pois se isso fosse verdade, não haveria necessidade de Jesus prometer o Espírito Santo (João 15:26; 16:13, 14), já que desde Adão e Eva os espíritos já estariam reencarnando aqui.
  • O Espírito Santo prometido por Jesus foi derramado (ou dado em abundância) no Pentecostes de Atos 2:1-4. Foi não só o cumprimento da promessa de Jesus em João 15:16 e 16:13, 14, como também da profecia de Joel 2:28-32, e quem chegou esta conclusão foi Pedro, conforme Atos 2:17.
  • Usa-se “sete espíritos de Deus” pois em Isaías 11:2 lemos: “O Espírito do SENHOR repousará sobre ele, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” Ou seja, um símbolo da atuação plena e perfeita sobre o Messias em favor de seu povo e Igreja.[5] São também os “sete olhos do Senhor que percorrem toda a terra”, em Zacarias 4:6, 10, que no Apocalipse é o Espírito que atua sobre as sete Igrejas (2:7), ou seja, em toda a Igreja de Cristo.[6]

TEXTO COMPLEMENTAR – O ESPÍRITO SANTO DE DEUS É UMA FORÇA ATIVA?

O objetivo deste artigo é refutar as Testemunhas de Jeová sobre a identidade do Espírito Santo de Deus. Elas creem que o Espírito Santo de Deus seja uma força ativa, e chegam a ensinar que Deus Pai está num lugar fixo do universo espiritual, e que de lá ele envia essa força. Para elas, Jeová seria como uma usina hidroelétrica, e o Espírito Santo a energia que dela sai e que pode ser sentida e captada em toda a parte. Então, estudaremos um pouco mais sobre as provas bíblicas referentes à pessoalidade deste amável Espírito – o nosso Consolador.

Espírito Santo ou “espírito santo”?

ARGUMENTO TJ 1 – “O QUE é o espírito santo de Deus? Nas suas palavras iniciais, a Bíblia diz que o espírito santo — também traduzido por “força ativa de Deus” — ‘se movia por cima da superfície das águas’. (Gênesis 1:2) No relato sobre o batismo de Jesus, descreve-se Deus como estando nos “céus”, enquanto que o espírito santo ‘descia sobre Jesus como pomba’. (Mateus 3:16, 17) Além disso, Jesus se referiu ao espírito santo como um “ajudador”. — João 14:16.”[1]

RESPOSTA CRISTà Repare como a revista Despertai é tendenciosa, já fazendo a pergunta “O que é o espírito santo de Deus?”. Não se usa “quem”, mas “o que”, preparando o leitor a uma conclusão para a impessoalidade do Espírito Santo.

Observe também a grafia para o Espírito Santo em letras minúsculas – “espírito santo” – induzindo o leitor a não concluir a identidade correta dEle. Depois, a Despertai cita que “espírito santo” também é traduzido por “força ativa de Deus”. Força não é um ser pessoal, portanto, querem seus escritores ensinar a impessoalidade do Espírito Santo de Deus já no segundo versículo da Bíblia. Mas a expressão “força ativa” é errônea e tendenciosa.

A palavra “espírito”, no hebraico (“ruach”) e no grego (“pneuma”) têm como sentido próprio “vento”. (Teologia Sistemática, página 389, Charles Hodge, editora HAGNOS, 1ª. Edição de 2001) Todavia, essas palavras centenas de vezes assumem outros significados. Por exemplo, quando se diz que “Deus é Espírito” (João 4:24), não se pretende dizer que Ele seja uma força ativa, ou um “vento”. Muito menos Paulo pretendia que não se entristecesse o vento de Deus (Efésios 4:30). Portanto, será o contexto que indicará o sentido correto da palavra “espírito”.

Quando evangelizamos as Testemunhas de Jeová, poderíamos dizer que o termo “palavra” em grego “lógos”, em si, não quer dizer um ser pessoal, mas quando usado em relação à pessoa de Jesus Cristo passa a ser entendido como um ser pessoal. Assim, da mesma forma que o vocábulo “lógos” pode se referir a Jesus, assim também “pneuma” (vento) pode referir-se à Pessoa do Espírito Santo de Deus.

 O Espírito Santo nas Escrituras Sagradas – Uma Mera Força Ativa ou Um Ser Pessoal?

Mas será que o fato de o Espírito Santo ser observado como “pomba” indica que Ele não seja um ser pessoal? É evidente que não, pois no batismo de Jesus, o Espírito Santo não se manifestou assim para dizer quem Ele era; se assim fosse, Ele seria realmente uma pomba. O Espírito Santo assim se fez manifestar porque na época a pomba simbolizava algo. O que era? Para os judeus, a pomba era a única ave que podia ser oferecida em sacrifícios. (Levítico 12:8) No Antigo Testamento, a pomba tinha:

“1. Um símbolo de vindoura reconciliação com Deus”. (Gên. 8:8, 10); 2. Um símbolo de gentileza, ternura e devoção. (Can. 1:15; 2:14)”[2]

         Se o Espírito Santo quis simbolizar devoção, reconciliação, ou até mesmo como alguns têm sugerido ‘a paz e a serenidade na ocasião do batismo’, o mesmo observamos quando os anjos em Ezequiel 1:10 sendo vistos com faces de homem, leão, boi e águia. Essa visão, para as Testemunhas de Jeová, significava:

“Cada uma dessas quatro criaturas viventes, ou querubins, tinha quatro asas e quatro faces. Tinham uma face de leão, denotando a justiça de Jeová; uma face de touro, denotando o poder de Deus; e uma face de águia, denotando a Sua sabedoria. Tinham também uma face de homem, representando o amor de Jeová.”[3]

         Então, se os anjos apareceram com faces de animais para simbolizarem algo, por que o Espírito Santo não poderia ter feito o mesmo? E o que dizer de Jesus que é visto numa visão por João como “o Cordeiro”? – Apocalipse 14:1.

No último argumento da revista Despertai, eles insinuam que o fato de o Espírito Santo ser, na Bíblia deles, chamado de “um ajudador” indica a impessoalidade dEle. Mas a palavra grega para “ajudador” (João 14:16) é “parákletos”, a mesma palavra usada para Jesus em 1 João 2:1. Ali lemos:

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” – 1 João 2:1.

Se usar “parákletos” para Jesus não o torna impessoal, por que para o Espírito Santo o tornaria impessoal? Percebeu que a argumentação das Testemunhas de Jeová é totalmente equivocada? 

ARGUMENTO TJ 2 – “Um leitor sincero da Bíblia não pode deixar de concluir que o espírito santo difere das descrições oficiais das igrejas, que dizem que ele é uma pessoa. Considere os seguintes relatos bíblicos. 1. Quando Maria, a mãe de Jesus, visitou sua prima Elisabete, a Bíblia diz que a criança no ventre de Elisabete pulou, e “Elisabete ficou cheia de espírito santo”. (Lucas 1:41) É razoável imaginar que uma pessoa fique “cheia” de outra pessoa?”[4] 

RESPOSTA CRISTà– O “leitor sincero”, para as Testemunhas de Jeová, é aquele que obedece às interpretações de sua liderança mundial chamada de Corpo Governante. Será mesmo que o conceito da Bíblia sobre o Espírito Santo difere das descrições oficiais das igrejas cristãs? Para responder a essa pergunta, a Despertai usou a seguinte argumentação, aqui parafraseada: ‘Se o espírito santo fosse um ser pessoal, como Elisabete poderia ter ficado cheia de espírito santo? Poderia ela ter ficado cheia de uma pessoa?’

Essa argumentação, no entanto, é errônea, ou seja, “o ficar cheio de”, nos tempos bíblicos, não tem o sentido que as Testemunhas de Jeová querem dar. Literalmente, não podemos ficar cheios de uma pessoa, todavia, é óbvio que Elizabete, e os 120 discípulos em Jerusalém (Atos 2:4) não ficaram literalmente cheios do Espírito Santo, mas simbolicamente. Seria o mesmo que dizer: “Satanás entrou em Judas (Lucas 22:3), portanto, como pode uma pessoa entrar dentro da outra? Então, Satanás não é um ser pessoal? Ou ele é um ser pessoal mas entrou dentro de Judas por ser espírito? Sim, óbvio! Então, da mesma forma, o Espírito Santo nos enche por ser um ser pessoal espiritual.

Talvez, uma Testemunha de Jeová argumente: ‘Não seria lógico e conclusivo crer que Elizabete e os discípulos ficaram cheios do poder de Deus?’ Nossa resposta é que o Espírito Santo:

“É o poder ou eficiência de Deus, isto é, a pessoa por meio de quem se exerce a eficiência [ou o Poder] de Deus”.[5]

         Mas este Espírito Santo não é poder ou força impessoal, pois se assim fosse, ficaria muito estranho a Bíblia usar expressões do tipo “poder de Espírito Santo” (Romanos 15:13, 19). O que seria isso? Poder ou força de poder? Poder de força ativa? Óbvio que não!

ARGUMENTO TJ 3 – “Quando João Batista falou a seus discípulos sobre Jesus como aquele que o iria suceder, João disse: “Eu, da minha parte, batizo-vos com água . . . , mas o que vem depois de mim é mais forte do que eu, não sendo eu nem apto para tirar-lhe as sandálias. Este vos batizará com espírito santo.” (Mateus 3:11) Dificilmente João estaria dizendo que o espírito santo era uma pessoa quando falou sobre Jesus batizar pessoas com esse espírito.”[6]

 RESPOSTA CRISTà– O que pretende essa argumentação? Induzir as Testemunhas de Jeová a crerem que assim como ‘batizar com água’ não significa que água seja pessoa, assim também ‘batizar com Espírito Santo’ indicaria que o Espírito Santo não seria um ser pessoal também. Todavia, essa linha de raciocínio é tão falha que, se levada a sério, poderia ser também usada para provar que o Pai e o Filho também não são seres pessoais. Por exemplo, Jesus disse: “Batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (Mateus 28:19, Almeida Século 21) Se o simples fato de água e Espírito Santo serem mencionados no mesmo contexto de batismo torna o Espírito Santo impessoal, então, em Mateus 28:19, 20 o Pai e o Filho seriam impessoais por serem mencionados com o Espírito Santo.

Algumas Testemunhas de Jeová diriam que a expressão “em nome do” refere-se à autoridade que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm, mas como uma força impessoal poderia ter autoridade? Outras ainda poderiam argumentar: o Pai tem nome, Jeová, o Filho tem nome, Jesus, mas o Espírito Santo não tem nome, portanto, é impessoal. Novamente, a argumentação é falha. Espírito Santo é o nome do Espírito Santo. É assim que o conhecemos. Pai e Filho são termos que pedem um nome, mas Espírito Santo não!

ARGUMENTO TJ 4 – “Quando visitou um oficial do exército romano e sua família, o apóstolo Pedro falou de Jesus como tendo sido ungido por Deus “com espírito santo e poder”. (Atos 10:38) Pouco tempo depois, “caiu o espírito santo sobre” a família desse oficial do exército. O relato diz que muitos ficaram maravilhados “porque a dádiva gratuita do espírito santo estava sendo derramada também sobre pessoas das nações”. (Atos 10:44, 45) Aqui, novamente, os termos usados não se harmonizam com a ideia de o espírito santo ser uma pessoa.”[7] 

RESPOSTA CRISTà– O problema para as Testemunhas de Jeová é: ‘Se o Espírito Santo é um ser pessoal, como ele pode cair e ser derramado?’ Mas entender esses verbos sem pesquisar as palavras gregas usadas ali é um crime! Por exemplo, o verbo grego para “cair” é “epipípto”, e é usado para pessoas também. A Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová diz que:

“Os que tinham moléstias penosas lançavam-se [“epípipto”] sobre ele para tocá-lo.” – Marcos 3:10, TNM.“De modo que este último se encostou [“epipipto”] no peito de Jesus e lhe disse: “Senhor, quem é?” – João 13:25, TNM.

Não podemos negar também que o verbo grego “epipípto” também é usado para coisas, como ‘cair o temor’ (Atos 19:17), todavia se na Língua Portuguesa e em outras seria difícil entender como o Espírito Santo pode ‘cair’, no grego seria normal o uso dessa expressão – o Espírito Santo caiu – assim como os que tinham doenças caiam, ou se jogavam aos pés de Jesus, indicando a vontade própria do autor da ação. O cair do Espírito Santo poderia muito bem significar a ação voluntária dEle em favor dos que o receberam.

Mas poderia ser o Espírito Santo derramado? Evidentemente que não, no sentido literal.. Na Tradução do Novo Mundo, Paulo diz:

“Não obstante, mesmo que eu esteja sendo derramado como oferta de bebida sobre o sacrifício e serviço público a que vos conduziu a fé, regozijo-me e alegro-me com todos vós.” – Filipenses 2:17.

Se o Espírito Santo deixa de ser pessoal por ter sido derramado, então Paulo também deixa. Perguntar às Testemunhas de Jeová se o verbo ‘derramar’ é usado literalmente ou em linguagem figurada as ajudarão a raciocinar melhor. Se ‘derramar’ for literal, então o Espírito Santo se tornaria líquido. Paulo também. Se ‘derramar’ for figurado, então o Espírito Santo não pode ser interpretado à luz do sentido literal de ‘derramar’.
Ainda as Testemunhas de Jeová poderiam questionar: “Mas como o Espírito Santo poderia ser pessoal se Jesus foi ungido com Espírito Santo e poder?” (Atos 10:38) Em primeiro lugar, se o Espírito Santo fosse o poder ou força ativa de Deus, faria sentido afirmar-se que Jesus foi ungido com força ativa e poder? Não seria isso redundante? Em segundo lugar, ungir significa literalmente “derramar óleo”. As literaturas do Corpo Governante confirmam isso. Por exemplo:

“Quando a pessoa era ungida com óleo, este era derramado sobre a cabeça, de onde escorria pela barba e pelo colar da veste. (Sal 133:2)”[8]

         Quando o verbo ungir for literal, ou seja, significar ‘derramar óleo, ou azeite, na cabeça de uma pessoa’, então não podemos ungir alguém com uma pessoa, pois uma pessoa literal não é óleo. Mas quando a Bíblia diz que Jesus foi ungido com Espírito Santo e poder (Atos 10:38), o verbo ungir foi empregado no sentido literal? Não, mas no sentido figurado. Jesus não foi ungido com “Espírito Santo” na cabeça. Como a expressão “foi ungido com Espírito Santo e poder” é toda figurada, por que as Testemunhas de Jeová querem tirar dela conclusões literais?

Ser Jesus ungido com Espírito Santo e poder significava o que? Veja:

“Aqui, significa que Deus comunicou a Ele as influências do Espírito Santo, separando-O assim para o trabalho de Messias.”[9]

De fato, a Bíblia diz que “o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida” (João 3:34). Assim, o Espírito Santo, que não é força para ser dado por medida, mas que age como um ser pessoal inteiramente em favor de alguém, participa do ato de Jesus ser separado para cumprir com a função de Messias, ou seja, Ungido de Deus. 

ARGUMENTO TJ 5 – “É comum a Palavra de Deus personificar coisas que não são pessoas. Entre essas estão a sabedoria, o discernimento, o pecado, a morte e a benignidade imerecida. (Provérbios 8:1–9:6; Romanos 5:14, 17, 21; 6:12) O próprio Jesus disse que “a sabedoria é provada justa por todos os seus filhos”, ou por seus bons resultados. (Lucas 7:35) É evidente que a sabedoria não é uma pessoa que tem filhos literais. Da mesma forma, o espírito santo não é uma pessoa só porque em alguns casos ele é personificado.” [10] 

RESPOSTA CRISTà– A razão dessa argumentação e colocar na mente das Testemunhas de Jeová uma explicação para os motivos pelos quais o Espírito Santo é tratado como pessoa na Bíblia, em alguns textos. Por exemplo, quando a Bíblia diz que o Espírito Santo ensina, ouve, glorifica (João 16:13, 14), trata-se de uma personificação, isto é, uma figura de linguagem em que algo é tratado como pessoa para receber exaltação. Assim, para esse grupo sectário, o Espírito Santo é algo que para ser enaltecido é, às vezes, personificado.

E qual é a prova que o Corpo Governante tem para essa alegação? Simples! Assim como a Bíblia personifica a sabedoria, o discernimento, o pecado, a morte e a benignidade imerecida (ou graça), assim também o Espírito Santo é personificado. Mas quem disse que o fato de algo ser personificado serve de prova que o Espírito Santo também o é? Onde a Bíblia ensina isso? O mais interessante é que em Provérbios capítulo 8, onde realmente se personifica várias vezes a sabedoria, as Testemunhas de Jeová cometem uma tremenda contradição. Para elas, essa sabedoria personificada é Jesus. Veja:

“O que se encontra registrado nas Escrituras a respeito da Palavra ajusta-se notavelmente à descrição fornecida em Provérbios 8:22-31. Ali, a sabedoria é personificada, apresentada como sendo capaz de falar e agir. (Pr 8:1) Muitos dos escritores dos primeiros séculos da Era Comum, que professavam ser cristãos, entenderam que esta parte se referia simbolicamente ao Filho de Deus na sua condição pré-humana.”[11]

Então, quando o Corpo Governante quer provar que o Espírito Santo é impessoal (espírito santo), eles se valem do modo como Provérbios capítulo 8 personifica a sabedoria, mas quando interpretam essa mesma sabedoria, dizem que ela se refere a Jesus, um ser pessoal. Não há algo de errado nessa argumentação?  Pior do que isso é ensinar que o fato de a sabedoria, por exemplo, ser personificada, seria prova, ou evidência, de que o Espírito Santo também é personificado. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Nada. O que as Testemunhas de Jeová não sabem que a personificação é sempre uma exceção ao uso geral da palavra. Das mais de 200 vezes que a palavra “sabedoria” é usada, algumas vezes usa-se a personificação. O mesmo ocorre com as palavras “sangue”, “graça”, e outras. Sempre é exceção ou um caso raro o uso de personificação. Mas quanto ao Espírito Santo, parece que a exceção é a despersonificação, como forma de enfatizar o poder e a atuação do Espírito Santo. No final dessa matéria, há uma relação de textos que tratam o Espírito Santo como um ser pessoal. 

ARGUMENTO TJ 6 – “Na Bíblia, o espírito santo de Deus é identificado como sendo o poder de Deus em ação. Por isso, uma tradução exata do texto hebraico da Bíblia menciona o espírito de Deus como “a força ativa de Deus”. (Gênesis 1:2) A Bíblia inteira apoia esse conceito de forma bem clara. — Miquéias 3:8; Lucas 1:35; Atos 10:38.”[12] 

RESPOSTA CRISTà – Perguntamos às Testemunhas de Jeová: A Bíblia ensina que o Espírito Santo é mais precisamente o poder de Deus em ação, ou que o Espírito Santo tem poder de Deus em ação? Por exemplo, lemos em Atos 1:8 Jesus prometendo que os discípulos receberiam poder ao descer o Espírito Santo sobre eles. Quando isso se cumpriu em Pentecostes, o Espírito Santo deu poder aos discípulos para falarem em línguas diferentes. (Atos 2:1-4) Não faria sentido Jesus prometer enviar poder ao descer o poder de Deus, mas muito melhor é crer que a Pessoa do Espírito Santo deu poder. E como já mencionado, lemos em Romanos 15:13, 17 a expressão “poder (algumas bíblias “virtude”) de Espírito Santo”, ou seja, o espírito Santo tem poder.

Quanto à Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová usar “força ativa de Deus” como tradução em Gênesis 1:2, dizemos que ela é errônea. Não é isso que o escritor inspirado quis dizer. Ele não pretendeu impessoalizar a palavra “espírito”. “Espírito” pode significar “vento”, mas na expressão “Espírito de Deus” a palavra “espírito” assume outro significado; não se pode dizer “vento de Deus”, a menos que fosse um texto poético. “Deus é Espírito”, mas Ele não é um vento, muito menos uma força ativa. No hebraico diz-se “o Espírito de Deus pairava…”.

Considere o que o Corpo Governante faz em 1 Timóteo 4:1, onde lemos “o Espírito diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé”. A Tradução do Novo Mundo traduz “Espírito” por “a pronunciação inspirada diz”. Isto afasta o leitor da real identidade do Espírito Santo, tornando-o algo, quando a intenção do texto é afirmar que o Espírito diz. Essa mesma “bíblia” das TJs deveria traduzir “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! (Apocalipse 22:17) por “a pronunciação inspirada e a noiva dizem”, mas não o faz, porque entendem que este “Espírito” é aqui um ser pessoal, ou seja, Jesus. Qual o critério, então, que usam para distinguir “espírito” (força) de Espírito “ser pessoal”? A mera interpretação de sua liderança.

Se lermos novamente a sexta argumentação TJ contra a pessoalidade do Espírito Santo, veremos que ela menciona alguns textos para provar a doutrina da dita “força ativa”. Vejamos todos esses textos comparados com a “bíblia” TNM:

“Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado.” – Miqueias 3:8, ALA.

“E, por outro lado, eu mesmo fiquei cheio de poder com o espírito de Jeová, e de justiça e de potência, a fim de contar a Jacó a sua revolta e a Israel o seu pecado.” – Miqueias 3:8, TNM.

         Perceba que as Testemunhas de Jeová não se dão conta de que Miquéias estava cheio de poder devido ao Espírito de Jeová, ou seja, este Espírito encheu de poder o profeta. Se entendermos que este Espírito seja o poder de Deus, a frase ficaria totalmente redundante: “Eu mesmo fiquei cheio de poder com o poder de Jeová”.

Outro texto que citam prova, sem perceberem, que o Espírito Santo tem poder, e não é o poder, como concebem:

“Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.” – Lucas 1:35, ALA.

“Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido será chamado santo, Filho de Deus.” – Lucas 1:35, TNM.

         Novamente, quando o Espírito Santo desce, Maria recebe poder. Se o Espírito Santo fosse um ser impessoal, bastaria o texto rezar: “Poder de Deus te encobrirá”, mas não é isso que observamos. Quanto ao texto de Atos10:38, já ó consideramos.

ARGUMENTO TJ 7 – “Ao contrário da crença popular, Deus não está presente em toda a parte ao mesmo tempo. Em vez disso, ele vive no domínio espiritual, num “lugar estabelecido de morada”, ou residência. (1 Reis 8:39; 2 Crônicas 6:39) As Escrituras também fazem referência ao lugar específico onde Deus mora e tem seu “trono”. (1 Reis 22:19; Isaías 6:1; Daniel 7:9; Revelação [Apocalipse] 4:1-3) No entanto, a partir desse “lugar estabelecido de morada”, ele pode usar sua força ativa para alcançar qualquer lugar, tanto no domínio espiritual como no domínio físico. — Salmo 139:7.”[13]

RESPOSTA CRISTà – O “deus” das TJs parece estar contido no universo espiritual que Ele criou. De fato, até a década de 40, elas criam que Jeová morava na constelação de Plêiades, numa estrela chamada Alcione. Depois, ensinaram que Jeová estaria num lugar fixo, num domínio espiritual. Para isso, interpretam esses versículos acima literalmente, sem levar em conta que, no processo de inspiração das Escrituras, o Todo-Poderoso se revela de uma forma compreensível aos homens daquela época, e a nós hoje, como se estivesse sentado num trono literal e em um lugar apenas.

Todavia, a Bíblia nos revela que Deus não está contido no Universo por Ele criado, mas que o Universo está contido em Deus. Lemos sobre isso:

“Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.” – 1 Reis 8:27.

         Esse “deus” TJ tem o lugar estabelecido de morada na teologia do seu Corpo Governante. Mas o Deus Todo-Poderoso da Bíblia é um ser pessoal, onipresente, mas tão bondoso que se mostrou como um Rei humano, sentado num trono, tudo para que o entendêssemos melhor.

O que lemos na sétima argumentação é uma afronta ao Deus Todo-Poderoso. Se Deus tiver que usar a sua força ativa para alcançar qualquer lugar, então ele depende dela, o que o tornaria um deus Nada-Todo-poderoso. Portanto, cremos que Deus está nos céus (o universo que Ele criou), os quais contêm o Planeta terra. (Mateus 6:9; Gênesis 1:1) Certa vez, uma Testemunha de Jeová perguntou: “Como Deus pode estar no universo todo se o universo é infinito?” Uma boa resposta seria: “Onde estava Deus antes de criar o Universo?” Fazê-los raciocinar é bom. 

ARGUMENTO TJ 8 – “Em 1879, o erudito bíblico Charles L. Ives ilustrou apropriadamente a habilidade de Deus de exercer seu poder a partir de um lugar fixo. Ele escreveu: “Por exemplo, nós dizemos: ‘Abra as venezianas e deixe o sol entrar.’ Não estamos nos referindo ao Sol literal, físico, mas sim aos raios solares, ou seja, aquilo que procede do Sol.” De maneira similar, Deus não precisa ir aos lugares em que pretende usar sua força ativa. Ele simplesmente utiliza seu espírito santo, que pode alcançar as extremidades de sua criação. Encarar o espírito santo pelo que ele é — a poderosa força ativa de Deus — pode lhe dar a confiança que Jeová cumprirá suas promessas.”[14] 

RESPOSTA CRISTà– Pelo que sabemos, Charles L. Ives era médico e professor de medicina, e escrevia livros sobre temas religiosos, como The Bible Doctrine od the Soul, escrito em 1877. Seu livro, nas páginas 54 e 55, é citado pelos adventistas do Sétimo Dia na obra em Inglês Questions on Doctrine, página 554, porque ele defende a crença adventista do sono da alma. Mas ele não é considerado como erudito bíblico, a menos por aqueles que seguem suas crenças. Mas sobre a sua comparação de Deus com o Sol, ela não foi citada debaixo de um contexto para podermos analisar o que o “erudito” quis dizer. E o Corpo Governante não declarar em que livro ou obra Charles E. Ives disse isso.

De qualquer forma, comparar Deus (que é um ser pessoal) com o sol (ser impessoal) é uma grande tolice. Se Charles E. Ives estivesse tentando convencer seus ouvintes ou leitores de que o Espírito Santo é impessoal e que Deus, assim como o Sol, está num lugar fixo, ele seria refutado por um apologista cristão também. Os raios do sol, quanto mais longe caminham, menos intensidade e poder têm, tal ponto que nem são percebidos significativamente em 98% da Via-Láctea, o que dizer do Universo. Outro erro é colocar em paralelo entre as expressões “deixa o sol entrar” com “deixa Deus entrar”. O sol não tem vontade própria, mas o Todo-Poderoso tem. E por fim, para o sol entrar dependeria de eu abrir a janela. Deus está e não depende de ninguém. E Deus faz morada no coração de muitas pessoas. Ele é tão Todo-Poderoso (permita-me esta expressão) que o universo todo não pode conter Deus, mas ao mesmo tempo Deus pode morar em nossos corações. – João 14:23. 

ARGUMENTO TJ 9 – Quando a Bíblia diz que o espírito santo diz, não quer dizer que ele é pessoa, pois seres inanimados são tratados como pessoa também na Bíblia, mas não são pessoas. Veja: “Aconteceu uma vez que as árvores foram ungir um rei sobre si. Disseram, pois, à oliveira: ‘Reina sobre nós.’ Mas a oliveira lhes disse: ‘Deveria eu renunciar à minha gordura com que se glorifica a Deus e os homens e deveria ir para oscilar sobre as outras árvores?’” – Juízes 9:8, 9.

REFUTAÇÃO CRISTÃ – Árvores e oliveiras estão sendo, de fato personificadas. Mas elas não podem ser comparadas com o termo Espírito Santo. Por quê? Porque os vocábulos espírito e santo podem designar seres pessoais e impessoais, mas árvores e oliveiras nunca podem ser pessoas, a menos em linguagem simbólica. Deus é espírito. Seguindo a interpretação errônea do autor do texto acima, um budista poderia achar que Deus é um ser impessoal porque assim como árvores e oliveiras são tratadas como seres pessoais, assim também Deus é um ser impessoal por ser chamado de espírito. Ou seja, quem é que disse que pelo fato de uma árvore ou uma oliveira serem “coisas” tratadas como seres pessoais, que o mesmo acontece com o Espírito de Deus?

ARGUMENTO TJ 10 – A Bíblia está repleta de exemplos de personificação, ou prosopopeia, onde “coisas” são tratadas como pessoas, mas não são pessoas. O mesmo se dá com o Espírito Santo. Veja:

    • “A palavra de Jeová . . . foi dizer-lhe.” – 1 Reis 19:9.
    • “Meu divã me consolará.” – Jó 7:13.
    • “As próprias colunas do céu . . . estão pasmadas.” – Jó 26:11.
    • “Durante as noites me corrigiram os meus rins.” – Sal. 16:7.
    • “Levantai as vossas cabeças, ó portões.” – Sal. 24:7
    • .“Que a minha glória entoe melodias.” – Sal. 30:12.“Que jubilem os ossos que quebrantaste”. – Sal. 51:8.
    • “As próprias baixadas . . . bradam em triunfo, sim, cantam.” – Sal. 65:13.
    • “Rejubile a campina”. – Sal. 96:12.
    • “O próprio sol sabe muito bem onde se põe.” – Sal. 104:19.
    • “O próprio mar viu e pôs-se em fuga.” – Sal. 114:3.
    • “Ele faz prantear a escarpa e a muralha.” – Lam. 2:8.

REFUTAÇÃO CRISTÃ – Observe os doze textos acima e veja que o exegeta quer argumentar assim: “Da mesma forma que palavra, divã, colunas do céu, rins, portões, minha glória, ossos, baixadas, campina, sol, mar, escarpa e muralha são “coisas” tratadas como se fossem pessoas, MAS NÃO SÃO PESSOAS, assim também o Espírito Santo, embora seja um ser impessoal, é tratado em alguns textos como um ser pessoal, MAS NÃO É UM SER PESSOAL.

Está argumentação é horrorosa. Qual é o erro da argumentação TJ aqui? É que todas essas palavras – palavra, divã, colunas do céu, rins, portões, minha glória, ossos, baixadas, campina, sol, mar, escarpa e muralha – NUNCA, POR NATUREZA, SÃO PESSOAS. Mas o vocábulo espírito, como é polissêmico, pode referir-se a seres pessoais como a algo impessoal. Então, trata-se de uma desonestidade semântica de primeira categoria usar substantivos que designam seres impessoais para justificar um substantivo (Espírito) que pode designar seres pessoais e impessoais. Ou seja, é argumento de trapalhão. A Bíblia diz para batizarmos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28:20). Nome aqui se refere à autoridade. Então perguntamos: Não é óbvio que o Espírito Santo tem autoridade assim como o Pai e o Filho? Portanto, como ousam a comparar o Espírito Santo, colocado em pé de igualdade com o Pai e o Filho, com palavras que jamais possuem autoridade em si mesmas, como divã, colunas do céu, rins, portões, minha glória, ossos, baixadas, campina, sol, mar, escarpa e muralha?

ARGUMENTO TJ 11 – Os casos de personificação não se limitam a livros bíblicos poéticos. O pecado e a morte são personificados na carta apostólica aos Romanos, (5:14, 21; 7:8-11) a sabedoria é personificada nos Evangelhos, (Mat. 11:19; Luc. 7:35) e o sol e as árvores são personificados em livros proféticos. (Isa. 24:23; Eze. 31:9) Há inúmeros exemplos bíblicos de personificação. As pessoas não têm nenhuma dificuldade de entender o uso dessa figura de retórica, pois reconhecem que as coisas personificadas não são realmente seres com personalidade. 

REFUTAÇÃO CRISTÃ – Muitos erros aqui, pois as palavras pecado e morte NUNCA são pessoas, salvo simbolismos (e é exceção). Sabedoria NUNCA é pessoa. Sol e árvores NUNCA são pessoas, nem em narrativas, nem em textos poéticos. Mas espírito muitas vezes refere-se a seres pessoais, outras não. Portanto, é a Bíblia e seu contexto que determinam ou não a pessoalidade do termo espírito. É desonesto comparar palavras que NUNCA de semântica impessoal com palavras polissêmicas, ora em sentido pessoal, ora não. Veja, a seguir, mais exemplos dessa comparação entre substantivos que jamais se referem a seres pessoais com o substantivo espírito, que pode ser usado tanto para seres pessoais como impessoais. 

ARGUMENTO TJ 12 – Devido ao conceito prevalecente entre os membros da cristandade, de que o espírito santo é uma pessoa, muitos encaram a personificação desse espírito como evidência de personalidade. Tais pessoas desconsideram que as mesmas expressões são usadas para outras coisas impessoais. Observe, para tanto, as comparações abaixo: “O espírito santo . . . vos ensinará.” (João 14:26) “Toda a Escritura é . . . proveitosa para ensinar.” (2 Tim. 3:16) Assim, as Escrituras também ensinam, embora não tenham personalidade. 

RESPOSTA CRISTà– Eu poderia seguir os mesmos rumos da minha argumentação anterior, mas vou dar aqui um novo enfoque. As Escrituras ensinam, mas quem ensina de fato é Deus, o autor das Escrituras. Então, escrituras está no lugar de Deus. Assim, as Escrituras são algo visível e físico para representar a Deus. Quando afirmo que as obras de Machado de Assim me ensinam a usar palavras difíceis, na verdade estou afirmando que Machado de Assis me ensina a fazê-lo. 

ARGUMENTO TJ 13 – “O espírito santo . . . vos fará lembrar.” (João 14:26) “E terá de vir a haver o arco-íris na nuvem, e eu certamente o verei para me lembrar do pacto.” (Gên. 9:16) O arco-íris, algo impessoal, também faz lembrar. 

RESPOSTA CRISTà– Quem faz lembrar é Deus, através de algo, ou seja, do arco-íris. Assim, o arco é algo visível que Deus usa para nos lembrar de algo. 

ARGUMENTO TJ 14 – “O espírito da verdade, que procede do Pai, esse dará testemunho.” (João 15:26) “As próprias obras que meu Pai me determinou efetuar, as próprias obras que eu faço, dão testemunho de mim.” (João 5:36) Ninguém dirá que as obras são pessoas; contudo, elas também dão testemunho. 

RESPOSTA CRISTà– Quem dava, de fato, testemunho de Jesus, era ele mesmo, e o Pai. (João 8:17, 18) Assim. as obras de Jesus eram apenas um meio visível de Jesus dar testemunho de si mesmo, junto com o Pai. 

ARGUMENTO TJ 15 – “O espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade.” (João 16:13) “A própria coluna de nuvem não se afastou de cima deles de dia, para guiá-los no caminho.” (Nee. 9:19) Tal coluna, naturalmente, era algo, não alguém – mas também guiava. 

RESPOSTA CRISTà– Quem guiava o povo de Deus de fato era o próprio Deus, mas a coluna de nuvem era um meio visível de Deus guiar o povo. 

ARGUMENTO TJ 16 – “O espírito da verdade … falará as coisas que ouvir e vos declarará as coisas vindouras.” (João 16:13) “Ouvi, ó montes, a causa jurídica de Jeová.” (Miq. 6:2) “Os céus declaram a glória de Deus.” (Sal. 19:1) Os céus e os montes são seres inanimados; mas podem, figuradamente, “ouvir” e “falar”. Aliás, uma das definições dos dicionários para “falar” é “exercer influência”. (Aurélio; Michaelis) É com base nisso que existe o ditado: “As ações falam mais alto do que as palavras.” Quer dizer, as ações exercem maior influência do que as palavras. 

RESPOSTA CRISTà– Quem declara a glória de Deus é o próprio Deus. Os céus físicos são um meio visível de Deus mostrar a sua glória. Agora, usar o Dicionário Aurélio e o Michaelis para fazer exegese bíblica é desserviço de teologia. Mas ainda assim, poderíamos dizer: Quem pratica as ações que falam mais por mil palavras são pessoas. As ações são meios visíveis de mostrar quem e o que são as pessoas. E além disso, desafio a nos responder: Como o Espírito Santo pode não ser pessoal se Ele fala a nós daquilo que ouve? Como um ser impessoal ao mesmo tempo pode falar e ouvir? Ainda que os TJs respondessem: Na frase, os montes ouviram a Palavra de Deus e a disseram ao povo, aqui montes não se referiria a montes literais, mas às pessoas que ouviram e disseram. Neste ponto, os TJs nunca responderam! 

ARGUMENTO TJ 17 – Que dizer de Efésios 4:30? Esse texto declara em parte: “Não contristeis o espírito santo de Deus.” Trata-se, coerentemente, de mais um exemplo de personificação. O inteiro escopo de textos descritivos do espírito santo usam quadros verbais que o revelam como sendo algo impessoal. Mas, como podemos entender a linguagem figurada desse texto? Descrevendo a reação de Moisés à persistente obstinação dos israelitas, o Salmo 106:33 diz: “Amarguraram-lhe o espírito.” A Versão Almeida verte assim o texto: “Irritaram o seu espírito.” (Al) A respeito do Rei Acabe, de Israel, foi dito: “Por que está triste o teu espírito . . . ?” (1 Reis 21:5) Nesta acepção, “espírito” significa a força íntima “que induz a pessoa a demonstrar certa atitude, disposição ou emoção, ou a tomar certa ação ou adotar certo proceder”. Essa força, evidentemente, não é uma pessoa, mas emana de uma pessoa. Por isso, atribui-se a ela os sentimentos da pessoa da qual tal força emana. Uma vez que o espírito santo emana de Deus, que é a sua fonte, a Bíblia atribui a esse espírito os sentimentos do próprio Deus. 

RESPOSTA CRISTÃ – A resposta parece toda bem trabalhada, bem feita, que até engana os incautos. Ela é até recheada de verdades bíblicas! Mas dentro dela há uma falácia, que desmonta todo esse castelo de dominós. Se encontrarmos a peça chave o argumento TJ cai por terra. E qual é a falácia ou a pedrinha de dominó, que se retirarmos, o castelo se desmorona? É a frase: “espírito” significa a força íntima “que induz a pessoa a demonstrar certa atitude, disposição ou emoção, ou a tomar certa ação ou adotar certo proceder”.

Quem disse que na expressão “entristeceram o meu espírito”, isto significa uma força íntima que induz a pessoa a demonstrar certa atitude?” Os Tjs dizem que é assim, MAS NÃO É! Quando Deus diz que entristecemos o seu Espírito, quer-se dizer entristecer ao Próprio Deus, portanto, este Espírito é Pessoal, pois Deus é Espírito, e o Senhor é o Espírito! (João 4:24; 2 Coríntios 3:17). Assim, entristeceram a Deus. Não se entristece uma força íntima, mas sim uma pessoa. 

ARGUMENTO TJ 18 – Similarmente, pela mesma razão de Jeová Deus ser a fonte do espírito santo, as Escrituras atribuem a esse espírito o que é feito a Deus. É por tal razão que encontramos em Atos 5:3 as palavras do apóstolo Pedro a Ananias: “Por que te afoitou Satanás a trapacear o espírito santo . . . ?” O versículo seguinte explica: “Trapaceaste, não homens, mas a Deus.” (Atos 5:4) Isto não significa que o espírito santo seja Deus, pois Jesus referiu-se a tal espírito como sendo o “dedo de Deus”. (Luc. 11:20) O dedo de uma pessoa não é a própria pessoa, apenas faz parte dessa pessoa e é dirigido por ela. Por esta razão, qualquer dano feito ao dedo de uma pessoa é considerado como tendo sido feito a ela. 

RESPOSTA CRISTÃ –  Em primeiro lugar, a expressão “dedo de Deus” não existe para: (1) afirmarmos que assim como o dedo é parte de um homem, assim também o Espírito Santo seria parte de Deus. Se assim fosse ele seria um dedo mesmo; (2) afirmarmos que assim como o dedo é dirigido pelo homem, assim também Deus dirige o dedo dele. Isso é conclusão do autor do texto TJ. Tanto que no texto de Atos 5:3, 4, não se diz que Ananias e Safira mentiram para o dedo de Deus. Por quê? Porque a expressão “dedo de Deus” é usada para descrever as ações de Deus, os seu atos, como agente ativo. No caso de Atos 5:3, 4, o Espírito Santo sofre uma ação de um agente externo, Ananias e Safira. Então, o dedo de Deus não se encaixa aqui. Afinal de contas, com muitas gargalhadas eu digo: Ananias e Safira não mentiram para uma parte de Deus apenas, que simbolizaria o todo de Deus.

“Dedo de Deus” nada tem a ver com uma parte de Deus. É um hebraísmo que indica o poder de Deus. Mas segundo a Bíblia, assim como Cristo é o poder de Deus (1 Coríntios 1:24) e é um ser pessoal, o Espírito Santo também é o poder de Deus, e é um ser pessoal que nos dá poder. (Atos 1:8; Romanos 15:13, 17). Que baixaria a argumentação TJ! 

ARGUMENTO TJ 19 – Mas, em que sentido aquele casal ‘trapaceou o espírito santo’?[4] Naquela época, Jeová, por meio de seu espírito, ou figurativo “dedo”, estava movendo os cristãos de coração disposto a vender suas propriedades para ajudar seus concrentes necessitados. (Atos 4:34, 35) Ananias e sua esposa, Safira, também venderam uma propriedade, mas não para agir em harmonia com a influência altruísta com a qual o espírito santo estava movendo os fiéis. Por desviarem-se do nobre propósito induzido pelo espírito de Deus para um propósito egoísta, mesquinho, tal casal ‘trapaceou’ figuradamente tal espírito. Por fazer isso, literalmente ‘trapaceou’ a Deus, a fonte de tal espírito. 

RESPOSTA CRISTà– Novamente, o argumento parece falar a verdade, mas contém falácias exegéticas enxertadas. O texto bíblico não disse que Ananias e Safira trapacearam figurativamente o Espírito Santo, mas faz questão de afirmar de forma intercambiável que mentiram contra Deus e contra o Espírito Santo. Portanto, se mentir contra Deus torna Deus um ser pessoal, mentir contra o Espírito Santo torna-o também um ser pessoal, já que ambas as expressões se encontram no mesmo relato, separadas por poucas linhas. De fato, o Espírito Santo é o Espírito da Verdade (João 14:17; 15:26), e mentir contra Ele é pecado contra o Espírito Santo, e Deus não é Deus de mentira. Observe que todas as vezes que mentimos, mentimos contra quem? Contra Deus, mas não somos castigados como Ananias e Safira o foram. Mas Deus sabia que Eles haviam pecado contra o Espírito da Verdade, e que jamais se arrependeriam, assim, Deus os julgou como cometendo o pecado imperdoável, de se pecar contra o Espírito Santo de Deus. Assim como pecar contra Deus o torna um ser pessoal, assim também pecar contra o Espírito de Deus o torna pessoal. 

ARGUMENTO TJ 20 – Por conseguinte, é meridianamente claro que a personificação do espírito santo é tão somente um recurso linguístico e não um suporte teológico para uma falsa doutrina. Personificação não prova personalidade. A dificuldade por parte de teólogos da cristandade em entender isso se deve à pesada neblina de obscuridade religiosa que foi legada pelos que apostataram do primitivo cristianismo. É, portanto, necessário se despojar do orgulho da batina e do diploma de teologia e ‘aceitar com brandura a implantação da palavra que é capaz de salvar as vossas almas’. – Tia. 1:21. 

RESPOSTA CRISTà– Pelas respostas apresentadas por mim, você terá condições de decidir qual das duas interpretações aproxima-se mais da Palavra de Deus. Por  fim, desafio os TJs a vasculhar nas Escrituras Sagradas se as palavras divã, colunas do céu, rins, portões, minha glória, ossos, baixadas, campina, sol, mar, escarpa e muralha, sangue, sabedoria, as quais são personificadas, sofrem o mesmo tratamento pessoal, individualmente, como o Espírito Santo de Deus.

ARGUMENTO TJ 21 – Quando a palavra espírito não é pessoa e recebe atributos de pessoa, isto se chama prosopopeia. Por exemplo, a Bíblia diz que o vento sopra para onde quer. (João 3:8) Os trinitaristas dizem que o espírito santo é um ser pessoal porque tem vontade própria. Se assim fosse, o vento também seria um ser pessoal, pois aqui em João 3:8, vento tem vontade própria, pois ele sopra para onde ELE QUER! Em 1 Coríntios 13:4-7, o amor é descrito fazendo ações pessoais, sendo assim, ele teria vontade própria, mas amor é pessoa? 

RESPOSTA CRISTÃ – A palavra vento em João 3:8 é pneuma, a mesma palavra traduzida por espírito. De qual vento Jesus está falando aqui? Do Espírito Santo de Deus, de acordo com o contexto. Traduzimos pneuma por vento devido ao verbo soprar, mas o texto se refere ao Espírito Santo de Deus, que SOPRA, ou ATUA na vida de pessoas, fazendo-as nascerem DO ESPÍRITO! (João 3:8b) É este Espírito que tem vontade própria, não o vento. Alguém já viu o vento, dotado de vontade própria, decidir: Eu vou soprar para este lado porque eu quero? Isto só é possível em quem tem cabeça de vento, com ideias que sopram de baixo para cima! Com respeito ao amor de 1 Coríntios 13:4-7, ali o amor exerce funções pessoais. Mas quem pratica o amor? São pessoas! Nem animais amam de fato, porque para se amar precisa haver sentimento, logo, não pode haver sentimentos em seres impessoais. A Bíblia diz que Deus é amor (1 João 4:8), logo, Deus ama e é um ser pessoal. E a Bíblia ensina que uma das partes do fruto do Espírito Santo é o amor, logo, um ser impessoal não pode gerar amor nas pessoas.

ARGUMENTO TJ 22 – O fato de a Bíblia atribuir ações pessoais a coisas que nunca foram pessoas mostra que o fato de ela usar as mesmas ações para o espírito santo não é prova de que ele seja uma pessoa. Portanto, a personificação do espírito santo não prova personalidade. Seria necessário algo mais para provar que ele é uma pessoa, como, por exemplo, um nome próprio pessoal, visto que a expressão “espírito santo” é um termo descritivo. No entanto, esse algo mais não existe nas Escrituras. 

RESPOSTA CRISTà– Quer dizer então que quando a Bíblia usa os mesmos verbos pessoais para coisas que não são pessoas e para o Espírito Santo, isto prova que o Espírito Santo é impessoal? Isto é ridículo! Se assim fosse, Jesus, Jeová, anjos, que praticam ações pessoais, jamais seriam pessoas. E afirmar que é o nome pessoal que torna um ser uma pessoa é tolo. Eu não preciso de nome para ser pessoa. Os próprios TJs, em sua literatura, apontam para o fato de que Deus escolheu o nome Jeová para se relacionar com seu povo, sendo assim, Deus, desde a eternidade, até escolher o nome Jeová, não tinha nome pessoal e nem por isso era um ser impessoal. A Bíblia, por exemplo, menciona o nome de apenas dois anjos, Miguel e Gabriel. Sendo assim, o fato de não se mencionar nomes de anjos não significa que eles não sejam seres pessoais. Não dependemos de nomes próprios para reconhecer pessoalidade. Por exemplo, o anônimo que se intitula Apologista da Verdade não tem nome revelado, logo, teria cabimento eu afirmar que ele não é pessoa? Óbvio que não, pois ele escreve, acha que refuta, acha que está certo, posta matérias, mente contra minha pessoa, ou seja, faz muitas ações pessoais, e sobre ele eu poderia afirmar: Ele goteja heresias (pessoa goteja?); Ele se derrama em suas afirmações (pessoa é líquido?)

Além disso, há seres impessoais com nome próprio, e não são pessoas. Assim, nome não prova necessariamente personalidade quando se há dúvidas quanto a se é ou não ser pessoal. Em outras palavras, esse apologista da mentira deveria pegar todos os textos que fala do Espírito Santo é fazer uma pesquisa séria, e ele descobrirá que a vasta maioria de textos que tratam do Espírito Santo o tratam como ser pessoal, e uma ínfima minoria como impessoal, sendo que essas poucas vezes são justificadas exegeticamente com a maior facilidade.

Alguns TJs afirmam ainda: Nunca os anjos são tratados de forma impessoal, pois são seres pessoais, mas se o Espírito Santo é um ser pessoal, por que às vezes ele é tratado de forma impessoal? Mas isto ocorre porque a palavra espirito é polissêmica, e visto que ela pode significar vento, fala-se do Espírito Santo soprar. E ocorre também porque a obra do Espírito Santo é simbolizada por elementos físicos, assim, como se ungia pessoas com o óleo e na era cristã é o Espírito Santo que unge (1 João 2:20), então diz-se que somos ungidos com Espírito Santo. Todas as expressões impessoais atribuídas ao Espírito Santo são justificadas dessa forma e não provam impessoalidade. Com a palavra anjos, não ocorre isso. A palavra anjo não é polissêmica, e nem os anjos têm obras tipificadas por ritos no Antigo Testamento. 

ARGUMENTO TJ 23 – O fato de apenas no ano 381 d.C. a Igreja ter atribuído pessoalidade ou personalidade ao espírito santo prova que considerar o espírito santo de Deus como a força ativa de Deus não é ensino do nosso Corpo Governante. Isto prova que antes de 381. d.C, já se pensava como nós? 

RESPOSTA CRISTÃ –  Os assuntos levados a Concílio não eram temas que surgiam da noite para o dia. Irineu, século II, Atenágoras de Atenas II, atribui-se ao Espírito Santo pessoalidade ao colocá-lo em pé de igualdade com o Pai e o Filho. No século III, Tertuliano chama o Espírito Santo de o terceiro nome da Divindade e o terceiro em relação a Deus Pai e ao Deus Filho. Ele diz:

“De fato, assim como confessamos Deus, o Filho, que é o seu Verbo, e o Espírito Santo, identificados segundo o poder, mas distintos segundo a ordem: o Pai, o Filho e o Espírito, porque o Filho é inteligência, Verbo e Sabedoria do Pai, e o Espírito, emanação como luz do fogo…”.”

Observe que tanto Deus, Jesus e o Espírito Santo são tratados ao mesmo tempo como algo e como alguém, e ambos em pé de igualdade de poder. Todavia, o fato de ser no século IV que se elabora definitivamente e oficialmente a doutrina da pessoalidade do Espírito Santo não significa que ela não estava clara nas Escrituras, e nem que a Igreja não cria assim.

DESAFIO AOS TJS!

Entendemos que as Testemunhas de Jeová são pessoas que amam conhecer a Bíblia e as publicações de seu Corpo Governante. Todavia, elas imaginam que podem conhecer e explicar Deus, e afirmam que não há mistérios com Deus, pois Ele gosta apenas de ser adorado em espírito e em verdade, não com mistérios. Se não há mistérios, ou fatos que para compreendermos dependemos da revelação divina, as TJs se sentem as maiores “explicadoras” e “entendedoras” de Deus. Como conseguem isso? Crendo num “deus” criado pelo Corpo Governante.

Que tenhamos compaixão por pessoas adoradoras de um deus tão limitado e dependente de uma força, a qual consegue estar em toda parte, mas por incrível que pareça, o próprio detentor dela não consiga. 

O Espírito Santo É um ser Pessoal – Desafio aos TJs.

  1. Isaías 63:10 – “Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles.” Pergunte às TJs: É possível contristar uma força ativa?
  2. Mateus 12:32 – “Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” Pergunte às TJs: Se pecar contra Jesus indica que Ele é um ser pessoal, pecar contra o Espírito Santo não indicaria também a sua pessoalidade?
  3. Mateus 28:19 – “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Pergunte às TJs: Se o Pai e o Filho são seres pessoais e têm autoridade, o Espírito Santo aqui também não tem essa mesma autoridade “nome”? Se ele tem autoridade, não seria ele um ser pessoal? 
  4. Marcos 3:29 – “Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno.”  Pergunte às TJs: Podemos blasfemar contra um poder ou uma força?
  5. Marcos 13:11 – “Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.” Pergunte às TJs: Se o fato de nós falarmos indica que somos seres pessoais, o fato de o Espírito Santo falar por nós não indica também a sua pessoalidade?
  6. Lucas 2:26 – “Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa revelar algo?
  7. Lucas 12:10 – “Todo aquele que proferir uma palavra contra o Filho do Homem, isso lhe será perdoado; mas, para o que blasfemar contra o Espírito Santo, não haverá perdão.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa ser alvo de blasfêmia?
  8. João 14:26 – “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa ensinar e fazer pessoas se lembrarem de algo? 
  9. Atos 1:8 – “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa proferir algo, se o dom de se proferir depende de um agente pessoal?
  10. Atos 1:16 – “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam Jesus.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa proferir algo?
  11. Atos 5:3 – “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?” Pergunte às TJs: Pode-se mentir para uma força ativa?
  12. Atos 9:31 – “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa confortar?
  13. Atos 13:2 – “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa dizer e pedir algo a alguém?
  14. Atos 15:28 – “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa impor algumas coisas necessárias?
  15. Atos 16:6 – “E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa impedir alguém de pregar? 
  16. Atos 20:28 – “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa designar bispos? Não indica aqui um claro exemplo de quem faz uso de vontade própria? 
  17. Atos 21:11 – “E, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios.” Pergunte às TJs: Pode uma força impessoal dizer ou proferir algo?
  18. Atos 28:25 – “E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras: Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse.” Pergunte às TJs: Pode uma força impessoal dizer ou proferir algo?
  19. Romanos 5:5 – “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” Pergunte às TJs: Se a Bíblia, ao dizer que Deus derramou o Espírito Santo, prova que Deus é um ser pessoal, o fato de o Espírito Santo derramar o amor de Deus não prova também que ele é um ser pessoal? 
  20. Romanos 15:13 – “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa ter poder? 
  21. Romanos 15:16 – “Para que eu seja ministro de Cristo Jesus entre os gentios, no sagrado encargo de anunciar o evangelho de Deus, de modo que a oferta deles seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa santificar algo? 
  22. Romanos 15:19 – “Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa ter poder e realizar prodígios? 
  23. 1 Coríntios 6:19 – “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” Pergunte às TJs: Se a Bíblia diz que o Pai e o Filho fazem morada em nós, e mesmo assim Eles são seres pessoais, por que o Espírito Santo fazer santuário em nós provaria que ele é impessoal?
  24. 2 Coríntios 13:14 – “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” Pergunte às TJs: Se Jesus Cristo nos dar graça o torna um ser pessoal, se Deus nos dar amor o torna um ser pessoal, dar o Espírito Santo a comunhão entre nós e Ele não o torna também um ser pessoal?
  25. 1 Tessalonicenses 1:6 – “Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa ter alegria? 
  26. Hebreus 2:4 – “Dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.” Pergunte às TJs: Pode uma força ativa distribuir dons? 
  27. Hebreus 9:8 – “O espírito santo esclarece assim que o caminho para o lugar santo ainda não fora manifestado enquanto a primeira tenda estava de pé.” – Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová. Pergunte às TJs: Pode uma força ativa esclarecer algo a alguém?

CONCLUSÃO.

Conforme observamos em toda essa aula, há muitas bases para crermos na personalidade do Espírito Santo. Que você seja usado pelo Espírito de Deus para convencer sectários dessas verdades aprendidas. – Pr. Fernando Galli.

_____________________________

Referências do Texto da Aula.

[1] Despertai de julho de 2006, página 14.

[2] O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Volume 7, Dicionário, Verbete POMBA, página 5044, de R. N. Champlin, Editora Candeia, 1ª. Edição de 2000.

[3] A Sentinela de 15 de março de 1991, página 9.

[4] Despertai!, julho de 2006, página 14.

[5] Teologia Sistemática, página 389, Charles Hodge, editora HAGNOS, 1ª. Edição de 2001, bold acrescentado.

[6] Despertai!, julho de 2006, página 14.

[7] Ibdem.

[8] Estudo Perspicaz das Escrituras, página 753, volume 3.

[9] Barnes’ Notes on The New Testament, página 447, Kregel Publications, 8ª. Edição, 1975.

[10] Despertai!, julho de 2006, página 14.

[11] Estudo Perspicaz das Escrituras, página 534, volume 2.

[12] Despertai!, julho de 2006, página 15.

[13] Despertai!, julho de 2006, página 15.

[14] Despertai!, julho de 2006, página 15.

__________________________

Referências do Texto Complementar.

[1] Journal of Discourses, p. 51. Vol. I, Ano 1852.

[2] O Livro de Mórmon. Guia para Estudos das Escrituras, Apêndice, p. 211, verbete TRINDADE. Edição de 1995.

[3] Torre de Vigia. Raciocínios à Base das Escrituras, p. 143.

[4] Ribeiro, Guillon. Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens, p. 42. 2a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978

[5] John Oswalt. Comentários do Antigo Testamento, 345, 346. Volume 1. Cultura Cristã : São Paulo, 2011.

[6] D. A. Carson. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 1728. Vida Nova : São Paulo, 2009.